quinta-feira, 30 de novembro de 2017

O mérito da Misericórdia


 Bem aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia.

                                    Mateus 5.7

Quando nós, como cristãos, nos vemos como realmente somos, quando lamentamos a nossa condição, e andamos com humildade diante de Deus; tal qual aquele leproso que cheio de receio e reverência, ciente da sua condição se aproxima de Jesus e clama... Quando temos fome e sede de justiça, não apenas a que nos concerne, mas a justiça divina que é sobre todos, então a misericórdia se produz em nós. Passamos a ser misericordiosos somente quando reconhecemos a grande misericórdia que a nós foi concedida.
Jesus disse: "Bem aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia" (Mateus 5.7).
Mesmo na cultura daquela época de Jesus, e mais ainda nos dias atuais, a misericórdia nunca foi muito considerada, nem tão pouco atributo dos fortes, orgulhosos, abastados e poderosos. Na verdade, os romanos não se importavam e nem reconheciam a misericórdia. Entendiam-na como uma fraqueza, debilidade e não uma virtude. Um filósofo romano dizia que a misericórdia é "uma doença da alma." Os romanos valorizavam a justiça, coragem, disciplina e o poder. Não havia espaço para Misericórdia na cultura deles, assim como também não tem na nossa hoje.
No entanto, Jesus disse: "Bem aventurados os misericordiosos...." A Misericórdia é algo que praticamos, não apenas sentimos. Significa ajudar uma pessoa em necessidade, estender a mão ao aflito, resgatar alguém da miséria, socorrer alguém em desespero. Misericórdia significa um sentimento de compaixão, acrescido do real desejo de fazer algo para atenuar, diminuir, aplacar ou sanar o sofrimento alheio. O simples fato de se compadecer da dor do próximo, não é ter misericórdia. Misericórdia é atender, procurar satisfazer a necessidade, e não apenas senti-la. A verdadeira misericórdia é piedade somada à ação.
Quanto maior for o senso de justiça em uma pessoa, mais misericordiosa ela será. E quanto mais mundana, pecaminosa a pessoa for, mais dura, intolerante e crítica ela também o será. Não são poucas as vezes que cometemos o grave equivoco em pensar que as pessoas rápidas para julgar e condenar, são mais profundas, sábias e espirituais. Na verdade é exatamente o oposto. Quando se é realmente sábio, profundo e espiritual, consequentemente torna-se também misericordioso, alguém que não crítica ou condena, porque tem consciência da total dependência da misericórdia divina a todo tempo, e de que com a mesma medida que medir, também o medirão.
"Sejam misericordiosos, assim como o Pai de vocês é misericordioso. Não julguem, e vocês não serão julgados. Não condenem, e não serão condenados. Perdoem, e serão perdoados.

Deem, e lhes será dado: uma boa medida, calcada, sacudida e transbordante será dada a vocês. Pois a medida que usarem, também será usada para medir vocês" (Lucas 6.36-38).

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