Jesus disse: Está consumado! Com isso,
curvou a cabeça e entregou o espírito.
João 19.30
Tentemos imaginar exatamente o que ocorreu ali.
Permitamos que as palavras proferidas adentrem em nosso coração, ouçamos nitidamente
os sons e gemidos. Esforcemos por divisar a atmosfera que perpassava; talvez o
céu estivesse nublado, num nítido cinza escuro. Os outros dois homens também
agonizavam num uníssono coro de gemidos e dor... As vozes zombeteiras e
escarnecedoras do povo, num alarido de sons, impropérios e insultos, sedentas
de sangue incentivavam o trágico espetáculo... Outros permanecem em completo e
absoluto silencio, só contemplam a triste cena, estarrecidos, admirados, amedrontados, impotentes, acovardados, decepcionados... Talvez houvessem relâmpagos e trovões assustadores,
e com a fuga do sol fora de cena, a noite tenha se apressado em surgir de repente;
talvez houvessem choros dramáticos, soluços contidos, clamores silenciados,
lamentos não proferidos... Pode ser que só tenha restado quietude, o último da
plateia se afasta e o silencio sepulcral se instala...
Então o Homem Jesus num último e derradeiro
esforço sobre humano tenta sorver o ar o mais profundamente que as forças Lhe
permitem, ajusta Seus pés feridos e fixados pelos pregos romanos e solta um
brado esganiçado: “Está consumado”!
O que exatamente estava concluído ali? Qual
a extensão exata dessa conclusão? O que ela contempla? Qual a sua real
dimensão?
O plano de salvação da humanidade finalizava,
a intensa jornada para resgatar o homem estava cumprida, a mensagem celeste à
humanidade estava pronta, seu script concluído. A missão do Filho, a função do
Servo, o esforço empreendido pelo Mestre, enquanto vivia na terra, como ser
humano, estava consumado... E quando o aguilhão da morte foi retirado, tudo
estava definitivamente terminado. Jesus derrotou ali o que consideramos nosso
maior inimigo, a morte; provou-nos que o poder da vida e da morte está também
em suas mãos, e que Seu poder e Seu domínio são indubitavelmente ilimitados, imensuráveis, inquestionáveis.
"É-me dado todo o poder no céu e na terra"
(Mateus 28.18).
"Não tenha medo. Eu sou o primeiro e o
último. Sou aquele que vive. Estive morto mas agora estou vivo para todo o
sempre! E tenho as chaves da morte e do Hades" (Apocalipse 1.17,18).
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