sábado, 5 de dezembro de 2015

Davi X Golias

Se Deus é por nós, quem será contra nós?

                 Romanos 8.31

O menino esguio ajoelha-se à beira do riacho, a lama molha seus joelhos, a água refresca suas mãos. Se quisesse, ele poderia examinar seus belos traços na água, mas, ele não procura pelo seu reflexo, mas por pedras: Pedras lisas, do tipo que se acomoda bem no alforje de um pastor; que se ajeita bem na sua funda de couro. Pedras achatadas que pesam na palma da mão e são, como a força de um cometa, lançadas contra a cabeça de um leão, de um urso ou, neste caso, de um gigante.
Da encosta da montanha, Golias olha lá para baixo. Ele e seu bando de filisteus, uma gangue encrenqueira, rosnenta e sedenta de sangue formada por fanfarrões ostentando trapos mal cheirosos e tatuagens feitas com arame farpado. Golias está acima de todos eles: com quase 3 metros de altura, sem sandálias, usando cerca de 55 quilos de armadura e rosnando como se fosse o principal competidor na noite do campeonato da Federação Mundial de Luta Livre. Ele usa colarinho tamanho 50, um elmo Extra G e um cinto com cerca de 1,50 metros de comprimento. Seus bíceps sobressaem, os músculos das coxas formam ondas e as referencias que faz de si mesmo ecoam pelo desfiladeiro.
"Eu desafio hoje as tropas de Israel! Mandem-me um homem para lutar sozinho comigo" (1 Samuel 17.10). Quem lutará mano a mano comigo? Quem vai me encarar? Quem vai parar diante de mim? Que venha o seu melhor atirador.
Nenhum hebreu se apresentou, ninguém até hoje... Até Davi.
É ali que Davi ouve Golias desafiando Deus, é esse o momento em que Davi toma a sua decisão: "Em seguida pegou seu cajado, escolheu no riacho cinco pedras lisas, colocou-as na sua sacola de pastor, em uma bolsa que tinha, e, com sua atiradeira na mão, aproximou-se do filisteu" (1 Samuel 17.40)
Golias zomba do rapaz: "Por acaso sou um cão, para que você venha contra mim com pedaços de pau?" (1 Samuel 17.43). Davi era magro, esquelético; Golias era corpulento, musculoso, bruto. A brisa suave contra o tornado. A bicicleta indo de encontro ao caminhão de dezoito rodas. O poodle enfrentando o rottweiler. Humanamente pensando, quais seriam as chances de Davi vencer seu gigante?
Talvez ele tivesse mais chances do que as que nos damos hoje para vencer os nossos próprios gigantes.
Nosso Golias não carrega uma espada ou um escudo; ele ostenta as espadas do desemprego, do abandono, do abuso sexual, da enfermidade, da traição, do desprezo ou da depressão. Nosso gigante não desfila para cima e para baixo pelas montanhas de Elá; ele se ergue em nosso escritório, no nosso quarto, na sala de aula. Ele traz contas que não podemos pagar, notas que não podemos tirar, pessoas a quem não conseguimos agradar, o uísque que não conseguimos resistir, a pornografia que não conseguimos rejeitar, um pecado do qual não conseguimos recuar, uma carreira da qual não conseguimos escapar, um passado que não podemos mudar e um futuro que não conseguimos encarar.
Conhecemos muito bem o rugido de Golias, já estamos familiarizados a Ele, somos seus fregueses todos os dias....
Davi enfrentou um que buzinava seus desafios dia e noite. "Durante quarenta dias o filisteu aproximou-se, de manhã e de tarde, e tomou posição" (1 Samuel 17.16). O nosso faz a mesma coisa...
O primeiro pensamento da manhã, a última preocupação da noite — nosso Golias domina o nosso dia e se infiltra em nossa tranquilidade, rouba nossa paz, nossa alegria.
Há quanto tempo ele nos persegue?
Golias: o valentão de longa data do vale, mais duro do que o carvalho, rosna mais do que dez ursos em uníssono. Ele nos espreita pela manhã e nos atormenta à noite, perseguiu nossos antepassados e agora surge em nosso encalço; impede a passagem do sol da esperança e nos deixa a sombra da dúvida. "Ao ouvirem as palavras do filisteu, Saul e todos os israelitas ficaram atônitos e apavorados" (1 Samuel 17.11). É bem assim que reagimos muitas das vezes, nos encolhemos temerosos.
Conhecemos bem ao Golias, reconhecemos seu andar e recuamos diante de suas palavras ameaçadoras; distinguimos a sua voz — mas é ela tudo o que ouvimos? Davi viu e ouviu mais: "Davi perguntou aos soldados que estavam ao seu lado: O que receberá o homem que matar esse filisteu e salvar a honra de Israel? Quem é esse filisteu incircunciso para desafiar os exércitos do Deus vivo?" (1 Samuel 17.26).
Davi entra em cena e levanta a Bandeira do Deus vivo, não joga conversa fora falando sobre a batalha ou fazendo perguntas sobre as chances e probabilidades de vitória. Ele traz somente um recado de Deus: "O SENHOR que me livrou das garras do leão e das garras do urso me livrará das mãos desse filisteu" (1 Samuel 17.37).
Em resposta ao escárnio do gigante, o jovem pastor diz:
Você vem contra mim com espada, lança e dardos, mas eu vou contra você em nome do SENHOR dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem você desafiou. Hoje mesmo o SENHOR o entregará nas minhas mãos, eu o matarei e cortarei a sua cabeça. Hoje mesmo darei os cadáveres do exército filisteu às aves do céu e aos animais selvagens, e toda a terra saberá que há Deus em Israel. Todos os que estão aqui saberão que não é por espada ou por lança que o SENHOR concede vitória; pois a batalha é do SENHOR, e ele entregará todos vocês em nossas mãos (1 Samuel 17.45-47).
Que o SENHOR nosso Deus nos conceda hoje essa intrepidez, esse destemor, para com esta Bandeira, com esta convicção enfrentarmos nossos Golias, em o Nome Daquele que Tudo pode: “JESUS CRISTO” nossos gigantes tombarão!

"Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação" (2 Timóteo 1.7).

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