segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Néctar do coração


Soprem em meu jardim, para que a sua fragrância se espalhe ao seu redor.
                                  Cânticos 4.16

Dentre as especiarias citadas neste capítulo de Cânticos, se observarmos veremos que algumas são bem sugestivas. O aloés é uma especiaria amarga; remete-nos à doçura que deixa ao paladar após degustar algo de sabor amargo, exótico, o nosso doce de laranja cidra por exemplo...
A mirra por sua vez, de tão aromática e alto poder de conservação, era utilizada para preparar e embalsamar os mortos; refere-se a falência dos sentimentos negativos e danosos ao nosso coração, aqueles que exalam fortes odores de tão ruins que são: orgulho, arrogância, vaidade, mentira, murmuração, ciume, inveja, blasfêmias, pecados de toda sorte que somos especialistas em produzir...
Por outro lado, há sempre um encanto estampado, escancarado e inexplicável que circunda em torno de alguns cristãos, parece que a atmosfera ao redor deles exala santidade, simplesmente porque trazem  no semblante as profundas marcas da disciplina, e o espírito dócil da obediência, são as marcas indeléveis da cruz; a pura evidencia da completa extinção do voluntarismo, arrogância, presunção, orgulho, do superego inflado que agora prostra-se aos pés do SENHOR, descobre que este é o melhor lugar para se estar... É a beleza celeste adquirida através de um espírito quebrantado e um coração devoto e contrito, é como a música produzida com notas que brotam de uma tonalidade menor, como arranjos e harmonia celestes.
Ah! E o incenso... com a fragrância que desprende-se ao ser aquecido pelo fogo – como um pó que enquanto arde, exala e inebria em nuvens aromáticas de pura doçura do centro das chamas. Fala-nos do coração cuja pureza, muitas vezes tem-se lapidado, moído, triturado, aprimorado e desprendido através das ardentes chamas da aflição, até que o vazio da alma é totalmente preenchido pelas nuvens da adoração, intimidade, louvor, busca, entrega, oração...
É bastante oportuno examinarmos o nosso interior, e observarmos se o nosso coração produz e derrama o néctar, os unguentos, as especiarias, os perfumes e aromas suaves ou jorramos apenas  o amargor do fel?

"Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me, e conhece as minhas inquietações. Vê se em minha conduta algo que te ofende, e dirige-me pelo caminho eterno" (Salmos 139.23,24).

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