Quem está no comando?

Humilhem-se debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele os exalte no tempo devido. Lancem sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês.

                                   1 Pedro 5.6,7 

Sempre que somos bombardeados pelas preocupações, surge a ansiedade, sorrateiramente se avoluma e se assenhoreia de nós – e de repente nos perdemos, já nãos somos mais capazes de discernir quem está no controle.

Sim, e isso é muito comum, rotineiro até, ela aparece por qualquer motivo banal:

- Nossos amigos, estão se distanciando – não sabemos ao certo o motivo, se os ofendemos ou magoamos;

- Os nossos funcionários estão nos boicotando, não estão batendo as metas somente para nos prejudicar;

- Estamos sobrecarregados, acumulamos e desempenhamos funções que não fazem parte do nosso cargo, nos sentimos explorados, já que não recebemos compativelmente ao nosso desempenho;

- Há intriga entre os oficiais da nossa igreja e não estamos conseguindo estabelecer um ambiente ideal, de união, cooperação, que gostaríamos para o trabalho em equipe;

- Nossa igreja não consegue crescer, e nem nos sustentar...

Enfim, são tantas as picuinhas, raposinhas que tentam roubar nossa paz, que se não tomarmos cuidados no dia-a-dia, nossas tarefas tornam-se tão prioritárias que deixamos Deus de lado. Ficamos mais envolvidos em nosso desempenho, do que propriamente em agradar e satisfazer a vontade do SENHOR – e desta forma nos distanciamos e acabamos por temer o julgamento Dele sobre nós; assim como Adão que tentou se esconder, e cobrir a nudez com uma folha. Rsrsrs.

Esquecemos-nos que o SENHOR é sobre todos, e assim como nos deu habilidades, as concedeu também aos demais; e se tomarmos sobre nós as preocupações alheias, acabamos por negligenciar nossos próprios afazeres e nos sobrecarregamos com uma carga extra inutilmente. Porém, se nos ocuparmos apenas com o que o Mestre nos encarregou, nos incumbiu e espera que façamos, acabaremos por realizar melhor, e influenciaremos os outros a fazerem o mesmo. Sim, mesmo porque as preocupações surgem e se avolumam quando nos concentramos mais em nós mesmos do que em Deus – o mundo não gira em torno de nenhum de nós... Então, façamos do SENHOR o centro do nosso mundo e isto fará toda a diferença em nosso viver.

"Agrada-te do SENHOR, e ele satisfará os desejos do teu coração. Entregue o seu caminho ao Senhor; confie nele, e ele agirá. Espere no Senhor e siga a sua vontade. Ele o exaltará" (Salmos 37. 4,5,34).

Palavra para o seu coração

Mediante a palavra do Senhor foram feitos os céus, e os corpos celestes, pelo sopro de sua boca.

                                     Salmos 33.6

Pela fé entendemos que o universo foi formado pela palavra de Deus, de modo que o que se vê não foi feito do que é visível.

                                     Hebreus 11.3

Quebrantamento

Considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor.

                                Filipenses 3.8

Brilhar tem o seu preço – a luz só brilha e reluz porque consome aquilo que a produz – a vela só se ilumina quando acesa, precisa arder, para brilhar. Para sermos de alguma utilidade há um custo a ser pago – sim, arder sugere consumo, desgaste, sofrimento... e sempre vemos com certa resistência tudo o que nos remete à ideia de sofrimento, dor, perda.

No senso coletivo, somos inclinados a pensar que só podemos ser benéficos e produtivos à sociedade, enquanto somos fortes, capazes para desenvolvermos ativamente, e apresentamos as mãos repletas de bons resultados.

Porém, quando o sofrimento bate em nossa porta, somos convocados ao recesso da enfermidade, recolhidos e consumidos pela dor, que faz cessar nossas atividades rotineiras, criando uma lacuna e um vazio; constrangidos nos sentimos como rascunhos abandonados no cesto, obsoletos, ineficazes, ineficientes, insuficientes, improdutivos, sem utilidade nem serventia, que não influi nem contribui, por assim dizer.

Mas, se percorrermos com resistência esse caminho que se apresenta resistente diante de nós, se formos pacientes, submissos, obedientes, é bem certo que seremos maior benção, melhor proveito para o mundo após a nossa maturação no sofrimento e dor, do que nos dias em que julgávamos estarmos no ápice da nossa produtividade e contribuição laboriosa. Estamos ardendo agora, e por isso brilhando, exatamente porque estamos ardendo. O sofrimento de hoje é de onde nasce a glória que surgirá amanhã.

O problema é que queremos a glória sem a cruz, perseguimos o brilho, mas dispensamos a queima, e não é assim que funciona; há a crucificação antes da coroação.

"Em verdade, em verdade vos digo; se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só, mas se morrer produz muito fruto" (João 12.24).

Então, que a mão ferida do amado e sábio Mestre possam quebrar a dureza e a rigidez do nosso coração, que Ele unte com puro azeite a nossa altivez, nossa cerviz aprumada, ereta, empertigada e cheia de si; que Ele dobre e quebrante todo o nosso ego inflado em Sua potente mão. Faça-nos experimentar o regozijo pleno da alma redimida, e que nos deleitemos na totalidade desta salvação.

"A nossa cidadania, porém, está nos céus, de onde esperamos ansiosamente um Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Pelo poder que o capacita a colocar todas as coisas debaixo do seu domínio, ele transformará os nossos corpos humilhados, para serem semelhantes ao seu corpo glorioso" (Filipenses 3.20,21).

"O Senhor me livrará de toda obra maligna e me levará a salvo para o seu Reino celestial. A ele seja a glória para todo o sempre. Amém" (2 Timóteo 4.18).

Palavra para o seu coração

Eu cuidei de vocês no deserto, naquela terra de calor ardente.

                                       Oséias 13.5

Nunca mais terão fome, nunca mais terão sede. Não cairá sobre eles sol, e nenhum calor abrasador, pois o Cordeiro que está no centro do trono será o seu Pastor; ele os guiará às fontes de água viva. E Deus enxugará dos seus olhos toda lágrima.

