sábado, 16 de maio de 2020

A atuação da Misericórdia


Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia.

                                     Mateus 5.7

Quando nós cristãos, conseguimos nos ver sob a ótica divina, visualizamos como realmente somos, então lamentamos a nossa deplorável condição, percebemos quão pequeninos, frágeis, débeis, dependentes somos... perdemos o orgulho, o ranço inflado do super ego, passamos a andar com humildade diante de Deus e a termos fome e sede de justiça; então a misericórdia se produz em nós. Passamos a ser misericordiosos quando reconhecemos a grandeza da graça misericordiosa que nos foi concedida.
Jesus disse: "Bem-aventurados os misericordiosos, pois obterão misericórdia" (Mateus 5.7).
Na cultura daquela época, não havia lugar para a misericórdia. A bem da verdade, no entender romano, misericórdia era considerada uma fraqueza, não uma virtude; não se importavam nem um pouco com isso. A ponto de um filósofo romano afirmar que a misericórdia é "uma doença da alma." Sim, na cultura romana destacavam e valorizavam a justiça, coragem, disciplina e logicamente o poder. Misericórdia não tinha valor, nem cabia na cultura deles, assim como também não tem na nossa, nos dias de hoje.
Entretanto, o Mestre e SENHOR Jesus disse: "Bem-aventurados os misericordiosos...." A Misericórdia não se restringe apenas em algo que sentimos, mas a demonstramos e externamos pelo que fazemos. Em outras palavras, significa ajudar, estender a mão à uma pessoa em necessidade, resgatar alguém da penúria, sofrimento, miséria. Misericórdia significa nutrir um sentimento de pena, acrescido do desejo de realizar algo para reparar, bloquear, solucionar, sanar, aplacar o sofrimento. Não basta apenas dizer: "Eu sinto a sua dor, estou desolado com seu sofrimento"!
Isso não é ter misericórdia! Misericórdia é colocar-se na condição do outro, é procurar de algum modo satisfazer a necessidade, não apenas senti-la. A verdadeira misericórdia é a piedade somada, adicionada a ação.
E podemos observar que quanto mais justa uma pessoa for, mais misericordiosa ela terá chance de ser. E ao contrário disso, quanto mais pecaminosa uma pessoa for, mais dura e crítica provavelmente ela será. Sim, as vezes cometemos o erro de pensar que as pessoas que são rápidas para condenar são perfeccionistas, muito puras e espiritualizadas. Mas, na verdade, pode muito bem ser exatamente o oposto. Quando se é realmente espiritualizado, "santo", separado, se é também misericordioso, alguém que não critica nem condena; mesmo porque sabe muito bem que com a medida que medirmos seremos também medidos.
"Desejo misericórdia, não sacrifícios. Pois eu não vim chamar justos, mas pecadores" (Mateus 9.13).


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