terça-feira, 17 de outubro de 2017

O propósito do sofrimento


Irmãos, tenham os profetas que falaram em nome do Senhor como exemplo de paciência diante do sofrimento.
Como vocês sabem, nós consideramos felizes aqueles que mostraram perseverança. Vocês ouviram falar sobre a paciência de Jó e viram o fim que o Senhor lhe proporcionou. O Senhor é cheio de compaixão e misericórdia.

                                        Tiago 5.10,11

A maioria de nós tem o estranho hábito de julgar as pessoas, mas se bem pensarmos – Judas não foi o único desertor. Sim, Mateus foi categórico, admiravelmente autêntico, leal e sincero ao confessar:
"Então, todos os discípulos, deixando-O, fugiram" (Mateus 26.56).
A palavra "todos", o inclui também, e deixa transparecer uma certa frustração, arrependimento, sofrimento em reconhecer: "Todos fugimos, inclusive eu...Simão, João, Tomé, Mateus"...
Não muito distante dessa cena, em alguns versículos anteriores, Pedro, intrépido e impetuoso, cheio de si afirma: "Ainda que me seja necessário morrer contigo, não te negarei. E todos os discípulos afirmaram o mesmo" (Mateus 26.35).
Nem sempre conseguimos honrar e cumprir com as nossas promessas – todos declararam lealdade, entretanto, todos simplesmente fugiram correndo.
Quando tentamos visualizar a cena – tudo o que percebemos é deslealdade. Os discípulos, seus íntimos amigos, fieis companheiros de jornada O deixaram – o povo que o seguia, se beneficiava dos milagres operados por Ele, se alimentara dos pães que Ele multiplicara, O rejeitara, escolheram Barrabás e gritaram em coro uníssono pela crucificação Dele – E Deus, o Pai, não O ouviu, Ele estava vestido dos nossos pecados e iniquidades, nem o Pai pode contemplá-Lo...
Nunca tanta dor, sofrimento, ira, revolta, angústia, sujeira, solidão, injustiça, podridão foram despejados sobre um único ser – é como se amontoássemos todos os enganos, traições, deslealdades, desonestidades, crimes hediondos que nos provocam náuseas só de ouvir, de todos os seres corruptos e desprezíveis que povoaram, povoam, ou ainda povoarão a terra e aí faremos uma idéia do que o SENHOR Jesus teve sobre Si naquela noite fatídica.
Aos olhos humanos, o mundo físico do carpinteiro e Mestre Jesus ruíra totalmente – Nenhuma resposta celeste, nada de auxílio de anjos, nenhum apoio governamental, nenhuma ajuda, compaixão ou simpatia do povo, nenhuma lealdade ou companheirismo dos amigos. Se houvesse algum repórter ali presente certamente iria descrever a cena como – um homem chafurdado até ao pescoço na escoria, no lamaçal, nos dejetos e detritos da ira, do desprezo e rejeição humana.
Mas, para a salvação da humanidade, o nosso Mestre e SENHOR contemplou além do lixo e das mazelas – simplesmente não permitiu que isso tudo O limitasse – foi capaz de extrair o bem do meio do mal – o propósito e a finalidade de todo o sofrimento – e divisar a Santa Presença do Deus Pai, no centro do problema.
Não são poucas as vezes em que também percebemos que habitamos um mundo repleto de injustiças, ira, revoltas, traições, deslealdades; e não é raro nos encontrarmos enroscados em lixos indesejáveis, tipo: infortúnios, tristezas, angústias, temores, enfermidades, perdas inesperadas; e somamos também algumas orações não respondidas, sonhos infrutíferos e estéreis...
Cabe a cada um de nós, meditarmos e refletirmos sobre como o nosso Mestre lidou com o sofrimento e a rejeição aqui sofridos, e humildemente pedirmos para que nos ajude a entender e aquilatar o propósito do sofrimento, para que tenhamos uma visão além do natural e possamos vencer as negações que surgirem diante de nós com respostas positivas, inspiradas por Ele.

"Os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles" (2 Coríntios 4.17).

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