sexta-feira, 1 de julho de 2016

Aquietai-vos, Deus quer falar e não ouves!


Isaque foi para Berseba. Naquela noite, o Senhor lhe apareceu.

                            Gênesis 26.23,24

Seria mero acaso essa revelação ocorrer naquela noite e não em outra noite qualquer? Será que poderia ter acontecido igualmente em outra oportuna ocasião?
Nos enganamos redondamente se concluirmos que sim. Mas o que havia de especial na noite em que Isaque chegou a Berseba? Deus é imutável, mas nós somos perfeitamente suscetíveis a mudanças, de acordo com os estímulos das nossas circunstancias.
Então concluímos que esta foi a noite em que Isaque alcançou descanso. Ele havia sofrido uma série de desgastes, contrariedades, picuinhas, mesquinharias sobre posse de alguns simples poços, que vinham roubando-lhe a paz, trazendo tormentos e angústias.
Nada pior do que pequenos aborrecimentos, principalmente quando chegam em série sequencial, uma bateria deles para desestabilizar e abalar a nossa paz interior.
Isaque se sentia exatamente assim; e mesmo depois de passadas as adversidades e cessarem as lutas, o lugar ainda guardava uma imagem e uma associação antagônica e desagradável, pairava ainda no ar os resquícios dos dissabores ali vividos. Então ele resolveu sair dali, buscar um novo ambiente; armou suas tendas longe, bem retirado, distante das antigas contrariedades.
Então, quando não havia mais tempestade interior, naquela mesma noite veio a revelação, Deus falou com ele. Não poderia ter sido antes, enquanto a mente estivesse preocupada demais, a alma agitada demais, não conseguiria discernir a voz de Deus, precisamos estar quietos para ouvir a Sua voz. Só em completa paz e quietude de espírito Isaque pode perceber o roçar, o bulir suave das vestes do SENHOR ao chegar naquele ambiente. Aquela noite de quietude foi espiritualmente luminosa para ele.
Será que somos capazes de adequadamente ponderar sobre as Palavras: “Aquietai-vos e sabei”? Nos momentos de grande aflição, as perturbações nos impedem de ouvir ou entender as respostas às nossas orações. Nos parece muitas vezes, que não obtemos resposta ou que ela chega muito tempo depois. Com o coração aflito, não obtemos resposta no momento em que clamamos, na hora da tempestade, durante as duras provas de fogo, enquanto prevalece a tormenta interior.
Quando nossas mãos desistem de bater contra a porta de bronze, quando desistimos de lutar com nossas forças, cessa o pranto, cai o silêncio, e o interesse por outras vidas, abranda nossa própria tragédia; então surge a já não mais esperada resposta.
Devemos confiar e descansar se queremos obter a realização do desejo do nosso coração. Deixemos de lado tantas preocupações pessoais, nos concentremos mais em sermos úteis ao próximo, porque nas tribulações dos outros, esquecemos das nossas próprias aflições. 
Assim como ao Isaque, nessa mesma noite o SENHOR virá a nós, sobre as grossas águas que se estancam, brilhará o nosso arco-íris, e na quietude da noite ouviremos o farfalhar das suas vestes a chegar, e de ouvidos atentos discerniremos Seu doce falar.

"Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; sou exaltado entre as nações, sou exaltado na terra" (Salmos 46.10).

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