quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Os tropeços da língua

 

Quem vive contando casos não guarda segredo; por isso, evite quem fala demais.


                                       Provérbios 20.19


São muitas as maneiras que as nossas palavras podem ferir os outros, três delas são: calúnias, fofocas, e bajulações.

A palavra usada para "caluniar" em hebraico significa "bancar o espião." Refere-se a alguém recolher pistas e pedaços de informações sobre o caráter de uma pessoa e relacionar tais informações para divulgar a quem quiser ouvir.

Já a fofoca é mais sutil, porque pode se disfarçar em linguagem "aceitável". Normalmente usam dizer: "Você já ouviu falar"...? ou "Eu particularmente não acredito que seja verdade, mas ouvi dizer que"... ou ainda: "Não costumo comentar isso, mas sei que não vai demorar até que todo mundo fique sabendo, só não conte para ninguém". Logicamente, nós cristãos gostamos de envolver a fofoca em uma linguagem espiritual: "Preciso te contar uma coisa sobre Fulano, para que você possa orar por ele, coitado"... Mas, quantas vezes nós realmente nos lembrarmos de orar por esses motivos?!

Entretanto, o uso indevido mais sórdido e sutil da língua está na bajulação. Bajulação é apenas uma mentira extravagante. É quando dizemos algo que não é a expressão da verdade, para ganhar um favor, a atenção, ou a aprovação de alguém.

Uma boa distinção entre fofoca e bajulação é esta: Fofoca é dizer pelas costas o que nunca diríamos pela frente. Bajulação é dizer pela frente aquilo que nunca diríamos pelas costas.

É bem por isso que o apóstolo Tiago nos diz: "Todos tropeçamos de muitas maneiras. Se alguém não tropeça no falar, tal homem é perfeito, sendo também capaz de dominar todo o seu corpo." (Tiago 3.2). Esta é sem dúvida uma das características da verdadeira espiritualidade.


Nenhum comentário:

Postar um comentário