sábado, 17 de setembro de 2016

Consumação


 Jesus disse: Está consumado! Com isso, curvou a cabeça e entregou o espírito.

                                         João 19.30

Tentemos imaginar exatamente o que ocorreu ali. Permitamos que as palavras proferidas adentrem em nosso coração, ouçamos nitidamente os sons e gemidos. Esforcemos por divisar a atmosfera que perpassava; talvez o céu estivesse nublado, num nítido cinza escuro. Os outros dois homens também agonizavam num uníssono coro de gemidos e dor... As vozes zombeteiras e escarnecedoras do povo, num alarido de sons, impropérios e insultos, sedentas de sangue incentivavam o trágico espetáculo... Outros permanecem em completo e absoluto silencio, só contemplam a triste cena, estarrecidos, admirados, amedrontados, impotentes, acovardados, decepcionados... Talvez houvessem relâmpagos e trovões assustadores, e com a fuga do sol fora de cena, a noite tenha se apressado em surgir de repente; talvez houvessem choros dramáticos, soluços contidos, clamores silenciados, lamentos não proferidos... Pode ser que só tenha restado quietude, o último da plateia se afasta e o silencio sepulcral se instala...
Então o Homem Jesus num último e derradeiro esforço sobre humano tenta sorver o ar o mais profundamente que as forças Lhe permitem, ajusta Seus pés feridos e fixados pelos pregos romanos e solta um brado esganiçado: “Está consumado”!
O que exatamente estava concluído ali? Qual a extensão exata dessa conclusão? O que ela contempla? Qual a sua real dimensão?
O plano de salvação da humanidade finalizava, a intensa jornada para resgatar o homem estava cumprida, a mensagem celeste à humanidade estava pronta, seu script concluído. A missão do Filho, a função do Servo, o esforço empreendido pelo Mestre, enquanto vivia na terra, como ser humano, estava consumado... E quando o aguilhão da morte foi retirado, tudo estava definitivamente terminado. Jesus derrotou ali o que consideramos nosso maior inimigo, a morte; provou-nos que o poder da vida e da morte está também em suas mãos, e que Seu poder e Seu domínio são indubitavelmente ilimitados, imensuráveis, inquestionáveis.
"É-me dado todo o poder no céu e na terra" (Mateus 28.18).

"Não tenha medo. Eu sou o primeiro e o último. Sou aquele que vive. Estive morto mas agora estou vivo para todo o sempre! E tenho as chaves da morte e do Hades" (Apocalipse 1.17,18).

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