O
Senhor disciplina a quem ama, e castiga todo aquele a quem aceita como filho.
Suportem as dificuldades, recebendo-as como disciplina; Deus os trata como
filhos. Pois, qual o filho que não é disciplinado por seu pai?
Hebreus
12.6,7
O
maior legado que como bons pais deixamos para os nossos filhos, não é uma
expressiva herança material, tampouco o nosso bom, forte, temido, respeitado,
arrojado, tradicional nome de família. O nosso maior legado é a herança espiritual
que deixamos a eles, as diretrizes para andarem e prosseguirem no caminho do SENHOR.
Quando
Davi percebeu que a sua partida se aproximava, em seu leito de morte, disse a
seu filho: "E você, meu filho Salomão, reconheça o Deus de seu pai, e
sirva-O de todo o coração e espontaneamente, pois o SENHOR sonda todos os
corações e conhece a motivação dos pensamentos. Se você O buscar, O encontrará,
mas, se você O abandonar, ele o rejeitará para sempre" (1 Crônicas 28.9).
Deus
concedeu autoridade aos pais, sobre os filhos. Sim, como pais, representamos a
Presença Divina perante os nossos filhos, é como se fossemos, sob alguns
aspectos, uma ponte em carne e osso para contactar e conduzir os filhos a Deus.
É claro que isso não é literal, mas serve para demonstrar a importância e
responsabilidade paternal como representantes de Deus para as crianças.
Observemos
que muito do entendimento, compreensão, postura, atitudes que uma criança irá
absorver e desenvolver a respeito de Deus serão baseadas no relacionamento que
tiveram com seus pais. Logicamente isso não deve ser motivo de pânico, ou mesmo
nos assustar como pais, mas para que estejamos alertas sobre a responsabilidade
de termos uma influência divina sobre os filhos que o SENHOR mesmo nos concedeu
para cuidarmos. É evidente que quando os filhos vêem seus pais contradizendo aquilo
que eles mesmos já sabem que é a verdade, um grande estrago pode estar se
instaurando naquela personalidade.
Para
nossa tristeza, hoje em dia infelizmente, muitas crianças não honram seus pais,
simplesmente porque eles não são muito dignos de honra. Para o nosso total
constrangimento, muitos de nós adultos, às vezes, não estamos suficientemente amadurecidos
para honrar pontualmente os nossos compromissos e falhamos, abandonando as nossas
responsabilidades domésticas para perseguirmos nossos próprios interesses,
fantasias, vaidosos sonhos irreais... e só percebemos a fatalidade do erro
quando é tarde demais – isso quando chegamos a perceber!
Como
diz Andrew Murray: "O segredo do lar é o exemplo: devemos ser nós próprios
aquilo que queremos que nossos filhos sejam".
É
necessário que os nossos filhos presenciem o Evangelho vivido no dia-a-dia e
não apenas pregado em meras palavras sobre um altar. O nosso ministério inicia-se
em nossas próprias casas, não podemos ser testemunhas apenas para o mundo, mas
também para todos do nosso convívio. As crianças são muito mais espertas que
imaginamos, elas prestam atenção naquilo que realmente importa para nós e em como
vivemos o cristianismo em nossa rotina diária. Nós somos o referencial delas - resta
saber se somos um bom ou mau exemplo!?!
A
Palavra ilustra bem sobre essa responsabilidade dos pais quando diz:
"Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com
o passar dos anos não se desviará deles" (Provérbios 22.6 - NVI).
Esta
frase, "segundo os objetivos que você tem para ela", poderia também
ser traduzida "em sua habilidade". A Bíblia Amplificada traduz desta
forma: "Ensina a criança no caminho em que deve andar (e de acordo com seu
dom individual ou tendência), e até quando for velha não se desviará
dele."
Podemos
observar que cada criança é diferente, e como pais, precisamos estar atentos
para que possamos respeitar os limites individuais de cada uma delas, isso para
aqueles de nós dotados de muitos filhos, para que não venhamos sem perceber,
compara-los ou cobrar um rendimento padrão para todos. Cada criança tem uma personalidade
única, distinta e peculiar, da mesma forma como não há dois flocos de neve exatamente
iguais, assim são as crianças. É por isso que precisamos observar nossos
filhos, prestar atenção neles, respeitá-los para então educá-los de acordo com
suas individualidades.
Isso
não significa de modo algum, que devemos nos afastar dos princípios bíblicos;
simplesmente devemos adaptá-los a cada criança. Por exemplo: palavras duras
mantém algumas crianças na linha, enquanto que outras precisam de uma abordagem
diferente, logicamente, cada pai conhece o seu próprio filho. Precisamos apenas
reconhecer os atributos únicos, incentivar, ajudar desabrochar, florescer os
dons, daqueles pequeninos que Deus colocou sob os nossos cuidados. E para a
importante tarefa de tamanha envergadura, devemos dar o nosso melhor para mostrar-lhes
a direção certa e treiná-los no caminho do SENHOR.
Sim,
quantas são as vezes em que pensamos: -"Só me falta essa; estou ocupado demais
para perder tempo com crianças"!
É
necessário termos cuidado: o tempo passa muito rápido. Valorizemos cada momento
com os nossos filhos, e não podemos negligenciar nenhuma oportunidade. Expressemos
o nosso amor por eles, deixemos que eles percebam e saibam o quando nos são preciosos,
importantes e valiosos. Saber que os nossos filhos caminham e sempre caminharão
com o SENHOR é a nossa grande riqueza, satisfação, esperança do dever e missão
cumprida. Mas, não podemos perder de vista que eles não nos pertencem, mas sim
a Deus, somos simples tutores, a nossa responsabilidade é apenas conduzi-los para
Ele.
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