E
vocês disseram: O SENHOR, o nosso Deus, mostrou-nos sua glória e sua majestade,
e nós ouvimos a sua voz vinda de dentro do fogo. Hoje vimos que Deus fala com o
homem e que este ainda continua vivo! Mas, agora, por que deveríamos morrer?
Este grande fogo por certo nos consumirá. Se continuarmos a ouvir a voz do
SENHOR, o nosso Deus, morreremos. Pois, que homem mortal chegou a ouvir a voz
do Deus vivo falando de dentro do fogo, como nós o ouvimos, e sobreviveu?
Aproxime-se
você, Moisés, e ouça tudo o que o SENHOR, o nosso Deus, disser; você nos relatará
tudo o que o SENHOR, o nosso Deus, lhe disser. Nós ouviremos e obedeceremos.
O
SENHOR ouviu quando vocês me falaram e me disse: Ouvi o que este povo lhe
disse, e eles têm razão em tudo o que disseram. Quem dera eles tivessem sempre
no coração esta disposição para temer-me e para obedecer a todos os meus
mandamentos. Assim tudo iria bem com eles e com seus descendentes para sempre!
Vá,
diga-lhes que voltem às suas tendas. Você ficará aqui comigo, e lhe anunciarei
toda a lei, isto é, os decretos e as ordenanças que você lhes ensinará e que
eles deverão cumprir na terra que eu dou a eles como propriedade.
Deuteronômio
5.24-31
Após
ouvir as promessas de Deus, o povo respondeu voluntariamente: "Faremos
tudo o que o SENHOR ordenou!". Deus lhes disse que a exigência para ter
direito às promessas era: "Se me obedecerem fielmente e
guardarem a minha aliança...". Movidos pelo entusiasmo e pelo desejo de
estabelecer esse relacionamento com Deus, os israelitas rapidamente concordaram
em obedecer. Tinham
confiança na própria capacidade de guardar os mandamentos do Senhor. Não
conseguiam enxergar a própria natureza, tão fraca e pecadora, que lhes
impossibilitava cumprir aquela promessa. Lembrem-se: o propósito de Deus ao
estabelecer a aliança com eles era mostrar que eram pecadores e incapazes de
salvar a si mesmos.
Israel
desejava obedecer, contudo não tinha um "coração" que o capacitasse a
guardar a aliança. Mesmo antes de Moisés descer do monte Sinai com as tábuas
dos Dez Mandamentos, o povo começou a adorar um ídolo, um bezerro de ouro.
Moisés
retornou ao monte e comunicou a resposta dos israelitas. O Senhor ouviu as suas
palavras, mas sabia que eles lhe dariam as costas e quebrariam a aliança.
O
grande desejo de Deus era de que o povo que escolhera para si o amasse e lhe
obedecesse; de forma que pudesse derramar as bênçãos prometidas sobre ele.
Contudo,
sabia que Israel não obedeceria.
Deus
disse a Moisés que desceria à vista de todo o povo oculto em uma densa nuvem,
para que o povo ouvisse quando Ele falasse com Moisés, cresse e permanecesse
firme para sempre. Deus, que é completamente santo, desceu com toda a sua
glória e majestade para se encontrar com o seu povo — para estabelecer uma
aliança de sangue com ele, como fizera com Abraão!
Para
tanto, foi necessário que Deus enviasse um escudo e protegesse o povo do brilho
glorioso de sua presença. A carne pecadora não consegue sobreviver na presença
do Deus santo, e irá se desfazer diante do "fogo consumidor" (Deuteronômio
4.24). Por essa razão, Deus manifestou-se em uma nuvem espessa. Queria que o
seu povo soubesse que estava firmando uma aliança com Ele; que se convencesse
de que Moisés estava falando as palavras de Deus; que acreditassem nele e
permanecessem firmes.
Os
israelitas aceitaram os termos do Eterno, e chegou a hora de Ele revelar a sua
aliança em toda a sua plenitude. Antes que o Deus santo e justo descesse para
encontrá-los, foi necessário que eles se santificassem. Como sinal exterior de
purificação, Moisés foi instruído a descer e consagrar todo o povo. Deus disse
a Moisés: "Vá ao povo e consagre-o hoje e amanhã. Eles deverão lavar as
suas vestes e estar prontos no terceiro dia, porque nesse dia o SENHOR descerá
sobre o monte Sinai, à vista de todo o povo. Estabeleça limites em torno do
monte e diga ao povo: Tenha o cuidado de não subir ao monte e de não tocar na
sua base. Quem tocar no monte certamente será morto; será apedrejado ou morto a
flechadas. Ninguém deverá tocá-lo com a mão. Seja homem, seja animal, não
viverá. Somente quando a corneta soar um toque longo eles poderão subir ao
monte" (Êxodo 19.10-13).
Moisés
obedeceu. Desceu até o povo e ensinou-o a santificar-se. A santificação
consistia em lavar a si mesmo e as próprias roupas.
Na
preparação para o encontro com Deus, Moisés também ordenou que os homens se
abstivessem das relações sexuais. Essa purificação exterior simbolizava a
pureza interior que caracteriza a Nova Aliança.
Ainda
em obediência às instruções de Deus, Moisés mandou o povo construir uma cerca
ao pé do Sinai para impedir que as pessoas entrassem e tocassem o monte, pois
quem fizesse isso morreria.
Feitos
os preparativos, com o povo santificado e a cerca construída, os israelitas
ficaram aguardando. Imaginemos o entusiasmo, o medo, a expectativa que crescia
enquanto se preparavam para receber a visita de Deus.