                                       Apocalipse 7.16,17

Em Seu domínio

O Senhor estabeleceu o seu trono nos céus, e como rei domina sobre tudo o que existe.

                                  Salmos 103.19

Quando o nosso interior não está em paz, parece que tudo nos desagrada, reclamamos da brisa leva, do sol luminoso, da chuva, do vento que faz levantar a poeira, e soa como impiedoso, debilitante, e parece querer a todo custo nos irritar.

E de repente, como se nos constituíssemos senhores da situação, passamos a julgar e analisar grosseiramente as circunstancias ao nosso redor, acomodamos em nosso trono imaginário, nos tornamos super poderosos e queremos controlar o tempo – como se pudéssemos encerrar o vento, a chuva e o sol escaldante em sua própria morada, e deixa-los de castigo até que nosso humor melhore. É como se o mundo girasse em torno do nosso próprio umbigo – e que tudo devesse então conspirar para o nosso bem estar!

Mas, uma leve brisa toca-nos e como um balde de água fria de realidade, despertamos envergonhados do desvairado devaneio, ainda confusos imaginamos nosso Mestre e tentamos nos desculpar por tantas reclamações, ranzinzices, murmurações infundadas... Nossos olhos espirituais contemplam as marcas de amor deixadas no corpo do nosso Mestre, constrangidos e desconsertados por termos nos posicionado contra algo executado por Aquele que é o próprio amor em essência. Balbuciamos em pensamento: - Perdão, SENHOR!

E certos de que Ele não leva em conta o nosso tempo de ignorância, rememoramos:

"Onde você estava quando lancei os alicerces da terra? Responda-me, se é que você sabe tanto" (Jó 38.4).

"O temor do Senhor ensina a sabedoria, e a humildade antecede a honra" (Provérbios 15.33).

"Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito" (Romanos 8.28).

Palavra para o seu coração

Os ouvidos que ouvem e os olhos que vêem foram feitos pelo Senhor.

                                     Provérbios 20.12

E vimos e testemunhamos que o Pai enviou seu Filho para ser o Salvador do mundo.

                                     1 João 4.14

Imperfeitos sim, porém redimidos

Deus tornou pecado por nós àquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus.

                           2 Coríntios 5.21

Sempre vemos com grande reprovação o ato dos soldados romanos na crucificação, mas na verdade não devíamos, nem podemos julgá-los ou responsabiliza-los jamais por isso – também não foram os pregos que feriram e fixaram nosso Mestre e SENHOR na cruz – não, não, longe disso. Simplesmente foi a única saída, a estratégia do plano perfeito de Deus – sim a convicção e a certeza de que era imprescindível que Ele se transformasse em pecado – Ele, que era limpo, perfeito, imaculado, tornou-Se pecador, e a ira de Deus foi derramada, despejada, não sobre a Sua criação corrompida, mas sobre o próprio Criador. É como se num ímpeto de tristeza e dor Ele esmurrasse e castigasse Sua própria carne, para aplacar Sua ira e decepção, por assim dizer.

E no exato momento em que Aquele que jamais pecou, tornou-Se pecador por toda a humanidade, quando o único Ser perfeito vestiu-Se da roupagem sórdida de toda espécie de pecados, que o mundo inteiro é capaz de produzir; Deus não ordenou que Seu exército celestial viesse em Seu auxílio para livra-Lo, longe disso – o pecado é aniquilado, não subsiste na presença da grandeza e da santidade de Deus – o SENHOR conclui cabalmente Seu plano, preferiu entregar Seu próprio Filho a abrir mão de nós.

Não importa os caminhos que percorremos tentando fugir e nos ausentar da Sua Presença, não importa quantos e quais os erros e pecados que já cometemos, nem quão profundo o abismo que nos distancia Dele, não importa as tentativas de ignora-Lo, não reconhecê-Lo e nem assumi-Lo – ainda há tempo, não é tarde demais – para Deus tudo é possível. Não é a perfeição que nos torna cristãos, e sim o perdão.

"Neste caso, quem pode ser salvo? Jesus olhou para eles e respondeu: Para o homem é impossível, mas para Deus todas as coisas são possíveis" (Mateus 19.25,26).

Palavra para o seu coração

Lembre-se disso, ó Jacó, pois você é meu servo, ó Israel. Eu o fiz, você é meu servo; ó Israel, eu não o esquecerei.

                                       Isaías 44.21

Pois os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis.

                                       Romanos 11.29

Como bem Lhe aprouver

 Eu o chamei, mas ele não respondeu.

                   Cânticos 5.6

A dádiva da grande fé é provada por meio de extensa e longa espera. Abraão que o diga! Vezes sem conta, o SENHOR deixa Seus servos a ouvirem o eco de suas próprias vozes, como se o céu fosse de bronze, e Se ressentido estivesse nos evitando, numa greve de completo e ameaçador silencio.

É como se batêssemos aflitos na porta de ouro, mas ela permanecesse desafiadoramente imóvel, como se estivesse enferrujada, emperrada.

Como Jó, em desespero clamamos:

"Clamo a ti, ó Deus, mas não respondes; fico de pé, mas apenas olhas para mim" (Jó 30.20).

E como Jeremias, desconsolados oramos:

"De nuvens te encobriste para que não passe a nossa oração" (Lamentações 3.44).

Verdade é, que desde grandes e expressivos ícones a insignificantes e pequeninos servos, ao nosso raso entendimento humano; todos os santos têm experimentado períodos de longa e paciente espera, sem receber imediata resposta, Abraão, Isaque, Moisés, Noé, Daniel, José... Não porque não houvesse profundidade, argumentos convincentes, veemência em suas orações, é claro que não; mas porque assim aprouve Àquele que é soberano e que concede Sua graça conforme Lhe parece bem. Sabe exatamente e precisamente o que é melhor, necessário e conveniente a cada um dos Seus, se carecemos de exercitar a calma, a paciência, a tolerância e fortalecermos a fé, vai agir e criar circunstancia propicia para obter esse resultado, para respondermos devidamente a isso.

