terça-feira, 7 de novembro de 2017

Unidos na graça


 Façam todo o possível para viver em paz com todos.

                       Romanos 12.18

Há uma parábola, entitulada "A noiva briguenta" de Karen Mains com cenas um tanto inusitadas, mas bem apropriada para nossa atual realidade.
Ela descreve o momento de suspense quase mágico, numa requintada cerimônia nupcial. Lá na frente está o impaciente e nervoso noivo, num impecável smoking de corte moderno e extremo bom gosto – fino, elegante, sorridente disfarça o intenso nervosismo da expectativa, seus sapatos brilham caprichosamente, cada fio de cabelo no seu devido lugar; ansiosamente aguarda pela entrada da noiva amada.
Toda a igreja encontra-se em festa, ornada, decorada e iluminada; os convidados irrequietos em seus lugares, alegres, atraentes numa atmosfera de suspense.
Finalmente chega o momento mágico, quando o órgão soa num crescendo, e majestosamente inicia a tão esperada marcha nupcial.
Todos se levantam e olham em direção à porta, para o primeiro vislumbre da noiva, caminhando sobre o tapete de veludo vermelho, numa cena que é quase angelical...
De repente, ouve-se um rumor, um burburinho de murmúrio horrorizado - os presentes estão extremamente chocados...
O noivo olha fixamente, numa incredulidade embaraçosa – em vez de uma jovem bela e adorável, num lindo e enfeitado vestido branco, que sorri a todos sob um véu rendado; a noiva entre curvada - Cheia de contusões, hematomas e escoriações, vários esfolados e feridas horripilantes de onde escorre fétida secreção. Seu nariz ainda sangra, um olho roxo e o outro muito inchado, os cabelos despenteados, e o vestido rasgado em total desalinho respingado pelo sangue.
Este noivo tão bonito, não merece algo melhor que isto?! Pergunta então a autora.
Surge então o argumento contundente – A sua noiva novamente estivera envolvida em brigas.
E a nós cabe uma reflexão: Como seria a cena do casamento se hoje o Noivo Cristo, reclamasse Sua noiva, Igreja? Tentemos imaginá-Lo ao lado de uma esposa rixosa e hostil. Uma coisa é sobreviver e resistir aos golpes do mundanismo cruel e resistente aos valores divinos, mas viver em completa e total desarmonia uns com os outros, em constantes brigas, desavenças e discussões entre os próprios cristãos, chega a ser impensável!
Mas, apesar de inaceitável, impróprio e impensável como deveria ser, na verdade, a noiva já briga por séculos a fio. A boa convivência entre os irmãos dura apenas por instantes, e logo perdemos a paciência e a tolerância e partimos para as vias de fato, e que vença o melhor... Somos exatamente assim abraçáveis e aborrecíveis ao mesmo tempo, intolerantes, impacientes, indócis, cheios de razão própria. Infelizmente é bem assim que ocorre em nossos relacionamentos na família cristã – sem mencionar a variedade de nossas fortes e arrojadas personalidades voluntariosas, dons, gostos e preferências requintadas – isto é até saudável se bem dosado, afinal de contas o nosso Criador nos fez assim. O problema é a nossa indisposição e maltrato uns com os outros, nossa rivalidade, concorrência no mesmo grupo, os ataques exasperados, as distorções verbais, as disputas infantis, o partidarismo e o voluntarismo ao invés de unirmos as forças e somarmos a variedade e diversidade de talentos.
A bem da verdade, somos um péssimo exemplo para quem nos vê de fora – um observador a meia distância logo questionaria – por que insistimos em nos denominar "cristãos"?
Por que tão pouca aceitação e tolerância uns para com os outros, se recebemos a ordem direta de guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz? (Charles Swindoll).
"Não retribuam a ninguém mal por mal. Procurem fazer o que é correto aos olhos de todos" (Romanos 12.17).
"Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor" (Hebreus 12.14).
"Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: Minha é a vingança; eu retribuirei, diz o Senhor. Pelo contrário: Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele. Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem" (Romanos 12.19-21).
"O zelo que tenho por vocês é um zelo que vem de Deus. Eu os prometi a um único marido, Cristo, querendo apresentá-los a ele como uma virgem pura" (2 Coríntios 11.2).
"Ninguém jamais odiou o seu próprio corpo, antes o alimenta e dele cuida, como também Cristo faz com a igreja, pois somos membros do seu corpo" (Efésios 5.29,30).

"Filhinhos, agora permaneçam nele para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e não sejamos envergonhados diante dele na sua vinda. Se vocês sabem que ele é justo, saibam também que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele" (1 João 2.28,29).

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