Ele transformou o mar em terra seca, e o
povo atravessou as águas a pé; e ali nos alegramos nele.
Salmos
66.6
É simplesmente grandiosa, tremenda, notável
a afirmação aqui: “o povo atravessou as águas a pé”; circunstancia em que o
desespero, terror, desfalecimento, angústia deveriam imperar; mas diz o salmista:
“ali nos alegramos Nele”.
Muitos de nós cristãos, poderemos bem
endossar isto com nossas experiências já vividas: “ali”, exatamente quando
dependemos de um milagre, nos tempos de decepções, angústia, derrotas,
tristeza, desfalecimento; temos sido fortalecidos em Deus, a presença Dele tem
nos conduzido em triunfo e regozijo, além dos limites da dor e do sufocante
sofrimento.
Em nossas tribulações, quão de perto se faz
notória a Presença do Deus da Aliança, e como se destacam as Suas promessas!
Nos dias de bonança, de prosperidade não podemos contemplar bem os Seus
favores, Seu Zelo, Seus livramentos; assim como não vemos as estrelas ao brilho
reluzente e ofuscante do sol. Mas ao cair da noite, negra, densa e escura da
solidão, da quietude, multidões de estrelas pontilham os céus, são constelações
que cravejam o firmamento como a emitir mensagens de esperança e consolo aos corações
aflitos.
E como Jacó em Jaboque, justamente quando o
sol se põe, nos deparamos com o Anjo divino para nos provar, e perseveramos,
lutamos com Ele e mesmo sem entender como, prevalecemos.
Era exatamente a noite que Arão acendia as
lâmpadas do santuário... é também na noite da aflição, que muitas vezes são
acesas as luzes mais brilhantes, fundamentais, essenciais na vida do cristão.
Foi na solidão do exílio que o apóstolo
João teve a gloriosa visão de Seu Redentor. Temos infinitas outras Patmos
espalhadas neste mundo, cujas memórias mais belas e notáveis são as da Presença
do Criador, através do Seu Espírito Santo, que nunca nos deixa só; com Seu
sustento, socorro, livramento, misericórdia, graça, amor incondicional, nos
amparando na solidão, tristeza, dor, adversidade.
Quantos peregrinos, caminhantes, passando
ainda, por estes mares e estes jordões de adversidades, angústias e aflições;
poderão afirmar, na retrospectiva da eternidade, repletos do regozijo da graça
e da misericórdia de Deus, em socorrê-los no tempo oportuno, palavras assim: “Coragem,
sejam fortes! Atravessamos as águas a pé, ali – nas duras penas do sofrimento,
do desespero, da dor, com ondas surgindo por todos os lados, um abismo chamando
outro abismo, transbordando por todas as suas ribanceiras – bem ali nos
alegramos Nele”!
"Dá-nos ajuda contra os adversários,
pois inútil é o socorro do homem" (Salmos 60.11).
"Em Deus faremos proezas, pois ele
calcará aos pés os nossos inimigos" (Salmos 108.13).
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