quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Tão somente acalmem-se!

Moisés respondeu ao povo: "Não tenham medo. Fiquem firmes e vejam o livramento que o Senhor lhes trará hoje, porque vocês nunca mais verão os egípcios que hoje vêem. O Senhor lutará por vocês, tão somente acalmem-se".
                    Êxodo 14.13-14
Cerca de quinhentos anos após a morte de Abraão, teve início a opressão dos judeus, que começou no Egito, onde um faraó impôs-lhes a escravidão.
O Egito, terra das pirâmides e do Nilo — símbolo de um sistema mundano com os seus princípios de ganância, crueldade, ambição e força bruta — era parte do plano de Satanás para oprimir o povo escolhido de Deus. O faraó achava que o povo hebreu era uma ameaça ao progresso, aos planos e projetos egoístas de sua nação.
Mas Deus tinha um plano, e ninguém frustra seus planos!
"Ai daquele que contende com seu Criador, daquele que não passa de um caco entre os cacos no chão. Acaso o barro pode dizer ao oleiro: ‘O que você está fazendo?(Isaías 45.9)
...”você me pergunta sobre meus filhos, ou me dá ordens sobre o trabalho de minhas mãos?”(Isaías 45.11).
Enquanto os hebreus trabalhavam sob condições intoleráveis, o Senhor preparava Moisés para o seu papel na primeira libertação de Israel. Moisés estava sendo treinado... na corte do faraó! Passou quarenta anos na realeza, quarenta anos no deserto de Midiã como um simples pastor e quarenta como líder escolhido por Deus para conduzir os hebreus em segurança para a Terra Prometida.
Quando Moisés e seu irmão Arão, de 83 anos, foram ao faraó exigir a libertação dos israelitas, o soberano do Egito recusou!
Iniciaram-se então três séries de três pragas. E a décima praga enfraqueceria de vez a teimosia do faraó: a morte dos primogênitos da terra do Egito (Êxodo 11.4-7).
O faraó propôs um acordo. Como embaixador de Satanás na terra, tentou convencer os israelitas de que havia salvação maior no prazer temporário do mundanismo egípcio. Sem dúvida, o cheiro de alho era tentador para alguns. Mas o plano de Deus prevaleceu: Moisés e os hebreus atravessaram o mar Vermelho em vitória. Satanás perdeu mais uma vez!
Moisés tinha duas rotas para chegar à Terra Prometida. O caminho do Mediterrâneo podia ser feito em cerca de dez dias. Essa estrada passava por áreas povoadas e era o caminho mais curto.
Entretanto, o Senhor os conduziu para o deserto, na direção sudeste, para o mar Vermelho! Precisavam aprender uma lição importante, que os beneficiaria: é raro alguém se aproximar de Deus nos dias de prosperidade. Porém, quanto mais escura a noite, mais brilham as estrelas!
Ao chegarem ao mar vermelho, não havia ponte! Imaginemos a cena: milhões de israelitas aglomerados às margens do mar Vermelho, o faraó os perseguindo com um exército de seiscentas carruagens!
Moisés sabia que Deus tinha um plano e ordenou: "Não tenham medo. Fiquem firmes e vejam o livramento que o SENHOR lhes trará hoje, porque vocês nunca mais verão os egípcios que hoje vêem. O SENHOR lutará por vocês; tão-somente acalmem-se" (Êx 14.13,14).
Havia o barulho ensurdecedor das rodas e uma aterradora nuvem de poeira. Contudo, Moisés dizia ao povo que se acalmasse... Deus pelejaria. E Ele o fez!
Que lição para nós, cristãos de hoje! Que fé, que coragem, que vitória, que conquista!
No terceiro mês de jornada pelo deserto, Deus chamou Moisés ao Sinai, e do monte fez esta promessa: "Diga o seguinte aos descendentes de Jacó e declare aos israelitas: Vocês viram o que fiz ao Egito e como os transportei sobre asas de águias e os trouxe para junto de mim. Agora, se me obedecerem fielmente e guardarem a minha aliança, vocês serão o meu tesouro pessoal dentre todas as nações. Embora toda a terra seja minha, vocês serão para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa" (Êxodo 19.3-6).
