Ao se posicionar como
nosso Pai, Deus nos assumiu como filhos. Mostrou que Ele pode apreciar a existência
de bilhões de planetas, pode admirar milhões de espécies da natureza, mas tem
prazer em se relacionar e construir laços afetivos com os filhos.
Inúmeras pessoas tiveram
medo de Deus ao longo da história. Outras se prostraram diante Dele mostrando
espantosa reverência, e ainda outras, envolvidas em suas próprias dúvidas,
bradaram categóricas: "Deus não existe!"
Observando e analisando
todos esses comportamentos, não há como negar que, ao longo da história, Deus
tirou o sono de bilhões de pessoas, tanto de religiosos como de ateus. Ainda
hoje Ele inquieta a mente humana mais do que qualquer outro fenômeno. Mas o ser
humano também inquieta a mente desse enigmático Pai mais do qualquer outra
coisa.
Para o inteligente
carpinteiro de Nazaré, Deus não quer que os seres humanos tremam em sua presença,
mas que tenham intimidade com Ele. Não quer mostrar poder, mas sensibilidade.
Não quer controlar os filhos como se fossem marionetes, se bem que poderia se
assim quisesse, mas Ele quer que sejamos livres, até na opção de adorá-lo e
caminhar com Ele.
Para muitos de nós Deus é
como uma máquina para satisfazer os desejos, uma parte significativa da humanidade
reage assim. Exploram Deus, mas não se importam com seus sentimentos. Discorrem
sobre Deus, mas não percebem que Ele possui uma personalidade real e concreta.
Para eles, Deus é desprovido de necessidades afetivas, de sentimentos, é um pai que não precisa
de diálogo. Aproximam-se Dele, dizem o que querem dizer, pedem o que
necessitam, cobram como se fossem seus credores, como se Deus nos devesse algo,
não agradecem, não reconhecem que tudo vem Dele, simplesmente dão as costas para
Deus após seus monólogos e nem ouvem o que Ele tem a dizer. Qual pai gostaria
de ser tratado assim?
Segundo Jesus, o Deus que
se esconde atrás da cortina do tempo e do espaço não é um Deus temível, mas um
Pai sensível e solitário. Não é um Deus que imprime culpa e controla comportamentos,
mas um Pai apaixonado que deseja ardentemente ser conhecido e criar vínculos de
amor. É certamente um Deus muito diferente do que foi proclamado em milhares de
anos de história.
Um pai só consegue ter um
relacionamento profundo e saudável com seus filhos se eles se conhecem mutuamente,
se têm coragem de estabelecer um diálogo aberto e transparente, e intimidade
para compartilhar as maiores frustrações e tristezas, bem como alegrias e
projetos. Qual é o pai que nunca se envolveu nas brincadeiras do filho, se alegrou nas realizações, ou perdeu o sono diante de alguma enfermidade ou dificuldade a respeito do filho?
Portanto, se Jesus nos diz que o Autor da existência é acima de tudo
um Pai, conclui-se que Deus deseja ser conhecido, investigado, perscrutado,
amado, respeitado, honrado como todo Pai deve ser e reverenciado como o Criador que
espontaneamente deu vida a toda a humanidade quer saibamos disso ou não.
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