Estando angustiado, ele orou ainda mais
intensamente; e o seu suor era como gotas de sangue que caíam no chão.
Lucas 22.44
Antes de trilhar pela via dolorosa, o
Mestre refugiou-Se no jardim, numa derradeira oração intercessória, e ao clamar
e dirigir-Se ao Pai, cada um de nós tornou-se o alvo de Suas preces; Sua dor e
paixão final foram por nossa causa. Ele pode num relance mentalmente visualizar
cada rosto, cada expressão dos que seriam alcançados e atraídos por Ele.
E deste modo Deus pode ver-nos, e isso O cativou, não conseguiu mais nos esquecer, Se apiedou das nossas fragilidades,
assim como ovelhas perdidas sem um pastor para conduzi-las e guarda-las; e naquele
ambiente hostil e inóspito à Sua santidade, o Criador anteviu o rumo que tomava
a Humanidade, coroa de Sua criação seguindo um destino que não planejou. Ele
presenciou cada uma das nossas emoções, as decepções, as lagrimas, dores,
derrotas, traições, angustias e sofrimentos, medos e frustrações, vergonhas e
desilusões, nada foi oculto aos Seus olhos. Ele viu nossos corpos que
envelhecem, adoecem, enfraquecem... Nossos pensamentos coxeantes, nossos
corações enganosos, corrompidos, nosso andar trôpego, titubeante, vacilante,
esmorecidos e vencidos pelo pecado, sem chance alguma de salvação...
Então o Mestre fez uma difícil escolha aos
olhos humanos, sim, contra todos os impossíveis, Ele decidiu que seria melhor
enfrentar e encarar sozinho o inferno por nossa causa, do que habitar o céu sem
a nossa companhia, nem a iminência do injusto sofrimento, ou mesmo ser entregue
para ser moído e esmagado nas mãos de justiça do Justo Juiz em nosso lugar, tirou
o Seu foco ou O persuadiu a desistir.
"Todos nós, tal qual ovelhas, nos
desviamos, cada um de nós se voltou para o seu próprio caminho; e o Senhor fez
cair sobre ele a iniquidade de todos nós. Ele foi oprimido e afligido, contudo
não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado para o matadouro, e como uma
ovelha que diante de seus tosquiadores fica calada, ele não abriu a sua
boca" (Isaías 53.6,7).
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