De noite recordo minhas canções. O meu
coração medita,
Salmos 77.6
Tempos atrás li sobre um fato estranhamente
curioso – um pássaro exótico, que só assimila e desenvolve seu canto, se a sua
gaiola for coberta de forma a impedir de receber os raios de sol da manhã.
Incrível como muitos dos corações humanos,
semelhantemente ao raro pássaro, só conseguem criar e compor belas canções após
atravessarem os áridos desertos da desilusão, decepção, desapontamento, tristeza
e dor... sim, somente após as sombras caírem sobre suas vidas é que aprendem a
exalar o supra sumo da imaginação.
O lendário rouxinol de extasiante cântico,
o entoa comprimindo o peito contra um espinho. Foi a meia-noite que a voz dos
anjos se fez ouvir: "Aí vem o Noivo, sai-Lhe ao encontro"!
Custa-nos crer que alguém possa
experimentar as profundezas do amor de Deus; imenso, rico, perfeito e completo
para plenamente satisfazer, preencher e consolar, se o céu de sua existência nunca
se enegreceu.
A luz irradia-se nas trevas; a manhã surge
no período mais negro da noite...
James Creelman descreve um fato pitoresco e
interessante sobre sua memorável viagem através dos estados dos Bálcans – descobriu
que o suprimento de essência de rosas para o mundo provinha das montanhas dos
Bálcans, e o mais intrigante é que as rosas eram colhidas nas horas mais
escuras, entre uma e duas da madrugada. A princípio pareceu-lhe um mero
capricho, mas ao investigar mais acuradamente, descobriu que testes científicos
haviam provado que na realidade, quarenta por cento da fragrância das rosas desaparecem
com a luz do dia.
Em nossa vida há alguma semelhança, a
energia que conseguimos acumular durante o repouso da noite bem dormida, se dissipa
no desgaste do dia; e só conseguimos valorizar os benefícios da luz do sol,
após conhecermos e experimentarmos também a eficiência da noite.
"Enquanto é dia, precisamos realizar a
obra daquele que me enviou. A noite se aproxima, quando ninguém pode trabalhar.
Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo" (João 9.4,5).
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