sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Humanas inquietações


 Das profundezas clamo a ti, Senhor;

                           Salmo 130.1

Nossas inquietações nos induz a pensar: “É do mar que necessitamos, respirar a maresia, caminhar descalços pela orla, umedecer os pés nas águas salinas, sentir a brisa refrescante da manhã ensolarada soprar preguiçosa sobre nossos rostos; isto sim nos trará o bem-estar, alegria e a paz que buscamos”...  Mas, após alguns dias de veraneio à beira-mar, sentimos claramente ele nos dizer: “O que você busca não está em mim”!
Então, encabulados e ainda inquietos refazemos nossos planos e calculamos: “Certamente, o ar da montanha renovará nossas desgastadas energias, encontraremos o descanso e a paz em contato com a natureza”. Mas uma vez satisfeito e concluído nossos planos, cercados pela exuberante e magnífica natureza que tanto ansiávamos ver, ainda permanecemos insatisfeitos, frustrados e inquietos, mentalmente ouvimos ela nos afiançar: “Não está em mim”!
Na verdade só conseguimos aplacar e mitigar nossas inquietações nas profundezas do oceano de amor divino, e ansiamos pelos altos montes da justiça e da verdade de Deus. Agonizamos sim pela sabedoria divina que as profundezas afirmam não encontrarmos nela, e que não se compara a joias, tesouros ou pedras preciosas. Mesmo porque o SENHOR Jesus é a sabedoria e paz que inconscientemente buscamos, é a nossa profunda e irremediável necessidade.
A nossa inquietude só pode ser aplacada e saciada pela revelação do Seu eterno amor por nós, só a presença do Seu Santo Espírito é quem pode nos trazer essa paz que excede a compreensão e definição humana, nada mais além.
Assim como não se pode cativar um águia fora do seu habitat natural, tentar domesticá-la e cercá-la de deliciosas e fartas iguarias destinadas ao seu paladar e ao seu estilo de vida, ela desprezará a tudo; estenderá suas asas possantes e cortará os ares rumo aos píncaros dos altos montes em direção a sua antiga morada, entre as penhas e penhascos, rodeadas do som selvagem das cascatas e dos temporais, ali ela se sente segura e em casa, lá é o seu lar... Da mesma forma a nossa alma humana, em seu voo de águia, não encontrará pouso, nem repouso senão na Rocha Eterna, nossa definitiva moradia, nosso lar são as mansões celestiais. Os rochedos que almejamos alcançar são os atributos de Deus, o impulso do nosso voo majestoso é rumo à eternidade, lá estaremos em casa.

"Senhor, tu tens sido a nossa morada de geração em geração" (Salmos 90.1).

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