Nenhuma oração é fraca, perdida ou ineficaz – o esforço empreendido em oração nunca foi vão – um breve murmúrio não passa despercebido ou é ignorado pelo Criador, Aquele que criou o ouvido é um especialista em audição; mas algumas petições, solicitações que entendemos como negação ou recusa, simplesmente estão em maturação, aguardando o tempo ideal, o momento certo de Deus e que também estejamos prontos, preparados para recebermos.

Há ocasião ideal para tudo, e mesmo o que a nós parece demora em o Mestre assumir o controle, e vir em nosso socorro, é uma forma de avivar nossas orações e firmar nossa fé – mesmo que as fortes ondas já estejam para afundar nosso barco, e o SENHOR encontra-Se dormindo profundo sono; estejamos certos de que Ele nunca Se atrasa, no momento certo despertará e acalmará o mar revolto que nos açoita impiedosamente. Ele jamais abandona os Seus apenas confiemos.

Palavra para o seu coração

Mas quem sou eu, e quem é o meu povo para que pudéssemos contribuir tão generosamente como fizemos? Tudo vem de ti, e nós apenas te demos o que vem das tuas mãos.

                                    1 Crônicas 29.14

Cada um exerça o dom que recebeu para servir aos outros, administrando fielmente a graça de Deus em suas múltiplas formas.

                                    1 Pedro 4.10

Chegada certa

O vento soprava contra ele.

                 Mateus 14.24

Muitas tempestades nascem dos cálidos ventos da primavera. E eles traduzem bem algumas estações de nossas vidas. Isso na verdade é motivo de satisfação e contentamento, pela oportunidade que nos oferece de conhecermos e definirmos cada estação.

Sim, sem dúvida alguma é mais benéfico atravessarmos as estações chuvosas e frias, do que permanecermos alheios e alienados em terras amenas, insossas onde nunca parece escurecer, nem conhecem os arrepios dos fortes ventos uivantes.

É bem verdade que a tempestade da tentação, o temporal da dor, traição, injustiça, tristeza, revelam-se cruel, de carranca assustadora até; porém eles promovem mais intensidade, firmeza e ardor à busca e constância na oração. Forçosamente nos impele a firmarmos nas promessas – refinando, portanto o nosso caráter.

É trágica, às vezes até traumática e pode ser tremendamente dolorosa a estação do luto, nem sempre estamos preparados ou sabemos como lidar e administrar as perdas – mas é uma fórmula infalível, um método certeiro de o Pai nos atrair a Si mesmo; para que em nossa sensibilidade exacerbada, no silencio da nossa introspecção; o mistério da Sua Presença, Sua delicada e mansa voz possa calar fundo em nosso ferido coração... Há um aspecto da glória de Deus que só conseguimos perceber e discernir em ventos contrários, somente quando nosso barquinho é açoitado e agitado pelas fortes ondas, e ficamos a deriva; é que conseguimos distinguir a nossa dependência e pequenez.

Nosso Mestre e SENHOR não é apenas um abrigo seguro contra a tempestade, é também um refúgio perfeito no temporal. Aliás, Ele não nos prometeu uma jornada fácil, mas sim uma chegada certa.

"Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" (João 16.33).

Palavra para o seu coração

Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos, a terra inteira está cheia da sua glória.

                               Isaías 6.3

Vocês sabem que ele se manifestou para tirar os nossos pecados, e nele não há pecado.

                               1 João 3.5

Desejo do Pai

E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum dos que ele me deu, mas os ressuscite no último dia.

Porque a vontade de meu Pai é que todo o que olhar para o Filho e nele crer tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.

                                João 6.39,40

Só conhecemos inteiramente os planos e desejos de Deus para nos, quando investimos nosso tempo em Sua Presença – para que Ele abra o Seu coração e nos revele Seu querer e Sua vontade, é necessário mantermos um relacionamento íntimo intenso, sincero, constante, profundo, real e verdadeiro.

Deus Se revela, fala conosco de forma individual e exclusiva, quando nos achegamos a Ele, e permitimos dando abertura e nos inclinando para atentamente ouvi-Lo. Ele tem uma forma para atrair e Se comunicar com cada um de nós; não é porque falou com Moisés por meio de uma sarça ardente, que hoje nos sentaremos em circulo ao redor de uma touceira, esperando que Ele Se pronuncie. Ele usou um grande peixe para dissuadir a Jonas de sua teimosia – e isto não quer dizer que se tornou um padrão, Ele tem variadas formas para tratar com cada um de Seus desobedientes e teimosos filhos.

O SENHOR Se revela pessoalmente e de variadas maneiras Sua Mente, Coração, Segredos, Planos, Projetos, Propósitos, Dádivas e Dons individualmente e distintamente a cada pessoa.

Portanto, é fundamental o nosso caminhar, a nossa trajetória ao Seu lado; do contrário, corremos o sério risco de concluirmos nossa jornada, bem distantes de cumprirmos com a nossa missão – afinal de contas, fomos criados com uma destinação específica – ninguém cria algo sem utilidade, principalmente o Nosso Criador. É trágico e cômico até, termos que atuar no teatro da vida, sem conhecermos nem estudarmos o nosso script. Certamente seremos reprovados por Aqueles que estão na condição de nossos Avaliadores.

Verdade é que o coração do Altíssimo é profundo demais para ser descoberto num bate papo eventual, numa ocasional conversa de final de semana. Só descobriremos o que realmente Lhe agrada fixando residência em Sua casa, fazendo morada, acordando ao Seu lado todos os dias – caminhemos com Ele o quanto for necessário, colemos Nele, observando-O, estudando-O, ouvindo-O, sentindo-O e conheceremos o Seu querer e Sua vontade.

Só Ele nos conhece profundamente e sabe definir melhor que nós mesmos aquilo que necessitamos, não há melhor companheiro e conselheiro que nosso Pai Celestial.

"Melhor é um dia nos teus átrios do que mil noutro lugar; prefiro ficar à porta da casa do meu Deus a habitar nas tendas dos ímpios" (Salmos 84.10).

Palavra para o seu coração

Nós, porém, não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito procedente de Deus, para que entendamos as coisas que Deus nos tem dado gratuitamente.

