João, ao ouvir na prisão o que Cristo estava fazendo, enviou seus discípulos para lhe perguntarem: "Es tu aquele que haveria de vir ou devemos esperar algum outro"?
Mateus 11.2-3
Podemos imaginar como João Batista se encontrava quando recebeu essa revelação. Provavelmente sentia-se desanimado, sozinho, sem saida, recursos ou família.
E a única coisa que ele ouve como resposta é sobre as obras que o Mestre Jesus realizava naquele momento. Isso porque as obras sempre apontam para a pessoa.
É bem certo que para muitas pessoas a vida de João e o modo como ela estava terminando não parecia muito coerente. Como filho de pai sacerdote, possuía a melhor educação, uma casa confortável, poderia exercer influência não só religiosa como política, poderia ter as roupas mais bonitas e a melhor comida. E, ao ir para o deserto, parecia estar abrindo mão disso tudo. Mas na verdade estava cumprindo a sua missão, exercendo o legado que recebera. Como um bom profeta, ele apresentaria diante de todos o Cordeiro Santo.
Então, podemos entender que o fato de nos encontrarmos em desertos em alguns momentos da nossa vida, não quer dizer que algo de muito errado esteja acontecendo. Passar por eles faz parte de quem somos e para que fomos chamados.
Embora soa incoerente, mas é bem compreensível que a condição em que João se encontrava naquela cincunstância, foi o que o levou a esquecer-se da declaração que fizera no deserto sobre o Messias, a ponto de mandar seus discípulos confirmar se Jesus era mesmo o Cristo que haveria de vir, ou se haveria outro.
Talvez, em dado momento, assim como ele, precisemos lembrar-nos das antigas promessas, a ponto de torná-las verdades inegociáveis. Portanto, se a dúvida se instala e a nossa fé está em xeque, isso pode ser indício de que alguma verdade caiu no esquecimento.
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