Romanos 12.18
Há uma parábola, entitulada "A noiva
briguenta" de Karen Mains com cenas um tanto inusitadas, mas bem apropriada
para nossa atual realidade.
Ela descreve o momento de
suspense quase mágico, numa requintada cerimônia nupcial. Lá na frente está o
impaciente e nervoso noivo, num impecável smoking de corte moderno e extremo
bom gosto – fino, elegante, sorridente disfarça o intenso nervosismo da
expectativa, seus sapatos brilham caprichosamente, cada fio de cabelo no seu
devido lugar; ansiosamente aguarda pela entrada da noiva amada.
Toda a igreja encontra-se
em festa, ornada, decorada e iluminada; os convidados irrequietos em seus lugares,
alegres, atraentes numa atmosfera de suspense.
Finalmente chega o momento
mágico, quando o órgão soa num crescendo, e majestosamente inicia a tão
esperada marcha nupcial.
Todos se levantam e olham
em direção à porta, para o primeiro vislumbre da noiva, caminhando sobre o
tapete de veludo vermelho, numa cena que é quase angelical...
De repente, ouve-se um
rumor, um burburinho de murmúrio horrorizado - os presentes estão extremamente
chocados...
O noivo olha fixamente,
numa incredulidade embaraçosa – em vez de uma jovem bela e adorável, num lindo
e enfeitado vestido branco, que sorri a todos sob um véu rendado; a noiva entre
curvada - Cheia de contusões, hematomas e escoriações, vários esfolados e
feridas horripilantes de onde escorre fétida secreção. Seu nariz ainda sangra,
um olho roxo e o outro muito inchado, os cabelos despenteados, e o vestido rasgado
em total desalinho respingado pelo sangue.
Este noivo tão bonito, não
merece algo melhor que isto?! Pergunta então a autora.
Surge então o argumento
contundente – A sua noiva novamente estivera envolvida em brigas.
E a nós cabe uma reflexão:
Como seria a cena do casamento se hoje o Noivo Cristo, reclamasse Sua noiva,
Igreja? Tentemos imaginá-Lo ao lado de uma esposa rixosa e hostil. Uma coisa é
sobreviver e resistir aos golpes do mundanismo cruel e resistente aos valores
divinos, mas viver em completa e total desarmonia uns com os outros, em
constantes brigas, desavenças e discussões entre os próprios cristãos, chega a ser impensável!
Mas, apesar de
inaceitável, impróprio e impensável como deveria ser, na verdade, a noiva já
briga por séculos a fio. A boa convivência entre os irmãos dura apenas por instantes,
e logo perdemos a paciência e a tolerância e partimos para as vias de fato, e
que vença o melhor... Somos exatamente assim abraçáveis e aborrecíveis ao mesmo
tempo, intolerantes, impacientes, indócis, cheios de razão própria. Infelizmente
é bem assim que ocorre em nossos relacionamentos na família cristã – sem mencionar
a variedade de nossas fortes e arrojadas personalidades voluntariosas, dons,
gostos e preferências requintadas – isto é até saudável se bem dosado, afinal de
contas o nosso Criador nos fez assim. O problema é a nossa indisposição e
maltrato uns com os outros, nossa rivalidade, concorrência no mesmo grupo, os
ataques exasperados, as distorções verbais, as disputas infantis, o partidarismo
e o voluntarismo ao invés de unirmos as forças e somarmos a variedade e diversidade de talentos.
A bem da verdade, somos um
péssimo exemplo para quem nos vê de fora – um observador a meia distância logo
questionaria – por que insistimos em nos denominar "cristãos"?
Por que tão pouca aceitação
e tolerância uns para com os outros, se recebemos a ordem direta de guardar a
unidade do Espírito pelo vínculo da paz? (Charles Swindoll).
"Não retribuam a
ninguém mal por mal. Procurem fazer o que é correto aos olhos de todos"
(Romanos 12.17).
"Esforcem-se para
viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o
Senhor" (Hebreus 12.14).
"Amados, nunca
procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: Minha é a
vingança; eu retribuirei, diz o Senhor. Pelo contrário: Se o seu inimigo tiver
fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazendo isso, você
amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele. Não se deixem vencer pelo mal, mas
vençam o mal com o bem" (Romanos 12.19-21).
"O zelo que tenho por
vocês é um zelo que vem de Deus. Eu os prometi a um único marido, Cristo,
querendo apresentá-los a ele como uma virgem pura" (2 Coríntios 11.2).
"Ninguém jamais odiou
o seu próprio corpo, antes o alimenta e dele cuida, como também Cristo faz com
a igreja, pois somos membros do seu corpo" (Efésios 5.29,30).
"Filhinhos, agora
permaneçam nele para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e não
sejamos envergonhados diante dele na sua vinda. Se vocês sabem que ele é justo,
saibam também que todo aquele que pratica a justiça é nascido dele" (1
João 2.28,29).
Nenhum comentário:
Postar um comentário