terça-feira, 30 de maio de 2017

Vasos de honra


Amados, não se surpreendam com o fogo que surge entre vocês para os provar, como se algo estranho lhes estivesse acontecendo. Mas alegrem-se à medida que participam dos sofrimentos de Cristo, para que também, quando a sua glória for revelada, vocês exultem com grande alegria.

                                      1 Pedro 4.12,13

Num grupo em expedição para conhecermos uma Olaria, ficamos surpresos quando o artífice pediu gentilmente para que não tocássemos algumas peças separadas numa prateleira, embora houvesse um quase sonoro aviso em grandes letras garrafais "NÃO TOQUE". Despertou-nos a curiosidade, pois havia outros semelhantes, mas que podiam ser tocados.
Observando o oleiro, o quanto nos intrigara, solícito esclareceu – "estes não devem ser tocados porque ainda não foram queimados". Explicou que para se produzir uma obra prima, é necessário mais que o simples material bruto, ou delicadas bolhas que serão moldadas e transformadas em belas formas e raras peças. Se ele interrompesse naquele exato ponto, os vasos e as peças seriam frágeis, poderiam rapidamente ser deformados e danificados – sem o fogo, a obra do oleiro mesmo que bela é frágil demais.
As demais peças que podiam ser tocadas e manuseadas haviam sofrido duplo cozimento, em forno de elevada temperatura, muito acima de dois mil graus centígrados – "o fogo é o responsável pela firmeza, sustentação e durabilidade, é o que torna o barro firme e forte. O fogo faz a beleza durar"! Arrematou o nosso gentil anfitrião.
Isso não diverge muito das afirmações do Apóstolo Pedro, quando se refere a um fogo que aumenta o valor de algo precioso. 
Sim, muitas vezes sentimos nossas fornalhas super aquecidas, são aflições de compromissos que nos sufocam, metas a serem batidas, horas a serem cumpridas, tarefas a serem desempenhadas, trabalhos a serem efetuados, obras a serem realizadas... Esse calor que provoca estresse provem de nossas agendas superlotadas, nosso estilo de vida super comprometido, acúmulo de atividade, são nossas próprias limitações.
Há, porém, outro fogo que não se origina em nós mesmos, mas vem do Supremo Artífice, o Nosso Grande Oleiro – é bom que saibamos que em meio às pressões e adversidades que sofremos, e estamos expostos rotineiramente; há um fogo que queima e outro que embeleza.
Ao mantermos bem direcionadas as nossas prioridades na vida, podemos sim resistir às provações e tentações mais ferozes e terríveis.
"Nisso vocês exultam, ainda que agora, por um pouco de tempo, devam ser entristecidos por todo tipo de provação. Assim acontece para que fique comprovado que a fé que vocês têm, muito mais valiosa do que o ouro que perece, mesmo que refinado pelo fogo, é genuína e resultará em louvor, glória e honra, quando Jesus Cristo for revelado" (1 Pedro 1.6,7).

"Meus irmãos, considerem motivo de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, pois vocês sabem que a prova da sua fé produz perseverança" (Tiago 1.2,3).

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