Imaginemos a dimensão, a proporção da grandeza dessa promessa!
Os israelitas estavam para se tornar tesouro pessoal de Deus; bastava obedecer à voz dEle (Êxodo 19.5).
Entretanto, pouco tempo depois, o povo que, nos três meses anteriores, fora redimido da destruição, alimentado com maná do céu e saciado com água de uma rocha golpeada, achou mais sábio afastar-se de Deus na direção do pecado da cobiça e do prazer!
A impaciência é uma das ferramentas mais eficazes de Satanás. Quando Abraão ficou impaciente com a demora da bênção de Deus, tomou Agar por mulher. Dessa relação nasceu Ismael. A impaciência de Abraão resultou em tragédia para Israel, em todas as épocas. Hoje, é ainda o maior espinho na carne da nação judaica!
Por causa do bezerro de ouro, três mil homens foram mortos pelos filhos de Levi.
Após o êxodo egípcio, não demorou, e muitos israelitas se mostraram insatisfeitos com o maná: sentiram falta das carnes suculentas do Egito, dos peixes deliciosos, dos maravilhosos pepinos, dos melões, das cebolas, dos alhos! Contudo, Deus havia prometido a Moisés que levaria os filhos hebreus para uma terra que manava leite e mel (Êxodo 3.8). Tudo que tinham a fazer era pacientemente apropriarem-se dela!
Uma equipe de doze espias — um de cada tribo de Israel — foi enviada para fazer o reconhecimento da Terra Prometida. Durante quarenta dias, eles espionaram a terra! Era necessário espionarem, se Deus já havia prometido que a terra seria deles?
E relataram que ela era tudo que Deus falara. Surpresa! Deus mais uma vez disse a verdade! Realmente, era uma terra de leite e de mel. Para provar o que diziam, haviam trazido um imenso cacho de uvas!
Dez dentre os doze espias, porém, tinham "complexo de gafanhoto": 'Todos os que vimos são de grande estatura'... diante de quem parecíamos gafanhotos, a nos e a eles" (Números 13.32,33).
O que estavam dizendo, de fato, era que o Deus que os libertara do Egito não era suficientemente poderoso para instalá-los com segurança em Canaã!
A Igreja hoje é muito semelhante aos filhos de Israel. Somos impacientes, infiéis, desconfiados e esquecidos das promessas de Deus - conseqüentemente, não nos apoiamos nelas, e desta forma desagradamos e entristecemos o coração do SENHOR.
Deus nos fez promessas tão reais quanto as que Ele fez aos filhos de Israel: proteção, libertação, cura, provisão. Contudo, preferimos seguir o nosso caminho e perdemos as bênçãos de Deus, pois ELE não invade nossa privacidade, permite que sigamos errantes e sofremos as conseqüências para aprendermos a lição. Embora provoquemos maior dor ao coração amoroso do Pai que tudo vê, quando tentamos matar nossa sede espiritual nas cisternas rotas e lamacentas do pecado, quando temos a água viva e pura e a rejeitamos diante de seus olhos.

As experiências dos filhos de Israel foram registradas para que nos lembremos de olhar para Deus como o grande Eu Sou, que nunca nos deixa nem nos abandona, que não pode mentir, que é tão grandioso, perdoador, bom, amoroso, quanto a sua Palavra. A libertação israelita no Egito é uma tipificação da libertação que hoje obtemos por meio do sangue de Cristo. Tudo que temos de fazer é agirmos com base em suas promessas — e elas se tornarão realidade em nossa vida. A ELE a honra, a glória o louvor e exaltação para todo sempre!

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