quarta-feira, 22 de março de 2017

GPS defeituoso

Se afirmarmos que estamos sem pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós.

                                    1 João 1.8

Observando a evolução da história humana, nitidamente percebemos que há algo muito errado com o nosso GPS moral. Poucos contestam o fato de que somos capazes de apresentar nobres sentimentos, impulsos bondosos e termos atitudes altruístas, mas temos uma sagaz capacidade e aparentemente infinita de nos divertir com a dor alheia, fazermos descaso dos sentimentos do próximo, na chamada banalização e animalização da humanidade. Divertimos-nos a valer vendo as chamadas “pegadinhas” onde nossos semelhantes são simplesmente ridicularizados em troca de algum dinheiro.
A Bíblia chama a imoralidade humana de pecado, reconhecendo o fato de que ela é antes de tudo uma ofensa contra a Lei de Deus, antes mesmo de ferir e macular o próprio pecador e outros envolvidos. Mas o pecado não é um conceito muito popular em nossos dias. A sensibilidade moderna gosta de reinventar e reescrever a linguagem moral fazendo uso de um jargão de saúde mental – o “eu” como centro de meu próprio universo, se for prazeroso, se minha consciência e meu coração pedem e não me condenam que mal há??? A ideia é que a linguagem moral leve a culpa, e a culpa é um sentimento, um estado interior negativo, que impedem o bem estar das pessoas que estão tentando aprender a aceitar a si mesmas, assim como são; falhos, complexos, suscetíveis ao erro...
Será que nós, como cristãos, devemos nos livrar do conceito do “pecado”, seria isto benéfico para nós?
O pecado é em si nocivo, enganoso, destrutivo, mortífero – é a escolha intencional de pensar, optar, seguir e agir ao contrário, na contra mão ao Caminho de Deus – leva e ocasionam drásticas consequências, lares e famílias destruídas, desrespeito às leis e a ordem, perversão e promiscuidade, abusos, consumismos desenfreado e desmedido, violência em todos os níveis sociais, alcoolismo, dependências químicas, uso de drogas, miséria, pobreza, calamidade, exploração humana, relativismo moral, destruição da personalidade, entre outros... Acontece que quando Adão e Eva pecaram no jardim do Éden, poluíram o ribeiro da humanidade em sua nascente – a partir daí, cada pessoa que está no rio da humanidade, adiciona os seus poluentes individuais ao fluxo da correnteza, através de seus atos e escolhas de desobediência, rebeldia, rebelião contra Deus e Sua Lei.

Essa linha de raciocínio nos força reconhecer que há algo errado com nosso senso moral – alias o pecado explica por que deixamos de seguir os impulsos nobres, embora os tenhamos; e o porquê a maioria dos nossos impulsos não é exatamente nobre, como deveriam. 
Mas uma vez conscientes da nossa impossibilidade de lidar com o pecado por nossos próprios esforços, somos impelidos a voltarmos a Deus, de modo que nossas ofensas morais possam ser perdoadas através da morte de Cristo – humildemente buscamos no Mestre e SENHOR Jesus ajuda a cada dia na árdua tarefa de revitalizar nossas mentes, inspiração em nossos sonhos e desejos, direção e curso para as nossas atitudes e ações. E isto nos conscientiza e desmente a errônea noção de que toda a humanidade é decente, boa e capaz e que precisa apenas caprichar, praticar boas ações, dar tudo de si para ir para o céu – esta ideia é equivocadamente demoníaca – ao admitirmos a presença do pecado em nossa vida e nossa total necessidade e dependência, as boas-novas de perdão e salvação através de Jesus Cristo estarão disponíveis, indistintamente ao nosso alcance.
"Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 João 1.9).

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