segunda-feira, 6 de abril de 2015

O trabalho da confissão


Talvez nunca tenhamos desviado verbas, valores de outros em nosso poder, dádivas alheias confiadas em nossas mãos...mas e o nosso fôlego de vida, e tudo o que somos, os dons que recebemos, as habilidades que herdamos, o código genético, o cérebro pensante, nossa visão e audição...será que estamos empregando para glorificar e exaltar Aquele que tudo criou o verdadeiro possuidor de tudo o que há?
E quando tiramos vantagens, ou tomamos o partido ou o controle em detrimento de outro, ou perdemos o juízo ou nos vangloriamos e prevaricamos usando da autoridade a nós concedida para nosso próprio benefício, distorcendo a justiça e como ladrão partimos sem reparar o dano que estava ao nosso alcance fazê-lo, que dependia de nós e falhamos, impotentes somos vencidos pelo orgulho, pelo prazer de nos destacar, pousamos de heróis, quando todo o mérito, todo louvor, toda honra, toda a glória pertencem ao Único que é digno de recebê-los. E o pior, não ficamos nem um pouco constrangidos em receber honras pelo mérito de algo que se não fosse o poder de Deus, jamais teríamos realizado:
"...pois sem mim vocês não podem fazer coisa alguma"(João 15.5).
"Teus, ó Senhor, são a grandeza, o poder, a glória, a majestade e o esplendor, pois tudo o que há nos céus e na terra é teu. Teu, ó Senhor, é o reino; tu estás acima de tudo. A riqueza e a honra vêm de ti; tu dominas sobre todas as coisas. Nas tuas mãos estão a força e o poder para exaltar e dar força a todos"(1 Crônicas 29.11-12).
Percorremos as aleias do engano, escondemos atrás de nós pilhas de trabalho à realizar, prazos a serem cumpridos, desconversamos diante do “ide e pregai”, acovardamos quando devíamos anunciar, testemunhar, vestir a camisa e ousar.
Embora tentemos agir normalmente, qualquer um que nos olhar atentamente poderá perceber que estamos em fuga, feito Jonas, olhares vagos, mãos inquietas, pernas trêmulas, tagarelamos nervosamente, jogamos a culpa sobre outros ombros, comprometidos com o disfarce, conspiramos e torcemos para não sermos detectados pelo detector de mentiras, com o intuito de mudar o tópico e a direção. Não queremos que alguém saiba a verdade, especialmente Deus.
Seria exagero afirmar que muitos de nós frequentamos a igreja sempre correndo, com hora determinada? Extrapolamos ao afirmar que muitos de nós vivemos a beira do estresse?
Seria equívoco afirmarmos que: Graça significa que não precisamos mais correr? É pura realidade “Graça” significa que estamos finalmente salvos, livres, a fim de voltarmos para dentro de nós mesmos.
A confissão faz pela alma o que o preparo do solo faz pelo campo. Antes do plantio, o agricultor trabalha a terra, remove as pedras, retira os tocos, remove os espinhos, pedriscos. Sabe que a semente crescerá melhor se o solo estiver preparado.
A confissão é o ato de convidar, dar abertura para Deus percorrer os acres do nosso coração. Há uma rocha de ganância aqui, Pai. Não consigo remover essas raízes de amargura, SENHOR; livra-me das ervas daninhas da falta de perdão. E este tronco de culpa perto da cerca? Suas raízes são longas e profundas, só com a britadeira da tua graça para quebrar a dureza do meu coração, Pai. E posso mostrar-lhe um pedaço do solo seco, com crostas demais para ser semeado, é necessário rastelar todos os espinhos do orgulho. A semente de Deus cresce melhor se o solo do coração estiver limpo.

Então o Pai e o Filho percorrem juntos o campo, cavam e puxam e removem e preparam o coração para frutificar. A confissão convida o Espírito a trabalhar o solo de nossa alma.

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