Naquele dia, Davi fugiu de Saul e foi
procurar Aquis, rei de Gate.
Todavia os conselheiros de Aquis lhe
disseram: "Não é este Davi, o rei da terra de Israel? Não é aquele sobre
quem cantavam em suas danças: ‘Saul abateu seus milhares, e Davi suas dezenas
de milhares’?" Davi levou a sério aquelas palavras e ficou com muito medo
de Aquis, rei de Gate.
1 Samuel 21.10-12
Nesse dia Davi ficou atemorizado, pois
havia derrotado o gigante Golias, protetor dos filisteus, que era exatamente de
Gate, onde fora pedir asilo, e como agravante ele tinha a espada do gigante que
lhe fora dada pelo sacerdote Aimeleque (1 Samuel 21.8-9).
Quando somos expostos por um período
contínuo em situação estressante, que produz medo, ele pode nos levar ao
desespero, ao pavor, bloquear nosso raciocínio, assumir o controle dos nossos
sentimentos e tornar-se nosso inimigo. Há, porém, o medo produzido por
situações controláveis e que nos protege, nos leva a refletir antes de agir,
ter cautela nas decisões, nos desviar do mal; esse é benéfico e saudável.
Por cinco vezes Davi fugiu para salvar sua
vida; o apóstolo Paulo em Icônio, quando gentios, judeus e seus lideres conspiraram
para matá-lo, ele teve que fugir para Listra e Derbe (Atos 14.6). Jesus também
em dado momento, quando os principais sacerdotes e líderes judeus enciumados
resolveram procurá-lo para abatê-lo antes do tempo: "E daquele dia em
diante, resolveram tirar-lhe a vida. Por essa razão, Jesus não andava mais
publicamente entre os judeus. Ao invés disso, retirou-se para uma região
próxima do deserto, para um povoado chamado Efraim, onde ficou com os seus discípulos"
(João 11.53,54).
Muitas vezes atribuímos ao ato “fugir” a
atitude de “covardia”, mas não é bem assim, quando atravessamos grandes lutas e
oponentes mais fortes, poderosos e mais capacitados; há o momento de enfrentarmos,
mas há momentos em que a situação demonstra que nossa força e energia são
insuficientes, nos vemos no limite e a pressão sobre nós soa o toque de
retirada, temos que recarregar nossa bateria, é o nosso “pit stop”, por que:
"Quem está entre os vivos tem
esperança; até um cachorro vivo é melhor do que um leão morto"!
(Eclesiastes 9.4).
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