segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Quebrantamento


Considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor.

                                Filipenses 3.8

Brilhar tem o seu preço – a luz só brilha e reluz porque consome aquilo que a produz – a vela só se ilumina quando acesa, precisa arder, para brilhar. Para sermos de alguma utilidade há um custo a ser pago – sim, arder sugere consumo, desgaste, sofrimento... e sempre vemos com certa resistência tudo o que nos remete à ideia de sofrimento, dor, perda.
No senso coletivo, somos inclinados a pensar que só podemos ser benéficos e produtivos à sociedade, enquanto somos fortes, capazes para desenvolvermos ativamente, e apresentamos as mãos repletas de bons resultados.
Porém, quando o sofrimento bate em nossa porta, somos convocados ao recesso da enfermidade, recolhidos e consumidos pela dor, que faz cessar nossas atividades rotineiras, criando uma lacuna e um vazio; constrangidos nos sentimos como rascunhos abandonados no cesto, obsoletos, ineficazes, ineficientes, insuficientes, improdutivos, sem utilidade nem serventia, que não influi nem contribui, por assim dizer.
Mas, se percorrermos com resistência esse caminho que se apresenta resistente diante de nós, se formos pacientes, submissos, obedientes, é bem certo que seremos maior benção, melhor proveito para o mundo após a nossa maturação no sofrimento e dor, do que nos dias em que julgávamos estarmos no ápice da nossa produtividade e contribuição laboriosa. Estamos ardendo agora, e por isso brilhando, exatamente porque estamos ardendo. O sofrimento de hoje é de onde nasce a glória que surgirá amanhã.
O problema é que queremos a glória sem a cruz, perseguimos o brilho, mas dispensamos a queima, e não é assim que funciona; há a crucificação antes da coroação.
"Em verdade, em verdade vos digo; se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só, mas se morrer produz muito fruto" (João 12.24).
Então, que a mão ferida do amado e sábio Mestre possam quebrar a dureza e a rigidez do nosso coração, que Ele unte com puro azeite a nossa altivez, nossa cerviz aprumada, ereta, empertigada e cheia de si; que Ele dobre e quebrante todo o nosso ego inflado em Sua potente mão. Faça-nos experimentar o regozijo pleno da alma redimida, e que nos deleitemos na totalidade desta salvação.
"A nossa cidadania, porém, está nos céus, de onde esperamos ansiosamente um Salvador, o Senhor Jesus Cristo. Pelo poder que o capacita a colocar todas as coisas debaixo do seu domínio, ele transformará os nossos corpos humilhados, para serem semelhantes ao seu corpo glorioso" (Filipenses 3.20,21).

"O Senhor me livrará de toda obra maligna e me levará a salvo para o seu Reino celestial. A ele seja a glória para todo o sempre. Amém" (2 Timóteo 4.18).

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