sexta-feira, 17 de junho de 2016

Os caminhos de Deus


Deus me fez prosperar na terra da minha aflição.

                              Gênesis 41.52

As chuvas de verão caem fustigando impiedosamente a terra. De sua janela o poeta solitário contempla a chuva, mas sua imaginação o conduz além das gotas que correm torrencialmente diante dos seus olhos. Ele já pode vislumbrar as flores multi coloridas que em breve desabrocharão, o tapete verde escuro que cobrirá o gramado do jardim, o gorjeio animado dos pássaros em bando nos arvoredos a beliscarem os frutos maduros, o perfume inebriante das damas da noite, trajadas de branco, silenciosas convidando para se permanecer um pouco mais no jardim, a contemplar o luar no firmamento adornado pelas estrelas cintilantes...
Quantos de nós, ao sermos açoitados pelas tempestades, ao nos depararmos com as chuvas torrenciais, nos desesperamos, nos desanimamos, nos desesperançamos, e questionamos em nosso aflito coração: “SENHOR, esse tremedal não terá fim”? Imaginamos que nossas provas estão além da nossa capacidade de suportar; que a chuva da desilusão e do desapontamento é forte demais, que as decepções farão nosso coraçãozinho sucumbir, que os nossos planos e sonhos foram levados pela enxurrada avassaladora e que a esperança bateu em retirada após eles, o luto montou acampamento e não parece querer sair, fazendo o coração temer e estremecer de tanta solidão, dor e sofrimento...
Entretanto, esta ótica está muito aquém da verdade. O que hoje nos parece chuvas de aflições e desesperos, na realidade não passam de bênçãos para nossa vida e crescimento espiritual. Basta crermos na Palavra de Deus, e da chuva que nos açoita e fustiga irão brotar exuberantes flores de inebriante fragrância e indizível beleza espiritual; a nós ignoradas e desconhecidas, até passarmos pela tempestade e pelo tremedal da disciplina do Pai.
Observamos as chuvas, sofremos seus efeitos; mas será que observamos também as flores que delas advém? Sentimos a dor das provações, mas Deus vê as flores da fé que desabrocha através das provas. Retraímos-nos ante o sofrimento, nos sentimos desmotivados e desencorajados; entretanto, Deus vê pelos Seus refletores a terna compaixão que está brotando em nossas almas. Sentimos muitas vezes o coração estremecer sob a penosa dor da separação e da substancial solidão, mas Deus considera o crescimento que a dor nos proporcionou. Afinal, nossa vida aqui é transitória, nosso lar não é aqui... Tudo coopera para o bem dos que amam a Deus!
Não são aflições nem tribulações que fustigam os filhos de Deus, mas amor, brandura, paciência, compaixão, e muitas outras espécies de flores e frutos provenientes do Espírito de Deus, os quais produzem em nossas vidas o crescimento e enriquecimento que jamais a prosperidade, facilidades e conforto seriam capazes de afiançar-nos.

"Meu filho, não despreze a disciplina do Senhor, nem se magoe com a sua repreensão, pois o Senhor disciplina a quem ama, e castiga todo aquele a quem aceita como filho. Suportem as dificuldades, recebendo-as como disciplina; Deus os trata como filhos. Pois, qual o filho que não é disciplinado por seu pai"? (Hebreus 12.5-7).

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