                                      1 Coríntios 2.12

Certamente ele tomou sobre si as nossas enfermidades e sobre si levou as nossas doenças, contudo nós o consideramos castigado por Deus, por ele atingido e afligido.

                                       Isaías 53.4

Tal como a águia

Mas aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças. Voam bem alto como águias.

                                 Isaías 40.31

Uma antiga lenda conta-nos como os pássaros ganharam asas. Narra que a princípio foram criados sem asas, e depois Deus as fez e colocou diante deles, ordenando-lhes que carregassem aquele peso.

Conta que os pássaros, apesar da bela e cintilante plumagem que reluziam a luz do sol, do lindo e alegre gorjeio que encantava a todos os seus ouvintes, ainda não podiam cortar os ares ou sustentarem-se nas alturas. A princípio, reclamaram, murmuraram, hesitaram, e finalmente relutante e muito a contra gosto, obedeceram e apanharam com o bico aqueles pesos "inúteis", e jogaram sobre os ombros para melhor remove-los.

Por um longo tempo, o fardo era incômodo, pesado, difícil de carregar, limitava seus movimentos... Mas certo dia, já cansados e desanimados, de repente moveram as pontas das asas aconchegando-as sobre o coração, perceberam que poderiam utiliza-las, e ao estendê-las foram levantados e sustentados por elas nos ares – os fardos simplesmente tornaram-se asas.

Uma simples e infantil parábola, mas se a aplicarmos à nós – somos exatamente os pássaros sem asas, nossas tarefas, deveres, obrigações são os fardos das asas, que o SENHOR preparou para nos elevar rumo às alturas. Como os pássaros, somos relutantes, indolentes, retraídos, desanimados diante dos pesos; porém, quando resolutos e submissos em obediência os colocamos sobre nosso coração, eles se transformam em asas, com os quais nos elevamos além das barreiras e dos nossos limites em direção ao Criador.

Nada absolutamente é por simples acaso, qualquer fardo que por Deus nos é imposto, por mais esmagador que nos pareça, devemos bendizê-Lo e sermos gratos, pois se o recebermos com amor e o tomarmos com bom ânimo, tornar-se-á em instrumento de benção e o veículo que nos levará além; enquanto que se formos de dura cerviz, recusarmos a baixar os ombros insubmissos para recebê-los, abriremos mão, deixando passar talvez a melhor oportunidade para crescermos e nos desenvolvermos espiritualmente.

"Deus é fiel; ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando forem tentados, ele lhes providenciará um escape, para que o possam suportar" (1 Coríntios 10.13).

Palavra para o seu coração

Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos: Eu vi o Senhor! E contou o que ele lhe dissera.

                                 João 20.18

Pois o Senhor é quem dá sabedoria; de sua boca procedem o conhecimento e o discernimento.

                                 Provérbios 2.6

Sonho de Consumo

 Todas estas coisas vieram sobre mim.

               Gênesis 42.36

"Todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus" (Romanos 8.28).

Buscamos o poder a todo o custo, queremos conquistar, possuir, dominar, sucesso, realização, sermos bem sucedidos em todas as áreas – até decoramos e declaramos os versículos das promessas que nos elevam, nos colocam para cima, e tudo isto é muito bom – o sonho de consumo nos mantém vivos, nos motiva, faz pulsar mais forte nosso acomodado coração.

Mas, como se obtém o poder?

Em uma ocasião visitamos uma antiga usina hidrelétrica, passamos pela casa de máquinas onde grandes aparelhos funcionavam. Ouvimos o ruído forte dos motores funcionando e questionamos ao nosso guia: "Como é gerada aqui a energia"?

- "Bem", disse ele, "a grosso modo, aquelas imensas rodas giram e a fricção que produzem, cria a corrente elétrica".

E é mesmo assim, quando estamos sob forte pressão é porque Deus quer trazer mais poder sobre nos, Ele está através da fricção das turbinas gerando e potencializando Sua energia espiritual – e a maioria das vezes, queremos escapar o quanto antes da pressão que nos encontramos; sem nem ao menos tentarmos absorver a lição para superarmos, nos erguermos e darmos a volta por cima.

Para que haja equilíbrio e estabilidade de forças, é fundamental e necessária a oposição.

Se pesquisarmos veremos que as forças centrípeta e centrífuga, opondo-se uma à outra, mantém o nosso planeta em órbita – uma impele, a outra repele, agem e reagem de tal maneira que ao invés de sair voando em parafuso a esmo, a terra segue sua órbita alinhada, equilibrada em seu eixo ao redor do sol.

É bem dessa forma que Deus guia nossa jornada aqui – não basta termos uma força propulsora, necessitamos igualmente de uma força de repulsão, e assim Ele controla e mantém nosso equilíbrio – por meio das adversidades, das provações que surgem, das pressões, tentações, dificuldades que se levantam, e de tudo o mais que parece digladiar contra nos. Embora não encaramos assim, estas dificuldades estão na verdade; nos favorecendo, firmando e consolidando nosso avanço rumo à conclusão da nossa jornada terrestre. Nada ocorre por mero acaso, tudo tem um propósito!

Encaremos os pesos que surgem, como os frequentadores das academias, que os usam para enrijecer os músculos – Tomemos então os pesos que nos fortalecem, bem como as asas que nos elevam, agradecidos ao SENHOR por ambos, e impelidos, guiados, apoiados Nele, avancemos com resignação, perseverança, fé e paciência no desempenho do nosso chamado.

"Você, porém, seja sóbrio em tudo, suporte os sofrimentos, faça a obra de um evangelista, cumpra plenamente o seu ministério" (2 Timóteo 4.5).

Palavra para o seu coração

Misericórdia, Senhor! Estou em desespero! A tristeza me consome a vista, o vigor e o apetite.

                               Salmos 31.9

Clamou este aflito, e o SENHOR o ouviu e o livrou de todas as suas tribulações.

                               Salmos 34.6

Porquanto o Senhor Deus é sol e escudo; o Senhor dará graça e glória; não negará bem algum aos que andam na retidão.

