Se algum de vocês estiver
sem pecado, seja o primeiro a atirar pedra nela.
João 8.7
Abismos profundos da
pública exposição de vergonha, calabouços intransponíveis de erros,
desfiladeiros intermináveis de culpa. Muralhas grafitadas de cinza fosco da
morte. Ressoantes ecos acusatórios que atordoam e expõem as fragilidades
humanas, nas escolhas erradas e decisões equivocadas. Cerrem os olhos, cubram
os ouvidos com as mãos, deixem a água fresca do chuveiro escorrer
abundantemente da cabeça aos pés... Tirem os panos de saco do passado, parem de
olhar pelo retrovisor; renovem os pensamentos e a mente, tentem com todas as
forças fugir das trágicas derrotas do ontem – os seus tentáculos tendem a
prevalecer porque são maiores que a fé e a esperança que exalamos.
Às vezes nossa vergonha é intrínseca,
privada, íntima, particular: um cônjuge violento; abusos no próprio lar sofrido
por aqueles que naturalmente deveriam nos defender, serem nossos cooperadores,
provedores; desrespeito; vícios entre os parentes íntimos, maus-tratos; humilhações
constrangedoras; superiores metidos a sedutores e aproveitadores baratos...
Apenas nós e Deus sabemos, mas isso já é o bastante, é mais que o suficiente
para provocar dor e sofrimento...
Algumas vezes porem, o
constrangimento é público e notório: uma traição que culmina num divórcio; um
empreendimento mal sucedido que rotula; uma doença que deixa sequela e nos
limita ou nos condena a arrasta-la por anos a fio; uma deficiência resultante
de uma tragédia... e pode ser que tudo seja aparente aos olhos públicos, ou que
tudo esteja apenas em nossa imaginação, feito aquelas pessoas que são magras e
se veem gordas ao olharem no espelho...Mas fato é que fruto do imaginário ou
realidade, precisamos lidar com isso, conviver e administrar o problema; estigmatizados por um desemprego que se arrasta, um divorcio que nos torna
solitários e sem amigos, um perda irreparável que nos deixa órfão, um câncer ou
uma AIDS na família.... Seja publica ou particular, não é fácil lidar com a
vergonha, é sempre um fardo difícil de carregar, mas a menos que tratemos e
lidemos com ela; sozinhos ou buscando ajuda, a mesma se tornará permanente, doendo
consecutivamente; se não erradicarmos, nossa paz será apenas ilusória, utópica.
Mas ciente das nossas
limitações, Deus nos preparou um Caminho de absolvição, convidemos ao SENHOR
Jesus a seguir conosco até o nosso calabouço da culpa, a descer pelo
desfiladeiro da nossa vergonha pública, a cobrir de vestes a nossa nudez
exposta... Certamente Ele permanecerá ao nosso lado, mesmo quando narrarmos os tristes
episódios ocorridos na noite mais densa e escura da nossa alma.
E em completo silencio
podemos até ouvi-lo:
"Onde estão aqueles
teus acusadores"? (João 8.10).
Se atentarmos ainda o
veremos a escrever, não na areia que seria facilmente apagado pelos anos, mas
sim em uma cruz para ser notório e público como nossa vergonha:
"Eu também não a
condeno. Agora vá e abandone sua vida de pecado" (João 8.11).
Absolvição, uma nova
chance, uma folha em branco para recomeçarmos!
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