Cria
em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto. Torna a
dar-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário.
Salmos 51.10-12
Davi
tomou uma série de decisões insensatas que o colocaram diretamente no caminho
da tentação. Primeiramente, ele fugiu da responsabilidade de liderar suas
tropas na batalha. Segundo, ele permitiu que o fato de ver uma mulher tomando
banho se transformasse em lascívia. Ao invés de se concentrar em suas
responsabilidades diante de Deus e da nação, Davi estava concentrando em seus
próprios prazeres carnais proibidos. O inimigo de nossas almas arma o laço e se
não vigiamos, mergulhamos de cabeça e quando acordamos da letargia espiritual
já estamos enlameados na sordidez do pecado e no fundo do poço, é bem assim.
O
pensamento provocador nos leva a ação, e a ação pecaminosa conduz a trágicas conseqüências.
O caso de Davi com Bate-Seba resulta na gravidez da mulher (2 Samuel 11.5). Ao
invés de se arrepender neste ponto, ele caminha para um pecado ainda maior ao
estruturar a morte de Urias, esposo traído de Bate-Seba (2 Samuel 11.11). Davi
casa-se com ela (2 Samuel 11.27), mas justamente quando parecia que ele
havia se livrado de todos os vestígios
de seu pecado, e que havia “empurrado toda a sujeira para debaixo do tapete”,
aparece o profeta Natã.
A
história que Natã conta a Davi ilustra claramente a gravidade do pecado do rei.
O conto do pobre pastor desamparado e do homem rico e mau que recebe um
convidado em sua casa mexe com o senso de justiça de Davi. Natã deixou que a
raiva de Davi aflorasse até que, no calor de sua ira, o profeta lhe diz: “Tu és
esse homem” (2 Samuel 12.7). Davi era o homem rico que não apenas havia roubado
o homem pobre, mas o assassinara. Davi não foi capaz de enterrar seu pecado num
lugar tão profundo que o ocultasse dos olhos do Senhor da Justiça. Até mesmo o
rei Davi precisaria colher trágicos frutos de suas ações malignas.
Imagine
a euforia do acusador, zombando diante de Deus: - Este aí é o teu ungido, homem
segundo o teu coração?? Rsrsrsrs??
Deve
ter havido um silêncio sepulcral no palácio quando Natã parou de falar. Davi se
viu diante de um momento de decisão: resistir ou arrepender-se. A decepção, derrota,
humilhação, vergonha, frustração consigo mesmo, não é fácil de administrar, só
com grandiosidade de alma é que podemos lidar com essas emoções e tais
sentimentos.
A
reação de Davi nos dá uma pista da razão pela qual Deus o chamou de o “homem
conforme o meu coração” (Atos 13.22). Ele admitiu livremente seu pecado e pediu
perdão.
O
Salmos 51 registra a oração de arrependimento de Davi. O rei derramou sua alma
partida diante do Senhor e pediu que Deus o restaurasse. Seus apelos de
misericórdia foram expressos através de claros sinais de arrependimento:
confissão do pecado, pedido de perdão a Deus e uma oração pedindo poder para
mudar seus caminhos.
Pelo
fato de Davi ter concordado com o julgamento de Deus e assumido a
responsabilidade por seus pecados, ele não desenvolveu o hábito de sucumbir na
tentação. Nós não o vemos lutando com o mesmo pecado repetidas vezes.
Precisamos seguir seu exemplo, aprendendo a nos arrepender de nossos pecados no
exato momento em que Deus os revela a nós. Através do arrependimento e da fé em
Deus, podemos ter o poder de Deus para quebrar o círculo vicioso do pecado e,
assim, experimentar o verdadeiro perdão.
“Arrependei-vos,
porque é chegado o reino dos céus” (Mateus 4.17).
O
chamado de Jesus ao arrependimento é uma séria convocação a todos nós. Tal como
muitos dos fariseus do tempo de Jesus, também nós trememos diante da simples
menção de nossa pecaminosidade, quanto mais quando somos instados a mudar
nossos maus hábitos, ainda mais por existirem tão poucos exemplos de genuíno
arrependimento. Mas o rei Davi é um deles.
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