                                Salmos 84.11

Cá, entre nós

"A virgem ficará grávida e dará à luz um filho, e lhe chamarão Emanuel" que significa "Deus conosco".

                                  Mateus 1.23

As lacunas entre os versículos da Palavra são ensejo o suficiente para criarmos ocasião e suscitarmos humanos questionamentos – principalmente àqueles de nós que não estamos firmes nem consolidados na fé. Sim, é raro alguém ler a Bíblia pela primeira vez, sem pensar consigo mesmo: “Será mesmo possível isso”?

Teria Eva, provado também outros frutos; tudo estava perdido mesmo?!

Conhecemos apenas sucintamente os fatos, o que conseguiram registrar, resgatar até nós – mas nada sabemos sobre os detalhes – e isto dá margem para a criatividade da nossa imaginação, nossos questionamentos...

Será que Noé desfrutou de alguma noite tranquila de sono, durante o período das torrenciais chuvas, sabendo que todos os demais pereceram?

E José, como ficou sua mente conservadora, após receber Maria por esposa, sabendo através de um anjo, que ela estava grávida, sem que ele a houvesse tocado?

Há, porém uma pergunta desnecessária entre as dúvidas que suscitamos:

Será que Deus, sendo quem É, em toda Sua grandiosidade, Se importa? Será que somos relevantes ou valiosos para Deus, o suficiente para Se importar conosco? Atribuiria Ele algum valor, significado ou importância à humanidade corrompida, simples criaturas, desprezíveis mortais?

Entretanto, todo o nosso questionamento infrutífero, dúvidas irrelevantes tornam-se infundadas e desnecessárias diante da delicada face, do puro brilho do olhar de um Bebê nascido num estábulo – Sim, Ele Se importa conosco! Abriu mão da Sua glória – Enviou Seu Precioso e Amado Filho Unigênito para dar Sua vida por nós – Na cruz do calvário, nas marcas deixadas em Seu corpo, na agonia, humilhação e dor que sofreu, provou Seu grande amor por nós. Sim, Ele veio, Deus penetrou, invadiu este mundo - Emanuel - Deus entre nós.

Sim, nossos pecados foram esquecidos – somos livres – temos o nome escrito no Livro dos céus.

Certamente há muitas dúvidas que só serão respondidas e equacionadas quando estivermos na glória, afinal de contas teremos uma eternidade inteira para entendê-las e dirimi-las; mas em tudo isto, se bem avaliarmos, temos muito mais convicções e certeza do que questionamentos.

"Uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus"

(Filipenses 3.13,14).

Palavra para o seu coração

Assim diz o Senhor: Maldito é o homem que confia nos homens, que faz da humanidade mortal a sua força, mas cujo coração se afasta do Senhor. Mas bendito é o homem cuja confiança está no Senhor, cuja confiança nele está.

                                        Jeremias 17.5,7

Pois passamos a ser participantes de Cristo, desde que, de fato, nos apeguemos até o fim à confiança que tivemos no princípio.

                                        Hebreus 3.14

O silencio atuante

 Mas Jesus não respondeu nada, e Pilatos ficou impressionado.

                             Marcos 15.5

Uma das cenas mais impressionante e profundamente tocante da Escritura, é esse quadro onde o Mestre permanece em total silencio, sem responder palavra alguma diante dos Seus acusadores que O injuriavam, enxovalhavam; os quais Ele poderia ter desintegrado literalmente, tê-los feito caírem prostrados aos Seus pés com um simples olhar, com apenas um gesto, uma só palavra de reprimenda. Mas Ele os deixou falar e o pior, concluírem, executarem cabalmente seus maus desígnios, mesmo ciente de tudo o que O aguardava, sem qualquer objeção, permaneceu ali na submissão e no completo silencio de Deus – o mudo Cordeiro Pascal!

Verdadeiramente há um silêncio atuante que permite Deus operar por nós. O silencio obediente e humilde que cala e amordaça o grito cego da razão própria, da justiça a qualquer preço, que baixa a guarda, cessa os planos e projetos carnais, deixa de lado a auto reivindicação, auto piedade, autocomiseração, argumentações, reclamações, explicações inúteis; juntamente com os recursos de sabedoria, entendimento, expectativas e previsões humanas... E deposita tudo nas sábias mãos de Deus, permite assim que Ele proveja, julgue e responda ao golpe cruel, a injustiça, traição, calúnia... Segundo Sua própria ótica, o Seu amor fiel e infalível.

Vezes sem conta deixamos escapar a justiça e a intervenção de Deus, por precipitação e imaturidade espiritual; impulsivamente sem estarmos preparados, tomamos nas mãos e queremos legislar em causa própria e incompetentemente avançamos em nossa defesa, colocando tudo a perder.

Que o SENHOR nosso Deus tenha misericórdia, perdoe aos nossos deslizes e pequenez, nossa insegurança e falta de confiança em Sua justiça, zelo e amor por nós – (jamais faríamos melhor do Ele por nós mesmos), que nos dê equilíbrio, sensatez, maturidade espiritual, mansidão, ensina-nos a aguardar o Seu agir silenciosamente assim como nosso Mestre Jesus.

"Ele foi oprimido e afligido, contudo não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado para o matadouro, e como uma ovelha que diante de seus tosquiadores fica calada, ele não abriu a sua boca" (Isaías 53.7).

Palavra para o seu coração

Eu salvarei o meu rebanho, e elas não serão mais saqueadas. Julgarei entre uma ovelha e outra.

                               Ezequiel 34.22

O ladrão vem apenas para furtar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente.

Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas.

                               João 10.10,11

As nossas motivações

Mas, por isso mesmo alcancei misericórdia, para que em mim, o pior dos pecadores, Cristo Jesus demonstrasse toda a grandeza da sua paciência, usando-me como um exemplo para aqueles que nele haveriam de crer para a vida eterna.

                                    1 Timóteo 1.16

Conta a história de que logo no início da guerra civil dos Estados Unidos, um jovem militar foi detido por deserção. Incapacitado de provar a própria inocência foi julgado e sentenciado à pena capital. Enquanto esperava pela execução, no corredor da morte, seu pedido de clemência chegou até o então Presidente Abraham Lincoln, que compadecido assinou-lhe um alvará concedendo-lhe o perdão.

