Disse o SENHOR a Abrão, depois que Ló separou-se dele:
"De onde você está, olhe para o norte, para o sul, para o leste e para o
oeste: toda a terra que você está vendo darei a você e à sua descendência para
sempre. Tornarei a sua descendência tão numerosa como o pó da terra. Se for
possível contar o pó da terra, também se poderá contar a sua descendência.
Gênesis
13.14-16
Deus prometeu abençoar Abrão e fazer dele uma grande nação.
Antes que ele deixasse a família de seu pai em Harã, Deus lhe prometeu:
"Farei de você um grande povo, e o abençoarei. Tornarei
famoso o seu nome, e você será uma bênção. Abençoarei os que o abençoarem e
amaldiçoarei os que o amaldiçoarem; e por meio de você todos os povos da terra
serão abençoados" (Gn 12.2,3).
Após a separação de Abrão e Ló, em Betel, Deus ordenou a
Abrão que olhasse nas direções norte, sul, leste e oeste, pois toda a terra
diante de seus olhos lhe estava destinada. Não apenas a ele, mas à sua semente
também. E, quando ele já estava na terra de Canaã, o Senhor apareceu-lhe e
confirmou: À sua descendência darei esta terra" (Gn 12.7)
Abrão creu na promessa de Deus, porém os anos se passaram e a
sua mulher, Sarai, permanecia estéril. Não havia evidência de que a promessa se
cumpriria. Nas planícies de Manre, Abrão cobrou de Deus a prometida
multiplicação de sua descendência: "Tu não me deste filho algum! Um servo
da minha casa será o meu herdeiro!" (Gn 15.3).
Com a mente natural, Abrão considerava apenas circunstâncias externas:
a idade avançada de ambos, a esterilidade de Sarai. Mas Abrão começou a ver com
os "olhos da fé" a promessa que Deus lhe fizera.
Deus reafirmou a sua promessa: "Seu herdeiro, não será
esse. Um filho gerado por você mesmo será o seu herdeiro" (Gn 15.4). Para
ilustrar a magnitude da promessa, o levou para fora da tenda, mostrou-lhe a
vasta expansão dos céus com as suas incontáveis estrelas e disse-lhe:
"Olhe para o céu e conte as estrelas, se é que pode contá-las'" (Gn
15.5).
Lentamente, ele se vira para o norte e vê um exército
inumerável de estrelas, para oeste e mais estrelas preenchem o céu, volta-se e contempla o céu do sul e vê o céu estrelado acima dele, o número infinito de estrelas deixa-o
maravilhado! Então Deus diz: "Assim será a sua descendência" (Gn
15.5).
Embora ele e Sarai fossem bem idosos, e ela fosse estéril,
Abrão creu que Deus faria exatamente o que havia prometido. Ele tinha uma fé
simples, e era leal a Deus. Por isto, deixou de olhar para as circunstancias
externas, preferindo crer em Deus e confiar Nele.
Deus creditou-lhe isso como justiça: "Abraão, contra
toda esperança, em esperança creu, tornando-se assim pai de muitas nações, como
foi dito a seu respeito: 'Assim será a sua descendência'. Sem se enfraquecer na
fé, reconheceu que o seu corpo já estava sem vitalidade, pois já contava cerca
de cem anos de idade, e que também o ventre de Sara já estava sem vigor. Mesmo
assim não duvidou nem foi incrédulo em relação à promessa de Deus, mas foi
fortalecido em sua fé e deu glória a Deus, estando plenamente convencido de que
Ele era poderoso para cumprir o que havia prometido. Em conseqüência, 'isso lhe
foi creditado como justiça'. A locução verbal 'lhe foi creditado' não diz
respeito apenas a Abraão, mas também a nós, a quem Deus creditará justiça, por
crermos naquele que ressuscitou dos mortos a Jesus, nosso Senhor" (Rm
4.18-24).
A definição mais pura da palavra "esperança" em
Romanos 4.18 é "desejo acompanhado pela certeza de seu cumprimento".
Abraão, com essa esperança, creu. Um desejo fervia em seu interior, a viva
expectativa de que teria o filho que Deus lhe prometera. Estava totalmente
convencido de que Deus era capaz de fazer o que prometera!
Na aliança entre Deus e Abraão, está o princípio-chave no
qual se baseia a Nova Aliança. É pela fé e pela simples lealdade a Deus —
crendo que Ele fará o que prometeu — que somos justificados e declarados justos
diante de Deus, não por nossas obras: "Vocês são salvos pela graça, por
meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não por obras, para que
ninguém se glorie" (Ef 2.8,9).
Pela nossa fé em Cristo, na obra que Ele realizou na cruz e
no poder do Espírito que opera em nós, somos salvos, purificados, justificados
e transformados à sua semelhança.
A fé que nos salva nem mesmo é nossa! Ela não é produto da
mente natural: é dom de Deus. Quando nos rendemos a Deus, sujeitando a Ele a
nossa vontade e todo nosso ser, temos a semente da fé plantada em nosso coração.
Ele nos dá o poder de tornarmos seus filhos (Jo 1.12). Por mais que se esforce,
o homem não consegue produzir fé, pois ela é um dom de Deus!
Esta é a chave para usufruir os nossos direitos e privilégios
sob a Nova Aliança: todas aquelas bênçãos e promessas pertencem a nós AGORA!
Nós as herdamos como filhos de Deus.
Para receber tais bênçãos, nosso espírito precisa "estar
carregado" com as promessas de Deus e cheio de ESPERANÇA ("desejo
acompanhado pela certeza de seu cumprimento"). Precisamos estar convictos
de que iremos receber o que desejamos. Como Abraão, temos de crer: termos fé e
estarmos plenamente convencidos de que Deus fará o que prometeu.
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