Quando jejuarem, não mostrem uma aparência
triste como os hipócritas, pois eles mudam a aparência do rosto a fim de que os
homens vejam que eles estão jejuando. Eu lhes digo verdadeiramente que eles já
receberam sua plena recompensa.
Mateus 6.16
O jejum recomendado por Deus a nós é bem
mais profundo que um simples ritual, vai além do mero formalismo dogmático. Não
consiste apenas na simplista privação da comida, em vestirmos sacos ou lançarmos
cinzas sobre a cabeça, em sinal de arrependimento e tristeza. Quem jejua com
verdadeiro pesar pelo pecado, consciente da extensão e gravidade do que ele
ocasiona na alma, jamais fará dele um espetáculo de exibicionismo às demais
pessoas.
"Ao jejuar, ponha óleo sobre a cabeça
e lave o rosto, para que não pareça aos outros que você está jejuando, mas apenas
a seu Pai, que vê no secreto. E seu Pai, que vê no secreto, o
recompensará" (Mateus 6.17,18).
O objetivo do jejum que o SENHOR nos
conclama a fazer não é agredirmos o corpo em punição ou por causa do pecado do
coração, de maneira alguma, mesmo porque nossos pecados já foram punidos uma
vez lá na cruz; mas serve para nos elucidar, nos levar a entender o caráter
ofensivo do pecado, para humilharmos, quebrantarmos, revelar e expor nossa
fragilidade a nós mesmos e diante de Deus, e consequentemente recebermos Sua
graça perdoadora, regeneradora que nos eleva a uma maior intimidade, um novo
patamar no aconchego ao Pai.
As ordenanças do SENHOR a Israel foram:
"Voltem-se para mim de todo o coração,
com jejum, lamento e pranto. Rasguem o coração, e não as vestes.
Voltem-se para o Senhor, para o seu Deus, pois ele é misericordioso e
compassivo, muito paciente e cheio de amor; arrepende-se, e não envia a
desgraça" (Joel 2.12,13).
Totalmente fora de propósito e de nada nos
aproveita a autopunição, ou nutrirmos um sentimento de orgulho, de autopromoção
por termos jejuado, crendo que nosso ato nos tornará credores, merecedores de bênçãos
ou de destaque, herança entre os santos, ledo engano.
Quando indagaram ao SENHOR Jesus:
"O que precisamos fazer para realizar as
obras que Deus requer? Jesus respondeu: A obra de Deus é esta: crer naquele que
ele enviou" (João 6.28,29).
O verdadeiro e real arrependimento
significa negar-se, dar as costas ao próprio “eu” e voltar-se totalmente para o
Mestre Jesus, e quando O recebemos definitivamente, Ele viverá Sua vida em nós,
tornamos Sua morada, e consequentemente as boas obras surgirão, pois é Ele quem
as realiza em nós, absolutamente nada podemos sem Ele.
Só que nossa entrega, nosso serviço, nossas
renúncias pessoais e íntimas provas do coração devem ser ofertas de amor a
Deus, realizadas secretamente, com alegria e pureza de coração. Então deixemos
as hipocrisias, as reclamações, a autopiedade, a ostentação, o murmurar, as angústias ao pé
da cruz, e prossigamos em nosso caminho, alegrando-nos no doce amor daquEle que
nos amou primeiro.
Os que nos rodeiam jamais poderão entender a operação que
secretamente se desenrola no íntimo, no âmago do espaço entre a alma e Deus,
mas certamente o resultado, o fruto da obra do Espírito Santo no coração será
notória, visível a todos, pois "Aquele que vê em secreto, nos recompensará
publicamente".
"E seu Pai, que vê no secreto, o
recompensará" (Mateus 6.17,18).
Nenhum comentário:
Postar um comentário