Logo após, o Espírito o impeliu para o
deserto.
Marcos 1.12
Quiséramos crer que a vida de Jesus aqui se
resumisse em experiências lindas, um verdadeiro paraíso terreno... Mas, bem
longe disso, dir-se-ia uma prova no mínimo estranha, do favor divino, este
período no deserto.
Mesmo porque, quem estaria preparado para "logo" após as bênçãos do céu aberto, a descida do Espírito em forma de pomba, a
aprovação na voz do Pai: "Tu és o meu Filho amado, em Ti me comprazo"! Quem
diria, que logo após uma tremenda e abençoada revelação deste quilate, pudesse
ter que enfrentar uma prova de tamanha magnitude, como a batalha que o nosso
Mestre enfrentou no deserto?
Mas contrariando nossa expectativa,
sempre após alcançar-se o ápice, é que surgem os momentos de profunda depressão,
lutas intensas, batalhas acirradas...
Quantas vezes, nos deparamos intrigados a
indagar: "como é possível, em um dia estarmos a flutuar nas alturas, como se pisássemos
o esplendor das nuvens, e logo no outro, o abatimento nos surpreende e nos
lança no pó, como se removêssemos e arrastássemos a carga de uma tonelada sobre
os já feridos ombros"...
Sem entender, ficamos a imaginar, porque "logo" imediatamente após o conforto da benção, é que surgem as provas – quem sabe
seja exatamente para nos preparar para os lugares áridos, os Calvários, Getsêmanis,
desertos intransponíveis que a luz do SENHOR resplandece sobre nós; nos
levantando, capacitando, fortalecendo para que possamos resistir, irmos mais
fundo, iluminarmos as trevas com a luz Dele incrustada em nós; como tochas
acesas, incandescentes para os que jazem na escuridão, e mesmo em meio as nossas
fraquezas e debilidades sermos arrimo, apoio e amparo aos desamparados e
desfavorecidos mais errantes do que nós?
Acontece que nem sempre estamos preparados,
prontos para o deserto, a maratona é dura, necessitamos de uma forte
envergadura, uma rija musculatura espiritual, e nesse treinamento não podemos
negligenciar nenhuma etapa, somente após a experiência do Jordão, poderemos
prosseguir – nada melhor que a completa rendição ao Filho do Deus vivo, nosso único
e suficiente Salvador; pode nos preparar e tornar aptos diante da missão que o
Espírito Santo nos destinará e colocará em nosso coração.
Somente o rompimento
com os valores mundanos, a total entrega, comunhão, intimidade, a glória do
batismo podem capacitar-nos a suportar e superar a fome e a aridez do deserto.
"Senhor, restaura-nos, assim como
enches o leito dos ribeiros no deserto. Aqueles que semeiam com lágrimas, com
cantos de alegria colherão" (Salmos 126.4,5).
Nenhum comentário:
Postar um comentário