sábado, 12 de novembro de 2016

Pouca profundidade


 ...Onde não havia muita terra; e logo brotou, porque a terra não era profunda.

                                Mateus 13.5

Conforme o exemplo da parábola mencionada acima, percebemos que há ainda alguns de nós sem muita profundidade, que somos como o solo sem muita terra; sem ideais, propósitos, convicções, alheios a tudo, movidos por qualquer sorte de vento, convencidos por qualquer apelo comovente, persuadidos por qualquer sermão bem articulado, ou melodia sentimental, desprovidos de qualquer senso de compromisso; e que a priori, nos animamos, empolgamos e parece até que tudo é muito simples e elementar, que vamos produzir, elaborar, realizar, mudar, construir... Mas há pouca profundidade, a terra é escassa; não há em nós um firme fundamento, honesto, arraigado, não há um desejo de conhecer realmente o dever a fim de cumpri-lo, carecemos mesmo é de uma sincera análise ao solo do nosso corrupto e rochoso coração.
A história salienta que quando um soldado romano era informado por seu superior imediato, de que ao permanecer e seguir em determinada corporação, correria risco de morte, e de que provavelmente iria morrer, quase sempre a resposta era: -"É necessário que eu vá, Senhor; não é necessário que eu viva, Senhor"!
E isto é convicção, profundidade, senso de direção, compromisso, certeza do que se quer, persuasão da diretriz que o conduz, o motiva e o mantem no rumo certo para alcançar a meta, o objetivo a ser atingido.
Quando estamos assim convictos, algo resultará daí. A circunstância, a natureza superficial estabelece-se pelos impulsos, impressões, intuições, instintos e, também pelos argumentos que a cerca. Porém, o caráter profundo vai além desses referenciais e, enfrentando altos e baixos, tempestades e neblinas, avança rumo à região ensolarada da convicção do outro lado; ele espera calmamente pelo amanhã, que revela o reverso da dor, da tristeza, da lágrima, do sacrifício, da derrota e do fracasso. E trás consigo em seu bojo, o benefício do aprendizado, o convite à humildade e a grandeza interior.
Pois quando Deus torna-nos profundos, pode acrescer-nos como bônus, Suas verdades e segredos mais profundos e confiar-nos dádivas e dons inestimáveis dos Seus divinos tesouros.
Assim sendo, guia-nos SENHOR a um nível mais profundo de intimidade e comunhão com Seus valores, Sua vida, Sua Pessoa; livra-nos da superficialidade que nos limita e nos aprisionam distantes de Ti.

"Conheçamos o Senhor; esforcemo-nos por conhecê-lo. Tão certo como nasce o sol, ele aparecerá; virá para nós como as chuvas de inverno, como as chuvas de primavera que regam a terra" (Oséias 6.3).

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