Porém, o jovem soldado voltou para as fileiras do exército nacional e bravamente permaneceu e lutou durante todo o embate. Mas por trágica ironia do destino, no último confronto com as linhas oponentes, foi alvejado e morto. Muito se surpreenderam quando ao resgatarem seu corpo, encontrou-se no bolso da sua camisa de farda, o indulto de liberdade assinado pelo presidente. Bem ao lado do peito do soldado, repousava a absolvição do seu governante – mas foi exatamente a partir do perdão recebido, que ele encontrou a valentia necessária para permanecer no conflito.

Semelhantemente a muitos de nós que deixamos os temores, inseguranças e nos tornamos intrépidos, ousados e valentes ao recebermos uma nova vida, uma nova chance; ao tomarmos consciência da grandeza, profundidade e extensão da misericórdia, da graça e da redenção da cruz, através Daquele que nos amou, o Filho do Deus Vivo, nosso Redentor, Mestre e SENHOR – por meio de Quem agora vivemos para servi-Lo a cada dia, que Ele aqui nos conceder.

"Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim" (Gálatas 2.20).

Palavra para o seu coração

Os preceitos do Senhor são justos, e dão alegria ao coração. Os mandamentos do Senhor são límpidos, e trazem luz aos olhos.

                                       Salmos 19.8

Aquele que diz: "Eu o conheço", mas não obedece aos seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele.

                                       1 João 2.4

Tudo há seu tempo

Como um feixe recolhido no devido tempo.

                        Jó 5.26

Um entendido sobre aproveitamento de madeiras das antigas embarcações, afirmou que não é apenas a idade que melhora as fibras de um velho navio cargueiro, mas o desgaste das pressões e embates que a embarcação sofre pelas ondas do oceano, a salinidade e a ação química da água, a exposição ao sol, os residos das muitas espécies de carga que se acumulam no seu fundo, tudo contribuem para seu aspecto e aparência final.

Em uma ocasião, algumas pranchas e compensados feitos de antiga viga de carvalho, retirada de um navio de oitenta anos, foram exibidas como relíquia numa boa casa de móveis na Broadway, em Nova York, e atraíram a atenção geral por seu belo e raro colorido e perfeição de textura.

E não menos notáveis foram algumas vigas de mogno extraídas de uma embarcação que singrou os mares por longos sessenta anos – o tempo, o tráfego, o desgaste lhes contraíram os poros e fixaram e aprofundaram suas cores e tons de tal modo, que eram tão magníficas em sua intensidade cromática que se comparariam às porcelanas chinesas da antiguidade. Destaque de raríssima e singular beleza. Com elas fez-se um armário que figurava em lugar estratégico na sala de visitas de uma família rica, em Nova York, demonstrando requinte e esmerado bom gosto.

E fazendo um paralelismo com nossa humanidade, observamos que há uma diferença vertiginosa entre as pessoas idosas que tiveram uma vida conservadora, indolente, preservada e comedida, que foram inúteis, cheias de autopiedade, super protetoras e indulgentes consigo mesmas; e aquelas que navegaram por todas as marés e maremotos que a vida ofereceu, conduziram e removeram todo o tipo de carga como servos, mordomos e despenseiros do SENHOR e cooperadores e ajudadores do seu próximo e de seus semelhantes de maneira geral.

Assim como o aroma das flores permanece nas mãos do ofertante, algum resido da doçura das cargas transportadas penetra e deixa marcas indeléveis na fibra do caráter dessas pessoas, através dos embates e das pressões sofridos singrando os mares da vida.

Mesmo após o sol despedir-se no horizonte, seu brilho ainda permanece como resido a clarear por longos momentos – grande parte das estrelas que figuram brilhantes nas noites escuras, já se extinguiu, mas seu brilho ainda permanece. Mesmo após nossa partida, o legado, a herança que deixarmos, permanecerá – quando desaparece um bom homem, o universo ainda irradia sua luz, mesmo estando morto, ainda fala; assim como Eliseu.

"Assim que o cadáver encostou-se aos ossos de Eliseu, o homem voltou à vida e se levantou" (2 Reis 13.21).

"Se os seus olhos forem bons, todo o seu corpo será cheio de luz. Mas se os seus olhos forem maus, todo o seu corpo será cheio de trevas. Portanto, se a luz que está dentro de você são trevas, que tremendas trevas são"! (Mateus 6.22,23).

Palavra para o seu coração

Esta é a aliança que farei com a comunidade de Israel depois daqueles dias, declara o Senhor: Porei a minha lei no íntimo deles e a escreverei nos seus corações. Serei o Deus deles, e eles serão o meu povo.

                                       Jeremias 31.33

O Deus da paz, que pelo sangue da aliança eterna trouxe de volta dentre os mortos a nosso Senhor Jesus, o grande Pastor das ovelhas, os aperfeiçoe em todo o bem para fazerem a vontade dele, e opere em nós o que lhe é agradável, mediante Jesus Cristo, a quem seja a glória para todo o sempre. Amém.

                                       Hebreus 13.20,21

Auxílio na adversidade

Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre presente na adversidade.

                                    Salmos 46.1

Quantas vezes questionamos a nos mesmos: Por que Deus espera tanto para nos socorrer – Por que só depois que nos desesperamos e desesperançamos, esgotamos todos os nossos recursos; para então aparecer?

Só porque esta é exatamente a Sua maneira de atuar – é necessário tempo para assimilarmos a lição, tudo em Deus tem um propósito. Ele promete estar conosco na angústia, livrar-nos e glorificar-nos. Então primeiro é necessário chegar a angústia, e aí Ele estará conosco em meio à tribulação, durante o percurso e a duração dela – só então nos arrebatará do meio dela – não antes. E isto ocorrerá só após tomarmos consciência de que nossa agitação, desgaste físico e mental, nossas estratégias são totalmente inúteis; e ficarmos tranquilos, sóbrios, calmos, totalmente em paz sobre o assunto, então Ele entra em cena e diz: - "Basta, é o suficiente"!

