Depois
dessa conversa de Davi com Saul, surgiu tão grande amizade entre Jônatas e Davi
que Jônatas tornou-se o seu melhor amigo. Daquele dia em diante, Saul manteve
Davi consigo e não o deixou voltar à casa de seu pai. E Jônatas fez um acordo
de amizade com Davi, pois se tornara o seu melhor amigo. Jônatas tirou o manto que
estava vestindo e o deu a Davi, com sua túnica, e até sua espada, seu arco e
seu cinturão.
1 Samuel 18.1-4
O
ritual primitivo da aliança de sangue entre dois indivíduos caracterizava-se
pela mistura do sangue dos aliançados e por uma união duradoura e sagrada, mais
profunda que a estabelecida pelo nascimento, e não podia ser dissolvida.
O
indivíduo que firmasse aliança com outro passava a ter uma responsabilidade
maior, porque o "amigo de sangue" tinha de estar disposto a entregar
a própria vida em defesa do outro ou morrer no lugar dele.
Esse
ritual ainda é praticado no Oriente, em áreas remotas da África e em outras
partes do mundo. Na Síria, quando dois homens firmam uma aliança, os parentes e
vizinhos são chamados como testemunhas. Os futuros aliançados declaram os seus
propósitos por escrito e cada um fica com uma cópia. A declaração é assinada
por ambos e por várias testemunhas.
Um
dos dois toma uma lâmina afiada e abre uma veia no braço do outro homem. Nessa
abertura, ele insere o tubo de uma pena de ave, pelo qual bebe o sangue do
amigo. A lâmina é depois cuidadosamente limpa com um dos papéis da aliança. O
outro amigo toma a lâmina e repete o ritual. A aliança está selada com sangue.
Os
dois amigos fazem este juramento diante das testemunhas: "Somos irmãos em
uma aliança feita diante de Deus. Quem enganar o outro enganará a Deus".
Cada um deles guarda uma cópia manchada de sangue em um pequeno relicário usado
ao redor do pescoço ou em volta do braço como símbolo da aliança.
Nos
tempos bíblicos, a aliança de sangue era também praticada entre duas famílias
ou duas tribos. A família deficiente em alguma área e forte em outra fazia uma
aliança de sangue com uma família que possuísse as virtudes que lhe faltavam.
As duas famílias estabeleciam os termos da aliança, que eram discutidos em profundidade. Depois
que os termos eram acertados, dois representantes eram escolhidos e era
selecionado um local onde as famílias pudessem testemunhar o ritual.
O
animal selecionado para o sacrifício era cortado ao meio pela espinha. As
metades eram colocadas opostas uma a outra, o que criava um caminho de sangue
entre elas.
Os
representantes, à vista de ambas as famílias, trocavam os mantos. O manto era
símbolo de autoridade e também representava a pessoa. Com a troca dos mantos,
cada um deles estava dizendo: "Estou lhe dando tudo que sou e também a
minha autoridade". Em seguida, trocavam também as armas. Ao fazer isso,
estavam dizendo: "Estou lhe dando a minha força. Os seus inimigos são meus
inimigos. Estarei com você até a morte".
Nesse
ponto da cerimônia, cada representante percorria o caminho de sangue duas
vezes, ida e volta. Parando juntos no meio, diziam em voz alta: "Assim
como este animal morreu, ficarei com você na morte". Então, cada
representante declarava como promessa todos os termos da aliança.
Anunciadas
as promessas e o juramento de manter os termos da aliança, era feito um corte
no pulso de cada representante. Os dois pulsos eram ligados com um cordão para
que o sangue se misturasse. Os braços eram levantados, para que todos vissem o
sangue escorrendo. Então faziam promessas um para o outro e juravam em nome de
Deus: "Juramos guardar os termos desta aliança, de geração em geração. Que Deus
nos ajude".
Nesse
ponto da cerimônia, cada família tomava o nome da outra. O nome representava
quem e o que eram. Com isso, estavam dizendo: "A sua família agora é a
minha família. Os seus caminhos são os meus caminhos. As minhas forças são as
suas forças".
Tendo
sido a aliança selada com sangue, as famílias se reuniam para uma refeição em comum. Durante a
ceia, traziam um cálice de vinho e pão. Partiam o pão e ofereciam uns aos
outros dizendo: "Somos irmãos de aliança, coma o meu corpo. Que o meu
corpo morra antes que você morra de fome". Quando bebiam o vinho, cada um
dizia: "Beba o meu sangue. Esta é a minha vida. Eu lhe dou a minha vida.
Sou seu para sempre".
Essa
espécie de aliança era feita para durar pelo menos oito gerações. Não havia
como quebrar o pacto, a não ser pela morte. As duas famílias estavam unidas
para sempre.
Foi
esse o tipo de aliança firmado entre Davi e Jônatas. "Depois dessa
conversa de Davi com Saul, surgiu tão grande amizade entre Jônatas e Davi que
Jônatas tornou-se o seu melhor amigo. Daquele dia em diante, Saul manteve Davi
consigo e não o deixou voltar à casa de seu pai. E Jônatas fez um acordo de
amizade com Davi, pois se tornara o seu melhor amigo. Jônatas tirou o manto que
estava vestindo e o deu a Davi, com sua túnica, e até sua espada, seu arco e
seu cinturão" (v. 1-4).
Desse
dia em diante, Jônatas e Davi eram como uma só pessoa. Em outra ocasião, quando
Saul ameaçou matar Davi, Jônatas mais uma vez fez aliança com Davi, agora
concernente à bondade contínua deste para com a sua casa. Disse Jônatas: '"Se
meu pai quiser fazer-lhe mal que o SENHOR me castigue com todo o rigor, se eu
não lhe informar disso e não deixá-lo ir em segurança. O SENHOR
esteja com você assim como esteve com meu pai. Se eu continuar vivo, seja leal
comigo, com a lealdade do SENHOR, mas se eu morrer, jamais deixe de ser leal
com a minha família, mesmo quando o SENHOR eliminar da face da terra todos os
inimigos de Davi". Assim Jônatas fez uma aliança com a família de Davi,
dizendo: "Que o SENHOR chame os inimigos de Davi para prestarem contas'. E
Jônatas fez Davi reafirmar seu juramento de amizade, pois era seu amigo
leal" (1 Samuel 20.13-17).
Por
meio dessas duas alianças, Davi e Jônatas ficaram unidos como irmãos para
sempre. E um estava disposto a morrer pelo outro!
Achei interessante, será válido para hj?
ResponderExcluirFoi essa aliança que jesus fez conosco muito interessante!
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