segunda-feira, 29 de setembro de 2014

O Pai de todos nós

Deus busca promover um diálogo, um envolvimento social entre as pessoas, entre os amigos e companheiros de jornada, busca golpear e erradicar um câncer que nunca foi extirpado da nossa espécie. Um câncer que teima em criar raízes até nos ambientes mais inesperados: o racismo e a discriminação.  Observemos a dimensão da palavra "Pai" e a abrangência da palavra "Nosso":
Pai de quem? Dos judeus? Dos cristãos? Dos muçulmanos? Dos budistas? Dos bramanistas? Pai de que grupo religioso? De que pessoas? De quantas pessoas? Pai dos puritanos ou dos errantes? Pai dos ricos ou dos miseráveis? Dos intelectuais ou dos iletrados? Pai dos enfermos ou dos saudáveis, ou dos que se regalam do prazer de viver. O Pai certamente se preocupa mais com os filhos mais problemáticos, com os mais carentes e necessitados, com os filhos mais frágeis, com os mais debilitados; mas jamais nega seu amor, seus cuidados, seu colo, seu zelo, seu melhor para seus filhos.
Muitos querem controlar Deus, serem seus proprietários, inseri-lo na dimensão de seus dogmas religiosos. Mas Deus quer ser o Nosso Pai. Ele é muito grande para caber na cartilha de nossa religiosidade. Por um lado, Deus possui uma personalidade consolidada, desejos peculiares e preceitos revelados enfaticamente por Jesus. Mas, por outro, Ele é inclusivo, compreensivo e tolerante, do contrário já teria exterminado com a humanidade, pela dureza de nossos corações, incredulidade, rebeldia, dura cerviz, e tudo que praticamos que entristece e aborrece o nosso amado Pai.
A grande maioria de nós já cometemos, de diversas formas e em diferentes graus, discriminações, exclusões e outras formas de agressividade em algum período de nossas vidas. É provável que muitos de nós já nos consideramos superiores pela cultura ou religião. Outros julgaram e condenaram. Outros ainda mataram, se não fisicamente, pelo menos psiquicamente. Pais sufocaram emocionalmente seus filhos. Maridos asfixiaram a personalidade de suas esposas ou foram asfixiados por elas, castrando, podando, suprimindo, subtraindo...
Quem de nós nunca ficou um tempo maior trabalhando por já estar no embalo ou na quase conclusão de uma idéia, ou fechamento e encerramento de alguma negociação, suprimindo o tempo que seria da família, ou que seria de oração, de busca do Espírito Santo ou de estar na presença de Deus?
Executivos e religiosos anularam, ou subestimaram colegas de trabalho. Muitos seres humanos destruíram outros em nome de um Cristo inventado em seu imaginário. O Deus proclamado por Jesus não discrimina, apenas acolhe e abraça. Não exclui, apenas insere. Ama qualquer ser humano de qualquer lugar, de qualquer religião. O Deus que é o Pai de todos os povos, revela doçura e suavidade. Não exige nenhum sacrifício humano, nenhum esforço desmedido. Ao contrário, quer nos nutrir com o pão diário da sabedoria, da tranqüilidade, da serenidade, da paz, da prosperidade, da saúde, da harmonia, da união. Qual pai não tem prazer em ver seus filhos em perfeita paz, união harmonia, se ajudando mutuamente, ou brincando felizes pela sua grande casa?

“Como é bom e agradável quando os irmãos convivem em união! É como óleo precioso derramado sobre a cabeça, que desce pela barba, a barba de Arão, até a gola das suas vestes. É como o orvalho do Hermom quando desce sobre os montes de Sião. Ali o Senhor concede a bênção da vida para sempre”.(Salmos 133.1-3)

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