terça-feira, 21 de outubro de 2014

Jesus o Cordeiro de Deus


O acontecimento anual era um ritual que sempre atraia a multidão. O sumo sacerdote subia solenemente os degraus d templo e levava nos braços um cordeiro, o sacrifício. Enquanto o povo esperava ansioso do lado de fora, passava pela grande e espessa cortina e adentrava o Santo dos Santos. Matava o cordeiro sobre o altar e orava para que o sangue apaziguasse a Deus. Os pecados eram removidos e o povo suspirava aliviado, por mais um ano.
A pesada cortina permanecia como um lembrete, delimitando a distancia entre Deus e o homem. Era como um abismo profundo que ninguém podia transpor. O homem em sua ilha...de quarentena, fora despejado de seu condomínio de luxo, “o Paraíso”, por conta do pecado da desobediência.
Deus poderia tê-lo deixado assim, poderia deixar a humanidade entregue a própria sorte até que o último sucumbisse, poderia isolá-los de sua Santa e Doce Presença. Poderia ter virado as costas, jogado a toalha e recomeçado em outro planeta com seres mais dóceis, Ele bem poderia, nós sabemos. Mas sabemos também que não suportaríamos a sua ausência, não há vida sem Ele, Davi com muita propriedade afirma:
“A ti eu clamo, Senhor, minha Rocha; não fiques indiferente para comigo. Se permaneceres calado, serei como os que descem à cova” (Salmos 28.1).
Mas Ele não o fez, em sua indignação deu lugar à misericórdia. O próprio Deus transpôs o abismo. Na escuridão de um sol eclipsado, Ele e um Cordeiro estiveram no Santo dos Santos. Deitou o Cordeiro sobre o altar ( o que era mais Santo ali, o Altar que purificava a Oferta, ou a Oferta que purificou o Altar??) que momento singular este... Não era o cordeiro de um sacerdote, de um judeu, ou de um pastor que teria separado de seu rebanho, mas o “Cordeiro de Deus”. Os anjos silenciaram quando o sangue do sacrifício suficiente começou a cair no altar de ouro. Onde gotejava o sangue dos cordeiros, agora gotejava o Sangue Precioso da Vida. E então Deus voltou-se e olhou pela última vez a cortina e resolveu rompê-la num ato de indignação pelo alto custo que o pecado causou em seu coração.
Não mais cordeiros, não mais sangue de animais sacrificados...não mais cortina de separação...não mais sacrifícios ineficientes e ineficazes...

E neste ato nos devolve a dignidade de podermos usufruir de Sua Presença e voltarmos um dia definitivamente para o nosso lar.

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