Irmãos, tenham os profetas
que falaram em nome do Senhor como exemplo de paciência diante do sofrimento.
Como vocês sabem, nós
consideramos felizes aqueles que mostraram perseverança. Vocês ouviram falar
sobre a paciência de Jó e viram o fim que o Senhor lhe proporcionou. O Senhor é
cheio de compaixão e misericórdia.
Tiago
5.10,11
A maioria de nós tem o
estranho hábito de julgar as pessoas, mas se bem pensarmos – Judas não foi o
único desertor. Sim, Mateus foi categórico, admiravelmente autêntico, leal e
sincero ao confessar:
"Então, todos os
discípulos, deixando-O, fugiram" (Mateus 26.56).
A palavra "todos", o
inclui também, e deixa transparecer uma certa frustração, arrependimento,
sofrimento em reconhecer: "Todos fugimos, inclusive eu...Simão, João, Tomé, Mateus"...
Não muito distante dessa
cena, em alguns versículos anteriores, Pedro, intrépido e impetuoso, cheio de
si afirma: "Ainda que me seja necessário morrer contigo, não te negarei. E
todos os discípulos afirmaram o mesmo" (Mateus 26.35).
Nem sempre conseguimos
honrar e cumprir com as nossas promessas – todos declararam lealdade,
entretanto, todos simplesmente fugiram correndo.
Quando tentamos visualizar
a cena – tudo o que percebemos é deslealdade. Os discípulos, seus íntimos
amigos, fieis companheiros de jornada O deixaram – o povo que o seguia, se
beneficiava dos milagres operados por Ele, se alimentara dos pães que Ele
multiplicara, O rejeitara, escolheram Barrabás e gritaram em coro uníssono pela
crucificação Dele – E Deus, o Pai, não O ouviu, Ele estava vestido dos nossos
pecados e iniquidades, nem o Pai pode contemplá-Lo...
Nunca tanta dor,
sofrimento, ira, revolta, angústia, sujeira, solidão, injustiça, podridão foram
despejados sobre um único ser – é como se amontoássemos todos os enganos,
traições, deslealdades, desonestidades, crimes hediondos que nos provocam
náuseas só de ouvir, de todos os seres corruptos e desprezíveis que povoaram,
povoam, ou ainda povoarão a terra e aí faremos uma idéia do que o SENHOR Jesus
teve sobre Si naquela noite fatídica.
Aos olhos humanos, o mundo
físico do carpinteiro e Mestre Jesus ruíra totalmente – Nenhuma resposta
celeste, nada de auxílio de anjos, nenhum apoio governamental, nenhuma ajuda, compaixão ou
simpatia do povo, nenhuma lealdade ou companheirismo dos amigos. Se houvesse
algum repórter ali presente certamente iria descrever a cena como – um homem chafurdado
até ao pescoço na escoria, no lamaçal, nos dejetos e detritos da ira, do
desprezo e rejeição humana.
Mas, para a salvação da humanidade,
o nosso Mestre e SENHOR contemplou além do lixo e das mazelas – simplesmente não
permitiu que isso tudo O limitasse – foi capaz de extrair o bem do meio do mal –
o propósito e a finalidade de todo o sofrimento – e divisar a Santa Presença do Deus
Pai, no centro do problema.
Não são poucas as vezes em
que também percebemos que habitamos um mundo repleto de injustiças, ira,
revoltas, traições, deslealdades; e não é raro nos encontrarmos enroscados em
lixos indesejáveis, tipo: infortúnios, tristezas, angústias, temores,
enfermidades, perdas inesperadas; e somamos também algumas orações não
respondidas, sonhos infrutíferos e estéreis...
Cabe a cada um de nós,
meditarmos e refletirmos sobre como o nosso Mestre lidou com o sofrimento e a
rejeição aqui sofridos, e humildemente pedirmos para que nos ajude a entender e
aquilatar o propósito do sofrimento, para que tenhamos uma visão além do
natural e possamos vencer as negações que surgirem diante de nós com respostas positivas, inspiradas por Ele.
"Os nossos
sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que
pesa mais do que todos eles" (2 Coríntios 4.17).
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