terça-feira, 3 de outubro de 2017

Rumo ao equilíbrio


Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dele.

                                    João 3.17

Houve um terrível conflito na casa de Davi. Amnom, primogênito do rei, violara a meia-irmã Tamar – em vingança, Absalão, irmão desta matou o meio-irmão, estuprador.
O pecado sexual produz conseqüências trágicas, tremendamente desastrosas e destruidoras numa família – após uma catástrofe desse nível, de que maneira volta a reinar a paz nesse lar?
Resta equacionar como podemos digerir nossas falhas – sim, porque o pecado busca, persegue e encontra seu executor – nossos erros são pequeninas pedras, suvenir dos nossos lapsos no percurso da jornada...
Eis alguns problemas bem comuns que chegam ao gabinete de um Pastor:
Infidelidade – ele queria reconciliar; uma segunda chance, tentar novamente – ela recusou, não conseguiu perdoar, nem administrar a traição sofrida; embora ele admitisse o erro e a falha – percebeu arrependido que, o que para ele seria apenas um pequeno deslize, fora fatal, destruiu seu lar e seu casamento.
Homossexualismo – O pulso ostentava visivelmente a cicatriz da tentativa de suicídio – seus braços carregavam as marcas de incontáveis picadas – os olhos inexpressíveis, refletiam o espírito de alguém desencantado com a vida, e firmemente determinado a destruir-se – suas palavras demonstravam vir de um prisioneiro severamente resignado e conformado com a sentença do juiz – "Sou homossexual – meu pai afirma que sou doente; acho que ele está certo".
Imoralidade – Jovem e bonita chegara à igreja grávida e demonstrava um espírito de arrependimento – "Não posso ter um filho" - aflita argumentava. "Encontraremos um lar para o bebe", tranquilizaram-lhe – ela concordou – mas depois mudou de idéia, seu namorado financiou o aborto. "Será que Deus ainda pode me perdoar"? Ela indagava.
Se nos fosse permitido uma nova chance de realizar tudo novamente, faríamos diferente?
Seríamos diferentes – mais pacientes, tolerantes, condescendentes? Controlaríamos melhor a língua; mediríamos mais as palavras; concluiríamos o que iniciamos; daríamos a outra face ao invés de revidar; casaríamos primeiro; não nos casaríamos jamais; seríamos mais honestos e transparentes; resistiríamos à tentação; fugiríamos do pecado...
Mas não podemos mais voltar no tempo – não podemos recolher as penas soltas ao vento – não podemos usufruir do leite que foi derramado – o que se fez está feito.
E é exatamente sobre isso que Paulo se refere quando afirma: "O salário do pecado é a morte".
Ele não disse: "o salário do pecado é o stress", ou "o salário do pecado é o mau humor"; ou "o salário do pecado é a depressão"; ou "o salário do pecado é um dia difícil"...
Não, não – ele diz com todas as letras: "O salário do pecado é a morte" – o pecado é fatal, não tem volta, não tem como escondê-lo debaixo do tapete, não temos meio de remedia-lo.
Mas assim como uma ingênua criança que comete uma falha qualquer, e cai em si arrependida, ciente de que sofrerá uma reprimenda e correção dos pais, e ainda assim meio sem jeito se aproxima e confessa a arte cometida – na esperança de que sua honestidade e transparência atenuem sua pena e granjeie o perdão – bem assim somos nós...
Todos desejamos um pai que, apesar das nossas falhas e deslizes, nos perdoe, ame e cuide de nós, ainda assim.
Entretanto, além e melhor que tudo isso, temos um Pai cuja graça e misericórdia é mais forte, mais presente e mais real quando a nossa devoção é mais débil e frágil.
Se exaustos arrastamos um volumoso fardo - estejamos certos disso – as nossas falhas não são fatais – pela fé, podemos hoje mesmo iniciar o processo de cura à todas as nossas feridas – o preço já foi pago lá na cruz!
"Meu filho, não despreze a disciplina do Senhor, nem se magoe com a sua repreensão, o Senhor disciplina a quem ama, e castiga todo aquele a quem aceita como filho. Nossos pais nos disciplinavam por curto período, segundo lhes parecia melhor; mas Deus nos disciplina para o nosso bem, para que participemos da sua santidade" (Hebreus 12.5,6,10).

"Sou eu, eu mesmo, aquele que apaga suas transgressões, por amor de mim, e que não se lembra mais de seus pecados (Isaías 43.25).

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