sexta-feira, 7 de setembro de 2018

A paciente quietude


Bem aventurado o que espera.

                                      Daniel 12.12

Esperar pode parecer algo simples, elementar, prática fácil de ser exercida – afinal de contas, a grosso modo, basta apenas não tomar nenhuma atitude, nada decidir, permanecer como está.
Mas se bem analisarmos, é uma das disposições de espírito que exige muito de nós, e a bem da verdade, o soldado cristão só a assimila e aprende a ter, após anos de ensino e treinamento.
Para o guerreiro de Deus, o calor da batalha, o fervor do momento, a marcha em ritmo acelerado são bem mais simples e fáceis do que a estagnação, o permanecer quieto e ficar parado.
Exige bastante disciplina e rígido treinamento pois são longos dias, extensas horas, e há amplos momentos de contemplação, silenciosa quietude e perplexidade; em que o espírito mais pronto e afoito, mais ansioso e desejoso de servir ao SENHOR, que almeja e tem sede de parecer e ser útil a todo custo; não sabe que direção tomar, que caminho seguir, qual opção escolher, se sente em plena queda livre solto no ar... É como um cavalo selvagem que precisa ser domado.
O que pensar ou fazer então? Andar em círculos, nervosamente? Agitar-se  e esbravejar em desespero? Correr e retroagir, voltando atrás covardemente? Escolher às escuras, seguir à direita ou mesmo à esquerda – disputar no cara e coroa qual é a melhor direção? Avançar presunçosamente, como se fôssemos senhores da situação?!
Mas nada disso – simplesmente esperar! Esperar confiando, em fé e em constante oração.
Entretanto, há algo que podemos praticar enquanto esperamos; sim, podemos clamar ao SENHOR, nos colocar em Sua Presença, expor e contar a Ele as nossas lutas e dificuldades e rogar por Sua promessa de auxílio. Mesmo porque dependemos Dele para literalmente tudo o que fazemos.
"Se alguém permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma.
Se vocês permanecerem em mim, e as minhas palavras permanecerem em vocês, pedirão o que quiserem, e lhes será concedido" (João 15.5,7).
"Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos" (Mateus 28.20).
Podemos colocar fé e esperança em nossa espera, expressar ao SENHOR a nossa firme convicção e arraigada confiança Nele. Podemos crer que, muito embora Ele possa nos conservar na expectativa dias e horas a fio, contudo, no momento certo, a resposta virá e não falhará jamais. Ele não é homem para que minta e nem filho do homem para que se arrependa (Números 23.19).
Esperar em quieta e pacífica paciência – sem murmurar contra a fonte de onde provem a aparente adversidade que nos aflige - como fizeram os israelitas contra Moisés em pleno deserto.
Avalie, pondere e aceite a circunstancia exatamente, nua e crua como é, e a coloque exatamente assim nas sábias mãos Daquele  que tudo pode, o Deus do impossível e do concerto de todas as coisas visíveis e invisíveis – simplesmente e sinceramente de todo o coração e sem qualquer intervenção e interferência da nossa tendenciosa vontade.
Podemos expressar a Ele a nossa total rendição para que se cumpra plenamente o Seu querer e não o nosso, salientando a nossa condição exatamente como nos encontramos – em um beco sem saída, sem saber o que fazer, mas que estamos dispostos a esperar pelo escape e a direção Dele, até que abra as águas, derrube as barreiras, as muralhas venham ruir, os gigantes venham tombar ao chão e os nossos inimigos fujam confusos, envergonhados e temerosos diante de nós. Que esperaremos ainda que seja por muitos dias, pois o nosso coração e o nosso espírito está firmado e ancorado Nele, na plena convicção de que só Ele é o nosso socorro bem presente, a nossa completa alegria e total salvação, o nosso refúgio, abrigo seguro e a nossa torre forte - a Ele a glória para todo o sempre!


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