A tribulação é a didática de Deus para transmitir-nos valiosas e imprescindíveis lições – e quanto mais duros, rebeldes e obstinados somos, tanto maior será o rigor que enfrentaremos; pois, as adversidades visam nos educar, preparar, edificar. Os açoites sofridos pelos bambuzais é que os fortalece e os torna resistentes!

E após a conclusão do Seu aprendizado, quando nos graduamos e passamos de fase, recebemos sempre uma gloriosa recompensa através dela, como se fosse um certificado de etapa concluída. Há nelas um adorno suave e um real valor; o que entendemos como dificuldades, são as oportunidades de Deus para nos promover e graduar.

Um cristão bastante idoso, homem de cor, bem simples, dizia com grande sabedoria algo assim: "Quando Deus prova a gente, é a oportunidade de prova-Lo também – pegamos Suas promessas e as provamos uma a uma – vamos extraindo delas tudo o que é necessário para socorrer a gente naquela tribulação".

Há sempre dois modos de sairmos da adversidade. Uma delas é simplesmente tentar se desvencilhar da melhor maneira possível, com nossos próprios argumentos e respirar aliviado, após tudo concluído. Outra é encarar a tribulação como um desafio de Deus, para que ela venha nos acrescentar grande dádiva e maior bênção já experimentada, e então saudá-la amistosamente como uma oportunidade de agregarmos uma maior medida da graça de Deus. Dessa forma tudo o que parecia contrário e até mesmo o próprio adversário, torna-se instrumento para nossa edificação e o nosso progresso.

E de maneira geral isto tudo é sem dúvida alguma, tornar-se mais que vencedor através Daquele que nos amou!

Palavra para o seu coração

As nações que vocês vão expulsar dão ouvidos aos que praticam magia e adivinhação. Mas, a vocês, o Senhor, o seu Deus, não permitiu tais práticas.

                                  Deuteronômio 18.14

Perdoa-nos os nossos pecados, pois também perdoamos a todos os que nos devem. E não nos deixes cair em tentação.

                                  Lucas 11.4

Promessas cumpridas

Feliz é aquela que creu que se cumprirá aquilo que o Senhor lhe disse!

                                 Lucas 1.45

"Minhas palavras, que se cumprirão no tempo oportuno" (Lucas 1.20).

Elias subiu ao monte, e disse ao servo: - Vá ver da banda do mar, que certo virão nuvens. Vai chover!

Volta o servo: - Não há nada! – Sete vezes torne lá. Pois ele orava ao Deus vivo, que quando promete, Ele dá!

Lá ia o moço e voltava - nenhum sinal pelos céus. Mas Elias, rosto em terra, olhava somente para Deus!

Sétima vez – vem o moço: - Vejo uma nuvem assim: tamanho da mão de um homem! – Isso é o bastante para mim!

Caiu uma chuva copiosa. Veio rápida, veloz... E Elias era sujeito, às mesmas paixões que nós!

Matthew Henry, um servo do Deus Altíssimo, disse: "Precisamos contar com o cumprimento da promessa, mesmo que todos os caminhos que conduzem a ela nos pareçam fechados. Pois quantas forem as promessas feitas por Deus, tantas têm em Cristo o "sim". Por isso, por meio dele, o "Amém" é pronunciado por nós para a glória de Deus" (2 Coríntios 1.20).

Palavra para o seu coração

Eu a plantei como uma videira seleta, de semente absolutamente pura. Como, então, contra mim você se tornou uma videira degenerada e selvagem?

                                      Jeremias 2.21

Será que vocês são tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito, querem agora se aperfeiçoar pelo esforço próprio?

Será que foi inútil sofrerem tantas coisas? Se é que foi inútil!

                                      Gálatas 3.3,4

Refúgio para o cansado

Por isso, não abram mão da confiança que vocês têm; ela será ricamente recompensada.

                   Hebreus 10.35

Haveria algo mais frágil e inútil do que um junco esmagado? Não encontramos mais nenhuma utilidade para um caniço quebrado. Sim, o que era antes uma tenra haste delgada, firme e empertigada, perdera o viço, a altivez; tornara-se murcha, alquebrada, imperceptível, insignificante, atirada de um lado para outro...

E alguns de nós nos encontramos e sentimos mesmo assim, exatamente como uma cana esmagada.

Sim, nós mesmos, que no passado, "tempo das vacas gordas", andávamos aprumados, nariz empinado, frequentávamos altas rodas da sociedade, muitos amigos íntimos como irmãos, muitos convites, agendas, reuniões, muitas festas e celebrações, viagens, investimentos e aquisições; éramos orgulhosos e presunçosos, pensávamos que a vida transcorreria somente e apenas assim em maré alta...

Mas, de repente algo inesperado ocorreu – fomos quebrados – por duras e ásperas palavras, subtraído por um sócio sagaz e mai esperto, frustrado por uma promoção que não veio; decepcionados por um amigo que puxou nosso tapete, inconsolado pela traição do cônjuge – gradativamente nos tornamos o caniço partido – evitado por uns, ignorado por outros, são telefones mudos, são mensagens que não retornam, totalmente esquecidos, abandonados ao Léo... A sociedade tem uma destinação específica para estes que se tornam assim como nós, obsoletos, ultrapassados, démodé,... Sim, estes são destinados ao museu de quinquilharias, farão conosco exatamente o que pensamos que somos: NADA – o inútil e imperceptível caniço partido, já não é mais  socialmente produtivo, tornou-se um produto vencido, expirou o prazo de validade, infelizmente!

Ainda bem, para nossa sorte – Deus não entende assim – Ele não leva em conta o nosso tempo de ignorância e cegueira espiritual. E segundo os inspirados escritores da Palavra, por suas narrativas nos demonstram retratado em muitos painéis o toque divino e terno de um Criador que tem zelo e um lugar especial para os esmagados, sobrecarregados e cansados do mundo. Não despreza ou exclui, nem mesmo um filho pródigo. O nosso Deus é um Pai que sabe como cuidar do coração ferido.

"Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve" (Mateus 11.28-30).

Palavra para o seu coração

Pois derramarei água na terra sedenta, e torrentes na terra seca; derramarei meu Espírito sobre sua prole, e minha bênção sobre seus descendentes.

                                 Isaías 44.3

E, porque vocês são filhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho aos seus corações, o qual clama: "Aba, Pai".

                                 Gálatas 4.6

Paciência ao esperar

 Como são felizes todos os que nele esperam!

                    Isaías 30.18

Muito se fala sobre o esperar em Deus. Entretanto, há algumas considerações a serem avaliadas neste assunto.

Quando aguardamos “em” Deus, Ele certamente espera que estejamos prontos, preparados; mas quando esperamos “por” Deus, somos nós que aguardamos que Ele esteja pronto a nos favorecer.

A maioria de nós cremos que, no exato momento em que preenchemos todos os quesitos, satisfazemos todas as condições necessárias à resposta de uma petição; aí então, Deus atende. Sim, entendemos que Deus atua num eterno agora, sem limitações ou embaraços com o passado, presente ou futuro. E uma vez atendidas e cumpridas todas as Suas exigências e requerimentos, no caminho da obediência ao Seu querer e à Sua vontade, todas as nossas necessidades serão sumariamente e imediatamente supridas, os nossos sonhos e desejos satisfeitos, e as nossas petições e orações atendidas, prontamente respondidas ao pé da letra.

Sem dúvida, há alguma verdade nessa crença e entendimento simplista, mas ela não expressa toda a verdade. Mesmo porque, embora Deus viva num eterno agora, Ele é o SENHOR sobre tudo e sobre todos e opera os Seus propósitos no Seu tempo e não no nosso. Contudo, uma petição apresentada diante Dele é como uma sementinha lançada ao solo. As circunstancias e forças que atuam e agem acima e além do nosso controle e entendimento, trabalham sobre ela, até o momento suficiente de maturação, onde ocorre a plena frutificação e só então vem a resposta.

É fundamental e de suma importância que a paciência esteja sempre disposta a esperar, pois nunca sabemos precisar o momento exato em que ela será necessária.

"Assim como você não conhece o caminho do vento,... também não pode compreender as obras de Deus, o Criador de todas as coisas. Plante de manhã a sua semente, e mesmo ao entardecer não deixe as suas mãos ficarem à toa, pois você não sabe o que acontecerá, se esta ou aquela produzirá, ou se as duas serão igualmente boas" (Eclesiastes 11.5,6).

"Espera no Senhor, anima-te, e ele fortalecerá o teu coração; espera, pois, no Senhor" (Salmo 27.14). 

Palavra para o seu coração

Eu curarei a infidelidade deles e os amarei de todo o meu coração, pois a minha ira desviou-se deles.

                                         Oséias 14.4

E estão vendo e ouvindo como este indivíduo, Paulo, está convencendo e desviando grande número de pessoas aqui em Éfeso e em quase toda a província da Ásia. Diz ele que deuses feitos por mãos humanas não são deuses.

                                         Atos 19.26

O Nosso Refúgio

Moisés aproximou-se da nuvem escura em que Deus se encontrava.

                             Êxodo 20.21

Em certa ocasião, um idoso camponês estava num alto pico das rochosas montanhas, observava uma tempestade que assolava o vale. De repente de forma surpreendente, surgiu uma águia, que roubou toda a cena; atravessando desafiadoramente as espessas, densas e escuras nuvens, voando para as imensas alturas de encontro ao sol. Era um momento único de extraordinária e singular beleza, as gotas d’água em suas penas, brilhavam como se fossem chamuscadas e cravadas de diamantes, como a refletir o próprio arco iris. Certamente se não fosse a tempestade, ela teria permanecido no vale.

As tristezas, lutas e adversidades da vida nos incomodam, motivam e nos impelem a buscar a Deus.

Às vezes inerte numa cama, entre ais e dores constantes, tudo adverso, aos avessos. Grana curta, contas vencidas, nuvens densas e escuras ao redor, nenhum alento ou perspectiva. Mas eis, um brilho no olhar de um irmão, ou de uma criança radiante; no sorriso uma paz transbordante, que comunica a beleza e pureza de Cristo e Nele a Presença de Deus. Ele nunca abandona os Seus!

Deus ainda tem Seus segredos, revelados aos sábios, dedicados e aos que buscam o entendimento em Sua Palavra. Não devemos temer as densas nuvens; contentemo-nos em aceitar e nos resignar diante do que ainda não podemos entender; esperemos pacientemente. Dentro em breve Ele mesmo nos revelará Seus tesouros ocultos, as profundas riquezas da Sua glória e dos Seus mistérios. O mistério é simplesmente o véu da face do SENHOR, que ainda não foi a nos removido.

Não temamos as nuvens densas das circunstancias que nos envolvem. Deus está nela, mesmo que não possamos vê-Lo. Certamente o outro lado da nuvem está repleto, radioso da Sua Presença e glória.

"Não se surpreendam com o fogo que surge entre vocês para prová-los, como se algo estranho lhes estivesse acontecendo. Mas alegrem-se à medida que participam dos sofrimentos de Cristo, para que também, quando a sua glória for revelada, vocês exultem com grande alegria" (1 Pedro 4.12,13).

Quando todos desistem de nós, e parecemos estar completamente sós, abandonados, Deus está bem perto. Ele Se encontra na nuvem escura, exatamente aquela que mais tememos... Mergulhemos como a águia, desafiadoramente sobre a densidade dela, corajosamente sem temer, pois no oculto do Seu Tabernáculo encontraremos o Mestre, assim como Estevão, a nossa espera.

"Deus é o nosso refúgio e a nossa fortaleza, auxílio sempre presente na adversidade. Por isso não temeremos, embora a terra trema e os montes afundem no coração do mar, embora estrondem as suas águas turbulentas e os montes sejam sacudidos pela sua fúria... Deus nela está! Não será abalada! Deus vem em seu auxílio desde o romper da manhã" (Salmos 46.1-3,5).