"Tomem e comam; isto é o meu corpo." (Mateus
26.26b)
Jesus partiu o pão, abençoou-o e ofereceu-o aos seus
discípulos. Depois, tomou um cálice, cheio do fruto da vide, abençoou-o e
deu-lhes, dizendo: "Bebam dele todos vocês. Isto é o meu sangue da aliança,
que é derramado em favor de muitos, para perdão de pecados" (Mateus
26.27-28).
Que momento glorioso no plano e propósito de Deus!
Ali, no cenáculo, quando Jesus se preparava para entregar a
própria vida como sacrifício pelos pecados do mundo, derramando o próprio
sangue, Ele celebrou uma ceia com os discípulos, que marcou o final da Antiga
Aliança e o estabelecimento de uma aliança NOVA e MELHOR.
Essa hora Deus determinara desde a fundação do mundo, esse
foi o momento que Ele marcou para fazer uma aliança eterna com a humanidade, a qual seria selada com o sangue
de seu único Filho! Esse foi o dia marcado para que o único, perfeito e
definitivo Sacrifício fosse oferecido no altar do Deus todo-poderoso!
As ofertas de sacrifício dos cordeiros e o sangue espargido sobre
o povo e sobre o altar da Antiga Aliança não seriam mais necessários. Mais de 1
400 anos se haviam passado desde o estabelecimento da aliança no monte Sinai.
Todos os sacrifícios desde então apontavam para o dia em que Jesus Cristo ,
o Cordeiro Imaculado, seria oferecido como derradeiro sacrifício eficiente e
eficaz, a fim de libertar o homem das garras de Satanás e da escravidão do
pecado.
Foi o dia da libertação, LIBERDADE para todos os crentes!
A Antiga Aliança havia cumprido o seu propósito, pois
revelara ao homem o terror, o cativeiro e a escravidão do pecado, bem como a
necessidade de redenção. O sangue de touros e de carneiros era insuficiente
para remover o pecado humano. Mas chegou o tempo designado por Deus para que a
humanidade fosse liberta do pecado e firmasse uma aliança eterna com Deus.
Jerusalém estava em festa, cheia de sons de louvor. Milhares
de alegres peregrinos haviam chegado à Cidade Santa para observar a Páscoa, que
celebrava a libertação de Israel da escravidão egípcia.
Durante essa festa, todas as famílias deviam sacrificar. Na
tarde que antecedia a noite da Páscoa, um cordeiro "sem mácula" era morto
no Templo, e o sangue era oferecido a Deus no altar. A carne era assada e
comida à mesa pela família.
Durante a ceia da Páscoa, o cálice de vinho era passado,
seguido de ervas amargas mergulhadas em um molho vermelho feito de amêndoas,
nozes, figos e outras frutas. Depois que era passado o segundo cálice de vinho,
o chefe da família explicava o significado do cordeiro pascal e refletia sobre
a libertação de Israel da escravidão no Egito. Ele recordava a esperança do
Messias que viria, o qual os redimiria e libertaria de seus pecados. O último
ato era passar o terceiro cálice de vinho, o "cálice da bênção".
Após entrar em Jerusalém, Jesus ordenou que os discípulos
providenciassem os preparativos para a Páscoa, pois iriam passá-la juntos.
Quando tudo estava pronto, Jesus e os discípulos subiram ao cenáculo e se
assentaram. Jesus disse-lhes: "Desejei ansiosamente comer esta Páscoa com
vocês antes de sofrer" (Lucas 22.15). Ele já havia, sem dúvida, celebrado
a Páscoa com os discípulos anteriormente. Entretanto, aquela não seria apenas a
última refeição que comeriam juntos antes da ressurreição, mas o cumprimento
pleno da Páscoa. No dia seguinte, Jesus se tornaria a Oferta sacrifical, o
imaculado "Cordeiro de Deus", para libertar o seu povo da escravidão
do pecado.
Tentemos imaginar a emoção que se acumulou interiormente em
Jesus quando Ele comeu a carne do cordeiro do sacrifício — que apontava para a
sua morte sacrifical — e bebeu do fruto da vide — que representava o seu
sangue? Em essência, Jesus estava dizendo: "Desejei ansiosamente comer
esta Páscoa com vocês.
Este é o dia que esperei para ver. Este é o dia para o qual
nasci!".
Aquele era o momento pelo qual Ele aguardava; o momento em
que o propósito de sua vinda à terra seria cumprido.
Afinal: "Sacrifício e
oferta não quiseste, mas um corpo me preparaste; de holocaustos e ofertas pelo
pecado não te agradaste. Então eu disse: Aqui estou, no livro está escrito a
meu respeito; vim para fazer a tua vontade, ó Deus" (Hebreus 10.5-7).
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