quinta-feira, 31 de julho de 2014

Filhos Insatisfeitos


Uma das características humana é a inconstância. Coleção de moda em alta numa estação certamente estarão liquidando na próxima; assim são joias, sapatos, carros, motos, veículos de um modo geral, músicas, filmes, brinquedos, diversões e muitos outros objetos e valores que se tornam ultrapassados, obsoletos da noite para o dia, diante de nossa insatisfação, ou seja, falta de constância, firmeza ou estabilidade.
O comportamento do povo de Israel no deserto denota o quanto podemos ser volúveis e infiéis. Imediatamente após o evento significativo da Páscoa (Êxodos 12), atravessaram o mar Vermelho aberto por Deus (Êxodos 14), após cultuarem-no e louvarem-no por seu grande livramento e misericórdia (Êxodos 15), os hebreus simplesmente são acometidos por um surto de inconstância.
Três dias foram suficientes para que começassem a reclamar:
1) Não há água para beber!
2) Esta água não é boa!
3) Não há o que comer!
Imaginem um adolescente irritadiço, entediado, implicante, choramingando e reclamando de tudo, durante uma viagem de férias da família...multiplique por uns cem mil, e podemos fazer um cálculo do que Moisés enfrentava ali.
O cântico de Miriã sobre as maravilhas operadas por Deus (Êxodos 15.21) foi rapidamente esquecido.
Mesmo após a provisão divina de água e maná, a reclamação continuou até a chegada ao acampamento de Refidim, onde Deus ordenou a Moisés para que ferisse a rocha em Horebe (Êxodos 17), e uma torrente de água jorrou da pedra.
Em sua primeira carta aos coríntios, o apóstolo Paulo cita este fato,(...todos eles comeram de um só manjar espiritual e beberam da mesma fonte espiritual que os seguia. E a pedra era Cristo. (1Coríntios 10.3,4).
"Eis que envio um anjo à frente de vocês para protegê-los por todo o caminho e fazê-los chegar ao lugar que preparei. Prestem atenção e ouçam o que ele diz. Não se rebelem contra ele, pois não perdoará as suas transgressões, pois nele está o meu nome” (Êxodo 23.20,21).
Verdadeiramente Jesus estava com os hebreus durante sua longa jornada pelo deserto. Que testemunho de fidelidade do SENHOR, ELE permaneceu protegendo e cuidando de seu povo mesmo diante da constante ingratidão. Que grande prova da infinita graça, misericórdia e zelo pelos seus!
Não é exatamente o que ocorre conosco? Somos adoradores inconstantes, o seguimos e obedecemos quando nos é conveniente, em certo momento o louvamos por uma bênção alcançada, mas logo a esquecemos e já ficamos insatisfeitos, ansiosos por outra petição ainda não atendida.
Somos filhos e servos ingratos, inconstantes e muitas vezes infiéis ao nosso Deus.
Se ELE entrasse em um grande templo onde houvesse concentrado um número expressivo de pessoas importantes, proeminentes, políticos, pregadores, gente de todos os níveis, fechasse as portas e começasse a mostrar publicamente num telão em videoclipe os feitos da vida de cada um dos presentes; certamente haveria muitos cargos vazios, muitos seriam envergonhados, desmascarados, desacreditados em suas funções. Nos esquecemos que Aquele que criou os olhos tudo vê, que quem criou o cérebro humano sonda os corações e intenções da mente.
"Mas, se nós nos examinássemos a nós mesmos, não receberíamos juízo" (1 Coríntios 11.31).
Apesar disso, ELE permanece fiel, Deus nunca deixa de nos amar, seus dons – incluindo o maior deles, o perdão e a vida eterna – não são ofertados com base nos méritos – somos pequenos demais para merecer algo do Santíssimo Deus.
No entanto as bênçãos Dele são derramadas graciosa e gratuitamente. A chuva e o sol são para os bons e os maus. Quanto mais nos conscientizamos dessa verdade, mais honramos nosso Deus, mais firmes e resolutos nos tornamos em nossa adoração e devoção a ELE, mais crescemos espiritualmente, pois a santificação é um processo a ser trabalhado gradativamente.


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