Bem
aventurado o que espera.
Daniel
12.12
Esperar
pode parecer algo simples, elementar, prática fácil de ser exercida – afinal de
contas, a grosso modo, basta apenas não tomar nenhuma atitude, nada decidir,
permanecer como está.
Mas
se bem analisarmos, é uma das disposições de espírito que exige muito de nós, e
a bem da verdade, o soldado cristão só a assimila e aprende a ter, após anos de
ensino e treinamento.
Para
o guerreiro de Deus, o calor da batalha, o fervor do momento, a marcha em ritmo
acelerado são bem mais simples e fáceis do que a estagnação, o permanecer
quieto e ficar parado.
Exige
bastante disciplina e rígido treinamento pois são longos dias, extensas horas,
e há amplos momentos de contemplação, silenciosa quietude e perplexidade; em
que o espírito mais pronto e afoito, mais ansioso e desejoso de servir ao
SENHOR, que almeja e tem sede de parecer e ser útil a todo custo; não sabe que
direção tomar, que caminho seguir, qual opção escolher, se sente em plena queda
livre solto no ar... É como um cavalo selvagem que precisa ser domado.
O
que pensar ou fazer então? Andar em círculos, nervosamente? Agitar-se e esbravejar em desespero? Correr e retroagir,
voltando atrás covardemente? Escolher às escuras, seguir à direita ou mesmo à
esquerda – disputar no cara e coroa qual é a melhor direção? Avançar
presunçosamente, como se fôssemos senhores da situação?!
Mas
nada disso – simplesmente esperar! Esperar confiando, em fé e em constante
oração.
Entretanto,
há algo que podemos praticar enquanto esperamos; sim, podemos clamar ao SENHOR,
nos colocar em Sua Presença, expor e contar a Ele as nossas lutas e
dificuldades e rogar por Sua promessa de auxílio. Mesmo
porque dependemos Dele para literalmente tudo o que fazemos.
"Se
alguém permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; pois sem mim vocês não
podem fazer coisa alguma.
Se
vocês permanecerem em mim, e as minhas palavras permanecerem em vocês, pedirão
o que quiserem, e lhes será concedido" (João 15.5,7).
"Eis
que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos" (Mateus 28.20).
Podemos
colocar fé e esperança em nossa espera, expressar ao SENHOR a nossa firme
convicção e arraigada confiança Nele. Podemos crer que, muito embora Ele possa
nos conservar na expectativa dias e horas a fio, contudo, no momento certo, a
resposta virá e não falhará jamais. Ele não é homem para que minta e nem filho
do homem para que se arrependa (Números 23.19).
Esperar
em quieta e pacífica paciência – sem murmurar contra a fonte de onde provem a
aparente adversidade que nos aflige - como fizeram os israelitas contra Moisés
em pleno deserto.
Avalie,
pondere e aceite a circunstancia exatamente, nua e crua como é, e a coloque
exatamente assim nas sábias mãos Daquele
que tudo pode, o Deus do impossível e do concerto de todas as coisas
visíveis e invisíveis – simplesmente e sinceramente de todo o coração e sem
qualquer intervenção e interferência da nossa tendenciosa vontade.
Podemos
expressar a Ele a nossa total rendição para que se cumpra plenamente o Seu
querer e não o nosso, salientando a nossa condição exatamente como nos
encontramos – em um beco sem saída, sem saber o que fazer, mas que estamos
dispostos a esperar pelo escape e a direção Dele, até que abra as águas,
derrube as barreiras, as muralhas venham ruir, os gigantes venham tombar ao chão e os
nossos inimigos fujam confusos, envergonhados e temerosos diante de nós. Que esperaremos
ainda que seja por muitos dias, pois o nosso coração e o nosso espírito está
firmado e ancorado Nele, na plena convicção de que só Ele é o nosso socorro bem
presente, a nossa completa alegria e total salvação, o nosso refúgio, abrigo seguro
e a nossa torre forte - a Ele a glória para todo o sempre!
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