sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Pai Nosso


Ao se posicionar como nosso Pai, Deus nos assumiu como filhos. Mostrou que Ele pode apreciar a existência de bilhões de planetas, pode admirar milhões de espécies da natureza, mas tem prazer em se relacionar e construir laços afetivos com os filhos.
Inúmeras pessoas tiveram medo de Deus ao longo da história. Outras se prostraram diante Dele mostrando espantosa reverência, e ainda outras, envolvidas em suas próprias dúvidas, bradaram categóricas: "Deus não existe!"
Observando e analisando todos esses comportamentos, não há como negar que, ao longo da história, Deus tirou o sono de bilhões de pessoas, tanto de religiosos como de ateus. Ainda hoje Ele inquieta a mente humana mais do que qualquer outro fenômeno. Mas o ser humano também inquieta a mente desse enigmático Pai mais do qualquer outra coisa.
Para o inteligente carpinteiro de Nazaré, Deus não quer que os seres humanos tremam em sua presença, mas que tenham intimidade com Ele. Não quer mostrar poder, mas sensibilidade. Não quer controlar os filhos como se fossem marionetes, se bem que poderia se assim quisesse, mas Ele quer que sejamos livres, até na opção de adorá-lo e caminhar com Ele.
Para muitos de nós Deus é como uma máquina para satisfazer os desejos, uma parte significativa da humanidade reage assim. Exploram Deus, mas não se importam com seus sentimentos. Discorrem sobre Deus, mas não percebem que Ele possui uma personalidade real e concreta. Para eles, Deus é desprovido de necessidades afetivas, de sentimentos, é um pai que não precisa de diálogo. Aproximam-se Dele, dizem o que querem dizer, pedem o que necessitam, cobram como se fossem seus credores, como se Deus nos devesse algo, não agradecem, não reconhecem que tudo vem Dele, simplesmente dão as costas para Deus após seus monólogos e nem ouvem o que Ele tem a dizer. Qual pai gostaria de ser tratado assim?
Segundo Jesus, o Deus que se esconde atrás da cortina do tempo e do espaço não é um Deus temível, mas um Pai sensível e solitário. Não é um Deus que imprime culpa e controla comportamentos, mas um Pai apaixonado que deseja ardentemente ser conhecido e criar vínculos de amor. É certamente um Deus muito diferente do que foi proclamado em milhares de anos de história.
Um pai só consegue ter um relacionamento profundo e saudável com seus filhos se eles se conhecem mutuamente, se têm coragem de estabelecer um diálogo aberto e transparente, e intimidade para compartilhar as maiores frustrações e tristezas, bem como alegrias e projetos. Qual é o pai que nunca se envolveu nas brincadeiras do filho, se alegrou nas realizações, ou perdeu o sono diante de alguma enfermidade ou dificuldade a respeito do filho?
Portanto, se Jesus nos diz que o Autor da existência é acima de tudo um Pai, conclui-se que Deus deseja ser conhecido, investigado, perscrutado, amado, respeitado, honrado como todo Pai deve ser e reverenciado como o Criador que espontaneamente deu vida a toda a humanidade quer saibamos disso ou não.

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