Depois de conduzir para fora todas as suas
ovelhas, vai adiante delas, e estas o seguem, porque conhecem a sua voz.
João 10.4
Talvez seja esse o trabalho mais penoso de
nossa jornada, para o Mestre e também para nós, o sair do aprisco; envolve
abrir mão da segurança, do comodismo, do conformismo e da total e completa
dependência e expectativa de tudo pronto nos favorecendo a todo instante. Há um
momento em que os pássaros terão de deixar seus ninhos e aprenderem a voar,
buscar seu próprio alimento, fortalecer suas asas, estabelecer seus próprios
limites. Isso no primeiro instante é muito doloroso... Contudo, é fundamental e
extremamente necessário para o nosso crescimento e real bem-estar, rompermos
com as barreiras da estagnação, do formalismo das teorias e adentrarmos as águas
instáveis da prática, embora tudo isso nos proporcione insegurança e temor,
precisamos rumar alto mar, águas nunca antes navegadas, fortalecer nossos
músculos espirituais. Só por isso Ele nos conduz para fora, o redil fica vazio,
para as ovelhas vagarem pelos salutares flancos montanhosos, pelos penhascos,
trilhas e riachos, para saberem discernir entre as águas cristalinas e as águas
salobras, rotas e barrentas cisternas, entre os pastos verdejantes das campinas
e o frio deserto congelante e as areias escaldantes...
Os obreiros precisam ser lançados ao alto e
agitado mar, para socorrer os que estão se afogando, precisam ser atirados em
campo aberto já amadurecido para a colheita, de outra maneira se perderão os
preciosos grãos. Os becos e os guetos precisam ser percorridos para que todos
tenham chances e sejam convidados para a grande cerimônia que se aproxima.
Tomemos alento, avancemos confiantes! Ele
sabe o que é melhor, todos os Seus planos e promessas serão realizados, se
efetivarão; se nos tira a proteção e o conforto do aprisco é porque isso se faz
necessário. Quem sabe se não foi exatamente para a realização dessa tarefa que
fomos criados? Para esse preciso momento estarmos onde estamos?
Se a amorosa mão do SENHOR nos conduz, sigamos
rumo aos pastos verdejantes, às águas tranquilas, aos altos montes; sabendo, no
entanto que Ele vai adiante de nós, abrindo os caminhos, tirando os espinhos,
as minas escondidas, as pedras de tropeços; qualquer perigo que haja adiante,
Ele já aplainou nossa vereda, já viu antecipadamente, já preparou nossa jornada
e vai conosco em todo o percurso.
Os olhos espirituais da fé veem além,
podemos discernir Sua gloriosa e majestosa presença, o que nos dá segurança
para prosseguir, porém quando não conseguimos identificá-la, nem reconhecê-la, torna-se
arriscado e perigoso avançar. Somente sob o comando do SENHOR nos movemos em
segurança:
"Sempre que a nuvem se levantava de cima
da Tenda, os israelitas partiam; no lugar em que a nuvem descia, ali
acampavam" (Números 9.17).
Guardemos sempre em nosso coração a
convicção de que o nosso Salvador já experimentou todas as tribulações e a
dificuldades que teremos pela frente, jamais nos permitiria enfrentar algo alem
da nossa capacidade; então não estejamos inquietos, preocupados e ansiosos com
o amanhã, não nos desgastemos sobrecarregados com estratégias e ensaios para o
futuro, o próximo passo, a escolha do caminho, a responsabilidade do futuro
está com Ele; vamos calmamente um passo por vez, seguindo o Pastor, o amanhã, antes
de chegar até nós está em Suas mãos, apenas confiemos.
"O Senhor é o meu pastor; de nada
terei falta. Em verdes pastagens me faz repousar e me conduz a águas tranquilas;
não temerei perigo algum, pois tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me protegem...
Bondade e a fidelidade me acompanharão todos os dias da minha vida, e voltarei
à casa do Senhor enquanto eu viver" (Salmos 23.1,2,4,6).
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