domingo, 4 de setembro de 2016

Jejum agradável


Quando jejuarem, não mostrem uma aparência triste como os hipócritas, pois eles mudam a aparência do rosto a fim de que os homens vejam que eles estão jejuando. Eu lhes digo verdadeiramente que eles já receberam sua plena recompensa.

                                  Mateus 6.16

O jejum recomendado por Deus a nós é bem mais profundo que um simples ritual, vai além do mero formalismo dogmático. Não consiste apenas na simplista privação da comida, em vestirmos sacos ou lançarmos cinzas sobre a cabeça, em sinal de arrependimento e tristeza. Quem jejua com verdadeiro pesar pelo pecado, consciente da extensão e gravidade do que ele ocasiona na alma, jamais fará dele um espetáculo de exibicionismo às demais pessoas.
"Ao jejuar, ponha óleo sobre a cabeça e lave o rosto, para que não pareça aos outros que você está jejuando, mas apenas a seu Pai, que vê no secreto. E seu Pai, que vê no secreto, o recompensará" (Mateus 6.17,18).
O objetivo do jejum que o SENHOR nos conclama a fazer não é agredirmos o corpo em punição ou por causa do pecado do coração, de maneira alguma, mesmo porque nossos pecados já foram punidos uma vez lá na cruz; mas serve para nos elucidar, nos levar a entender o caráter ofensivo do pecado, para humilharmos, quebrantarmos, revelar e expor nossa fragilidade a nós mesmos e diante de Deus, e consequentemente recebermos Sua graça perdoadora, regeneradora que nos eleva a uma maior intimidade, um novo patamar no aconchego ao Pai.
As ordenanças do SENHOR a Israel foram:
"Voltem-se para mim de todo o coração, com jejum, lamento e pranto. Rasguem o coração, e não as vestes. Voltem-se para o Senhor, para o seu Deus, pois ele é misericordioso e compassivo, muito paciente e cheio de amor; arrepende-se, e não envia a desgraça" (Joel 2.12,13).
Totalmente fora de propósito e de nada nos aproveita a autopunição, ou nutrirmos um sentimento de orgulho, de autopromoção por termos jejuado, crendo que nosso ato nos tornará credores, merecedores de bênçãos ou de destaque, herança entre os santos, ledo engano.
Quando indagaram ao SENHOR Jesus:
"O que precisamos fazer para realizar as obras que Deus requer? Jesus respondeu: A obra de Deus é esta: crer naquele que ele enviou" (João 6.28,29).
O verdadeiro e real arrependimento significa negar-se, dar as costas ao próprio “eu” e voltar-se totalmente para o Mestre Jesus, e quando O recebemos definitivamente, Ele viverá Sua vida em nós, tornamos Sua morada, e consequentemente as boas obras surgirão, pois é Ele quem as realiza em nós, absolutamente nada podemos sem Ele.
Só que nossa entrega, nosso serviço, nossas renúncias pessoais e íntimas provas do coração devem ser ofertas de amor a Deus, realizadas secretamente, com alegria e pureza de coração. Então deixemos as hipocrisias, as reclamações, a autopiedade, a ostentação, o murmurar, as angústias ao pé da cruz, e prossigamos em nosso caminho, alegrando-nos no doce amor daquEle que nos amou primeiro. 
Os que nos rodeiam jamais poderão entender a operação que secretamente se desenrola no íntimo, no âmago do espaço entre a alma e Deus, mas certamente o resultado, o fruto da obra do Espírito Santo no coração será notória, visível a todos, pois "Aquele que vê em secreto, nos recompensará publicamente".

"E seu Pai, que vê no secreto, o recompensará" (Mateus 6.17,18).

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