sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Forjados na fornalha


Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto, onde, durante quarenta dias, foi tentado pelo diabo.

                                    Lucas 4.1,2

Mesmo cheio do Espírito Santo, Jesus não foi poupado pelo diabo. Às vezes a tentação se torna mais acirrada, no momento que mais nos aproximamos de Deus. É como o dito popular: “O inimigo alveja alto”. Ele levou um apóstolo a negar seu Mestre, levou outro a traí-Lo, e os demais a deixa-Lo só no momento em que mais necessitava de apoio.
Mas se observarmos, veremos que quando alguém está cheio do Espírito de Deus, certamente terá grandes embates com o tentador. Foi mesmo assim com Martinho Lutero, teve muitos conflitos com o diabo, isso porque ele iria sacudir o próprio reino do inferno. E o apóstolo Paulo então, quantas lutas enfrentou?
No treinamento de Deus, Ele permite a tentação porque ela funciona como as tempestades aos carvalhos e bambuzais, nos enraíza, fortalecem as estruturas, dá envergadura; como o fogo da forja nos vasos de pintura em porcelana, ele as fixa, enrijece, solidifica.
Jamais poderíamos avaliar o quanto estamos ligados ao SENHOR e Ele a nós, o quanto podemos confiar em seus cuidados, e sua pronta atenção, se nunca enfrentássemos os ataques diretos do inimigo quando ele usa todo o seu arsenal bélico contra nós; nesses momentos podemos sentir literalmente a constante presença do nosso grande General.
Não podemos nos frustrar, imaginando que as lutas e aflições enfrentadas são punições, castigos decorrentes de pecados encobertos; às vezes são apenas para trazer-nos amadurecimento de caráter, fazem parte do nosso treinamento, nossa graduação para recebermos “graças” também extraordinárias:
"Nos consola em todas as nossas tribulações, para que, com a consolação que recebemos de Deus, possamos consolar os que estão passando por tribulações" (2 Coríntios 1.4).
"Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada" (Romanos 8.18).
Deus tem sua forja particular, seus instrumentos: bigorna, lixas, politriz, desempenadeira, bisturi, talhadeira, martelo para tratar e trabalhar as pedras brutas e torna-las suas joias, suas preciosidades, seus vasos de ouro, de prata, de madeira, de palha; e aqueles que se destacam os que Ele particularmente ama e deseja usa-los com mais frequência, acabam sendo mais lapidados, mais esculpidos, mais entalhados para receberem o formato ideal para o que se destinam.
Todos nós, ao olharmos para trás, veremos que devemos grande parte de nossa evolução espiritual, muito mais ao fogo da fornalha ardente, ao deserto, aos vales, as lixadeiras e desempenadeiras do que a quaisquer outros instrumentos usados pelo nosso Mestre, Ele sabe exatamente como nos moldar. São nos momentos que atravessamos grandes trevas que Ele reserva sua luz mais brilhante para nos iluminar.

"Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz"; (1 Pedro 2.9).

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