segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Quando o temor é benéfico


Naquele dia, Davi fugiu de Saul e foi procurar Aquis, rei de Gate.
Todavia os conselheiros de Aquis lhe disseram: "Não é este Davi, o rei da terra de Israel? Não é aquele sobre quem cantavam em suas danças: ‘Saul abateu seus milhares, e Davi suas dezenas de milhares’?" Davi levou a sério aquelas palavras e ficou com muito medo de Aquis, rei de Gate.

                           1 Samuel 21.10-12

Nesse dia Davi ficou atemorizado, pois havia derrotado o gigante Golias, protetor dos filisteus, que era exatamente de Gate, onde fora pedir asilo, e como agravante ele tinha a espada do gigante que lhe fora dada pelo sacerdote Aimeleque (1 Samuel 21.8-9).
Quando somos expostos por um período contínuo em situação estressante, que produz medo, ele pode nos levar ao desespero, ao pavor, bloquear nosso raciocínio, assumir o controle dos nossos sentimentos e tornar-se nosso inimigo. Há, porém, o medo produzido por situações controláveis e que nos protege, nos leva a refletir antes de agir, ter cautela nas decisões, nos desviar do mal; esse é benéfico e saudável.
Por cinco vezes Davi fugiu para salvar sua vida; o apóstolo Paulo em Icônio, quando gentios, judeus e seus lideres conspiraram para matá-lo, ele teve que fugir para Listra e Derbe (Atos 14.6). Jesus também em dado momento, quando os principais sacerdotes e líderes judeus enciumados resolveram procurá-lo para abatê-lo antes do tempo: "E daquele dia em diante, resolveram tirar-lhe a vida. Por essa razão, Jesus não andava mais publicamente entre os judeus. Ao invés disso, retirou-se para uma região próxima do deserto, para um povoado chamado Efraim, onde ficou com os seus discípulos" (João 11.53,54).
Muitas vezes atribuímos ao ato “fugir” a atitude de “covardia”, mas não é bem assim, quando atravessamos grandes lutas e oponentes mais fortes, poderosos e mais capacitados; há o momento de enfrentarmos, mas há momentos em que a situação demonstra que nossa força e energia são insuficientes, nos vemos no limite e a pressão sobre nós soa o toque de retirada, temos que recarregar nossa bateria, é o nosso “pit stop”, por que:

"Quem está entre os vivos tem esperança; até um cachorro vivo é melhor do que um leão morto"! (Eclesiastes 9.4).

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