Muitos
de nós já fomos desagradavelmente surpreendidos por mentiras e acusações
infundadas a nós dirigidas injustamente. Há pessoas que tentam construir seu
sucesso escalando as costas dos outros, enxovalhando e denegrindo a imagem do
próximo. Com Davi não foi diferente, ao escrever o Salmos sete, encontrava-se
nesta situação: enfrentava a calúnia proferida por Cuxe, o benjamita.
Alguns
afirmam que Cuxe era membro da corte do rei Saul. Outros, que ele era parente
de Davi. Independente de quem ele tenha sido, é certo que ele fazia parte do
círculo de pessoas próximas ao rei. Cuxe disse a Saul que Davi não era leal,
talvez motivado por inveja. Que grande mentira! Davi poupara a vida de Saul por
duas vezes – na caverna de Adulão e quando Saul estava dormindo no campo. Se
Davi fosse desleal, teria matado o rei na primeira oportunidade e reivindicado
o trono.
Ao
descrever sua situação com Cuxe, Davi associa seus inimigos a um leão faminto,
capaz de atacar um cordeirinho indefeso e despedaçá-lo com suas poderosas
garras. Por quê? Porque não havia quem o livrasse (v 2).
Apesar
disso, Davi não tinha medo, ele pediu a Deus que revertesse sobre si todo o mal
que porventura tivesse feito contra Cuxe (vs 3-5); demonstrando sua pureza de
alma. Para ter certeza da atenção de Deus, Davi clama: “Levanta-te, Senhor, na
tua ira”. Davi ansiava pela justiça divina, seu desejo era que Deus se
assentasse na cadeira de juiz e proferisse a sentença de seus injustos
acusadores com todas as terríveis conseqüências da poderosa ira de Deus.
Sua
angústia era tamanha que ele chegou a pensar que os ímpios, às vezes, escapavam
impunes, prosperavam sem receber a punição de Deus. Quantas vezes nos ocorre o
mesmo pensamento? Enquanto eles mentem, roubam, fraudam, cometem injustiças,
enganam... parece que Deus adormeceu e não está vendo... parece que Deus deu de
mão e abdicou de seu poder. Mas Ele está vendo tudo e está absolutamente no
controle de “tudinho”! Deus se irrita com o ímpio todos os dias e prepara suas “setas
inflamadas” (vs 11,13). Observemos: a paciência, longanimidade de Deus não é
sinônimo de fraqueza ou fragilidade. Embora sua justiça moa os injustos
vagarosamente, ela os mói até ao pó.
Os
males cairão sobre as cabeças dos malfeitores. Lembremos que Hamã, quando
estava construindo uma enorme forca para os judeus, parecia um vencedor.
Ninguém pensava que Deus estivesse olhando para o que ele fazia. Então, da Sala
do Trono, com fúria, Deus diz: BAAASSSTAAAA! E intervém, e Hamã e seus dez filhos
são enforcados (Ester 7.10; 9.13). Rememoremos também que Jezabel assassinou os
profetas de Deus em Israel e parecia que “nasceu para vencer” até Deus resolver
transformar seu corpo em alimento para os cães (2 Reis 9.36-37); trágico fim,
não? Deus realmente pune o ímpio, e isto não Lhe causa nenhum prazer, pelo
contrário, Ele mesmo diz:
Eu
lhes digo que “haverá mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do
que por noventa e nove justos que não precisam arrepender-se" (Lucas 15.7).
Sua
tolerância e longanimidade é justamente a espera e oportunidade que temos para
nos arrepender e reconciliarmos com Ele.
Às
vezes achamos que estamos rodeados por amigos e que não temos inimigos ou
acusadores, mas se o próprio Deus foi caluniado no Éden, nós, certamente também
seremos. Se Jesus sofreu calúnias em Jerusalém, nós, fatalmente também
sofreremos. E como reagiremos??
“Exultai
e alegrai-vos, porque é GRANDE o vosso galardão nos céus; porque assim
perseguiram os profetas que foram antes de vós” (Mateus 5.12).
Jesus
disse: “o mundo me odiou e também odiará vocês”. Por quê? Porque vocês são luz
no meio das trevas. Os que estão atuando nas trevas não querem expor suas obras
à presença da luz. A luz dissipa toda treva, assim como uma sala ao ser
iluminada, tudo o nela contém fica evidente.
A
despeito das acusações de Cuxe, Davi, mesmo com risco de perder a vida afirma
que não irá temer: “Senhor meu Deus, em ti confio”.
E
nós, tememos as calúnias, as conseqüências das difamações; ou a exemplo de
Davi, confiamos em Deus, cientes de que Ele está no controle e no devido tempo
irá nos exaltar. Assim sendo, tenhamos uma vida dedicada ao serviço do SENHOR e
confiemos só Nele. Sejamos como Davi que diz: "O meu escudo está nas mãos de Deus, que salva o reto de coração" (Salmos 7.10).
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