sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

O silencio atuante


 Mas Jesus não respondeu nada, e Pilatos ficou impressionado.

                             Marcos 15.5

Uma das cenas mais impressionante e profundamente tocante da Escritura, é esse quadro onde o Mestre permanece em total silencio, sem responder palavra alguma diante dos Seus acusadores que O injuriavam, enxovalhavam; os quais Ele poderia ter desintegrado literalmente, tê-los feito caírem prostrados aos Seus pés com um simples olhar, com apenas um gesto, uma só palavra de reprimenda. Mas Ele os deixou falar e o pior, concluírem, executarem cabalmente seus maus desígnios, mesmo ciente de tudo o que O aguardava, sem qualquer objeção, permaneceu ali na submissão e no completo silencio de Deus – o mudo Cordeiro Pascal!
Verdadeiramente há um silêncio atuante que permite Deus operar por nós. O silencio obediente e humilde que cala e amordaça o grito cego da razão própria, da justiça a qualquer preço, que baixa a guarda, cessa os planos e projetos carnais, deixa de lado a auto reivindicação, auto piedade, autocomiseração, argumentações, reclamações, explicações inúteis; juntamente com os recursos de sabedoria, entendimento, expectativas e previsões humanas... E deposita tudo nas sábias mãos de Deus, permite assim que Ele proveja, julgue e responda ao golpe cruel, a injustiça, traição, calúnia... Segundo Sua própria ótica, o Seu amor fiel e infalível.
Vezes sem conta deixamos escapar a justiça e a intervenção de Deus, por precipitação e imaturidade espiritual; impulsivamente sem estarmos preparados, tomamos nas mãos e queremos legislar em causa própria e incompetentemente avançamos em nossa defesa, colocando tudo a perder.
Que o SENHOR nosso Deus tenha misericórdia, perdoe aos nossos deslizes e pequenez, nossa insegurança e falta de confiança em Sua justiça, zelo e amor por nós – (jamais faríamos melhor do Ele por nós mesmos), que nos dê equilíbrio, sensatez, maturidade espiritual, mansidão, ensina-nos a aguardar o Seu agir silenciosamente assim como nosso Mestre Jesus.

"Ele foi oprimido e afligido, contudo não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado para o matadouro, e como uma ovelha que diante de seus tosquiadores fica calada, ele não abriu a sua boca" (Isaías 53.7).

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