Deus
sempre preserva um remanescente do seu povo, observamos isto após seu
julgamento pela infidelidade do povo à aliança. Seu julgamento era como um
agente purificador que preparava as pessoas para um recomeço. O remanescente
tornou-se um símbolo da graça de Deus. Refletindo sobre o retorno do povo judeu
da Babilônia. Esdras diz: Mas
agora, por um breve momento, o Senhor nosso Deus foi misericordioso, deixando-nos
um remanescente e dando-nos um lugar seguro em seu santuário, e dessa maneira o
nosso Deus ilumina os nossos olhos e nos dá um pequeno alívio em nossa escravidão
(Esdras 9.8).
A idéia do remanescente é de
que um pequeno número do povo de Deus, preservado por sua imerecida graça,
forme uma nova comunidade devotada à sua obra redentora. Bem antes dos
profetas, é possível ver um traço da teologia do remanescente na preservação de
Noé e sua família durante o grande dilúvio (Gênesis 7.1). Da mesma forma Deus
usou José no Egito para sustentar um remanescente durante o período de fome
mundial (Gênesis 45.7).
A teologia do remanescente
também é evidente no Livro de Deuteronômio, em que Moisés adverte Israel sobre
a dispersão, sendo que os obedientes seriam eventualmente restaurados à sua terra natal (Deuteronômio
4.27-31). Este conceito foi usado pelos profetas e aplicado ao povo hebreu
quando este foi levado cativo pelos assírios e babilônios.
No século VIII a.C., o profeta
Amós não apenas proclamou o julgamento de Israel (Amós 8.1-2), mas também
declarou a possibilidade de libertação para o “remanescente de José” (Amós
5.15). Na visão de Isaías sobre o julgamento de Judá, o profeta alardeia que
“Se o SENHOR dos Exércitos não nos tivesse deixado algum remanescente, já como
Sodoma seríamos, e semelhantes a Gomorra” (Isaías 1.9). Isaías até deu a um de
seus filhos o nome de Shear-Jashub, que quer dizer “Um Resto Volverá” (Isaías
7.3). Ele predisse que a nação de Judá seria destruída por um poder
estrangeiro, mas que um remanescente sobreviveria para servir como testemunha
da obra contínua de redenção do mundo (Isaías 10.20-23). O profeta Miquéias,
contemporâneo de Isaías, ligou os remanescentes da restauração ao reino futuro
de Deus em Sião (Miquéias 2.12-13).
No Novo Testamento o apóstolo
Paulo aplicou a teologia do remanescente à igreja, indicando que o novo povo de
Deus inclui tanto judeus quanto gentios (Romanos 9.22-27). Fazendo uma alusão
aos sete mil que não se curvaram diante de Baal no tempo de Elias (1Reis
19.18), Paulo declarou: “Assim, pois, também agora neste tempo ficou um
remanescente, segundo a eleição da graça” (Romanos 11.5).
Deus sempre preservou para si
um remanescente do povo de Israel, até mesmo nos dias de hoje. O milênio será o
tempo em que o remanescente crescerá outra vez, florescendo como uma grande
nação. Cristo governará como Rei a partir de Jerusalém, e todas as nações do
mundo exaltarão a Israel (Isaías 14.1-2; 60.1-22). Nada escapa ao controle e
plano do SENHOR de todos nós, Ele não abdicou de seu poder.
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