Chegou
o terceiro dia. A quietude da madrugada foi dispersa com poderosos ruídos de
trovão. Relâmpagos brilharam no céu. O Sinai foi violentamente abalado quando o
grande Eu Sou - o Deus todo-poderoso — desceu em aparência de fogo. Todo o
monte foi coberto de fumaça, que subia como que de uma grande fornalha.
O
povo tremeu de medo quando a trombeta de Deus soou pela planície convocando-o a
se encontrar com Deus. Moisés reuniu os israelitas aos pés do monte. A trombeta
ressoou cada vez mais alto. Finalmente, Moisés falou. Deus respondeu com voz
audível e chamou-o para o monte. Deus ordenou a Moisés que descesse e avisasse
o povo para não romper a cerca. Em seguida, foi-lhe dito que tomasse Arão e
voltasse ao monte. Moisés retornou para o povo.
Depois,
no meio do fogo, Deus falou AUDIVELMENTE ao povo, declarando os termos da
aliança que firmava com ele naquele dia. Ressoando nos céus, Deus começou a
declarar os primeiros dez mandamentos da Lei (Êxodo 20.1-17).
Começando
pelo primeiro mandamento - "Eu sou o SENHOR, o teu Deus, que te tirou do
Egito, da terra da escravidão. Não terás outros deuses além de mim" (Êxodo
20.2,3) — Deus entregou as leis que os israelitas teriam de guardar naquele
relacionamento.
Deus
se manifestou sobrenaturalmente ao seu povo, para que todos SOUBESSEM que Ele
era Deus e que não havia outro além dele (Deuteronômio 4.35,36).
Depois
de contemplar a manifestação de Deus nos relâmpagos, no fogo e na fumaça, de
estremecer diante dos trovões e cair para trás, os israelitas "ficaram à
distancia" (Êxodo 20.18).
Deus
revelou o seu poder e majestade ao povo. Todos souberam que Ele era o Deus vivo
e verdadeiro porque Ele lhes falara audivelmente. Contudo, tiveram medo e
pensaram que fossem morrer. Enviaram Moisés de volta ao monte para ouvir tudo
que Deus tinha a dizer. Mais uma vez, prometeram obedecer a tudo que o Senhor
lhes ordenasse (Deuteronômio 5.24-27).
Para
que a aliança que Deus fez com Israel fosse legalmente válida, foi necessário
selá-la com sangue.
Moisés
voltou para perto da densa nuvem, e Deus lhe disse: "Vá, diga-lhes que
voltem às suas tendas. Você ficará aqui comigo, e lhe anunciarei toda a lei,
isto é, os decretos e as ordenanças que você lhes ensinará e que eles deverão
cumprir na terra que eu dou a eles como propriedade" (Deuteronômio
5.30,31).
No
monte Sinai, Deus entregou a Moisés cerca de setenta leis adicionais
concernentes à adoração, altares, direitos individuais, direitos de propriedade
e outras leis combinadas, que também faziam parte dos termos da aliança.
Deus
orientou Moisés a levar Arão, Nadabe e Abiú e setenta autoridades de Israel
para o alto do monte a fim de que adorassem ao Senhor (Êxodo 24.1,2).
Moisés,
tendo recebido as leis que governariam a conduta da nação, retornou ao
acampamento e proclamou-as diante do povo. Novamente, a resposta foi:
"Faremos tudo o que o SENHOR ordenou" (Êxodo 24.3).
Então
Moisés escreveu todas as palavras do Senhor — os Dez Mandamentos, que Deus lhes
anunciara pessoalmente, e as setenta leis adicionais — em um livro chamado
LIVRO DA ALIANÇA, que era o registro escrito de todas as condições e promessas
da aliança que Deus estabelecera com Israel. O propósito era fazer lembrar
continuamente os filhos de Israel do pacto que haviam feito com Deus.
Moisés
acordou cedo na manhã seguinte, edificou um altar ao pé do monte e levantou
doze colunas, que representavam as doze tribos. Depois ordenou aos jovens que
oferecessem holocaustos e novilhos como sacrifícios de comunhão ao Senhor e
coletassem o sangue em tigelas.
Imaginemos
a cena, quando o Deus Todo-Poderoso confirmou a aliança de sangue com o povo
que havia escolhido para si. O odor pungente do sangue e dos holocaustos
permeava o ar. Havia sem dúvida uma mistura quando o sangue dos animais foi
drenado para as tigelas. O odor da morte estava no ar.
Naquela
ocasião solene, todo o povo - dois milhões de israelitas — estava reunido para
selar a aliança. Na planície do Sinai, tão longe quanto a vista podia alcançar,
o povo ficou de pé enquanto Moisés tomou metade do sangue e derramou-o sobre o
altar.
Depois
ele tomou o Livro da Aliança e leu as promessas para o povo. Deus queria que
Israel firmasse aliança com Ele conhecendo os termos e promessas do pacto e
assumindo o compromisso de obedecer.
O
povo aceitou os termos da aliança e prometeu: "Faremos fielmente tudo o
que o Senhor ordenou" (Êxodo 24.7)
Moisés
tomou um ramo de hissopo, mergulhou-o no sangue e o aspergiu sobre o Livro da
Aliança e depois sobre o povo, dizendo: "Este é o sangue da aliança que o
SENHOR fez com vocês de acordo com todas essas palavras" (Êxodo 24.8).
Com a
aspersão do sangue sobre o Livro da Aliança e sobre o povo, a aliança foi
selada para sempre. Deus tinha agora um pacto de sangue com Israel.
Naquele
dia, Deus se tornou o Deus dos israelitas, e eles se tornaram o seu povo!
Naquele
dia, eles se tornaram o seu POVO EXCLUSIVO — eram agora REIS E SACERDOTES, UMA
NAÇÃO SANTA!
Naquele
dia, passaram a ser herdeiros das promessas da aliança com Deus!