"Senhor",
disse Pedro, "se és tu, manda-me ir ao teu encontro por sobre as
águas".
Mateus
14.28
Embora
nos pareça, o apóstolo Pedro não está colocando o Mestre a prova, nessa ocasião;
pelo contrário, está Lhe fazendo um desesperado apelo. Mesmo porque caminhar
sobre água, não é algo natural, convencional; e sobre um agitado e revolto mar
então, é no mínimo insano e irracional, uma atitude que exige extrema coragem
ou total ausência de medo.
Podemos
até imaginar, Pedro apoiando firmemente na lateral da embarcação, sob os
protestos ou incentivo dos demais companheiros, alguns mais ousados, aventureiros
e intrépidos; outros mais cuidadosos, conservadores, cautelosos...
-
Deixa disso Pedro, aqui estamos todos seguros!
-
Isso pode ser uma cilada – não vê que é muito arriscado?!
-
Está fora de si – gente! é melhor impedirmos este desastre!
-
Vai lá amigo, mostra a todos a sua coragem!
-
Você é valente, vai conseguir!
-
Isto mesmo Pedro, vai lá amigão – se tem vontade, deve fazer!
- Tem
meu total apoio, qualquer coisa jogamos uma corda pra rebocar você!
Pedro
ainda meio vacilante por entre o burburinho, joga uma perna sobre a alta borda
do barco, e depois a outra, e inicia uma caminhada de vários passos, sob o
admirado e incrédulo olhar de todos. Era como se caminhasse sobre um duro solo.
Sabemos o desfeche que no fim desse feliz e inédito trajeto, encontra a face
alegre do bom Amigo que nunca diz, "você é muito ousado, foi longe demais"!
Todos
nós, de algum modo, não somos muito diferentes de Pedro, procuramos o Mestre
quando somos acometidos de grande angústia e muita aflição. Em dado momento
abrimos nossos olhos da razão e deixamos para trás a falsa segurança que
tínhamos em nossas boas ações, obras de caridade, atitudes filantrópicas...
Passamos a entender que a nossa conduta não pode nos livrar, e assim, lançamos
nosso olhar desesperado, estendemos as nossas tremulas mãos e nos agarramos ao
SENHOR.
Torna-se
evidente que todas as obras excelentes do planeta são insuficientes,
inoperantes e inúteis quando colocadas diante Daquele que é irrepreensível.
"O
que para mim era lucro, passei a considerar perda, por causa de Cristo. Mais do
que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do
conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por cuja causa perdi todas as coisas.
Eu as considero como esterco para poder ganhar a Cristo e ser encontrado nele,
não tendo a minha própria justiça que procede da lei, mas a que vem mediante a
fé em Cristo, a justiça que procede de Deus e se baseia na fé" (Filipenses
3.7-9).
Nenhum comentário:
Postar um comentário