Na sombra de sua mão ele me escondeu; ele
me tornou uma flecha polida e escondeu-me na sua aljava.
Isaías 49.2
Todos necessitamos de vez em quando, nos
recolher na quietude da sombra. O intenso brilho do sol do dia ofusca-nos a visão,
torna-nos incapazes e insensíveis de distinguir, discernir e apreciar as variações
e nuances dos delicados e neutros tons – somos então recolhidos no recesso da
sombra do quarto da enfermidade; na macia e reconfortante cama do leito de dor;
na meia luz da casa de meditação e de pranto; distantes da claridade, bem onde
fugiu o sol...
E isso nos torna nostálgicos, com a ligeira
sensação de incompletude, como se tivéssemos nos tornado obsoletos ou
descartados. Mas, tenhamos bom animo, não temamos! É apenas a sombra da sábia
mão do Mestre; Ele está na direção, guiando as circunstancias das nossas vidas –
há lições que só podem ser absorvidas ali - primeiro assimilamos, depois iremos
à prática; às aulas de campo.
O SENHOR aguarda o nosso amadurecimento bem
de perto, até o momento ideal, oportuno para executarmos alguma tarefa onde o
Seu nome será engrandecido, glorificado através do que Ele realizará através de nós
e por nós.
São tantas as vezes em que nos sentimos
solitários, enquanto aguardamos submissos na sombra; é como se o mundo houvesse
nos dispensado e esquecido completamente. Mas, consideremos como a aljava
encontra-se sempre fixada ao Guerreiro, ao fácil alcance de Sua mão, Ele a
prepara com todo o cuidado e atenção; sabe exatamente o momento certo para
emprega-la.
Em muitas ocasiões as sombras fornecem
melhores condições para o desenvolvimento e rápido crescimento – o milho por
exemplo, cresce muito mais rapidamente na sombra das noites quentes de verão –
o intenso sol do meio-dia enrola-lhe as folhas; mas bem depressa elas se
desenrolam se uma nuvem cobre o céu. A sombra, tem esse diferencial, ela
executa e desenvolve um trabalho que a claridade não é capaz.
A beleza, nitidez, exuberância do luar e
das estrelas são muito mais acentuados nas sombras densas das escuras noites –
há algumas tímidas e delicadas plantas que só florescem na sombra; e há também
muitos vastos e verdes campos em terras onde a neblina, nuvens, chuvas e
sombras são predominantemente o ano todo.
"Mesmo não florescendo a figueira, não
havendo uvas nas videiras; mesmo falhando a safra de azeitonas, não havendo
produção de alimento nas lavouras, nem ovelhas no curral nem bois nos estábulos,
ainda assim eu exultarei no Senhor e me alegrarei no Deus da minha salvação. O
Senhor Soberano é a minha força; ele faz os meus pés como os do cervo; ele me
habilita a andar em lugares altos" (Habacuque 3.17-19).
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