quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Na quietude da sombra


Na sombra de sua mão ele me escondeu; ele me tornou uma flecha polida e escondeu-me na sua aljava.

                                 Isaías 49.2

Todos necessitamos de vez em quando, nos recolher na quietude da sombra. O intenso brilho do sol do dia ofusca-nos a visão, torna-nos incapazes e insensíveis de distinguir, discernir e apreciar as variações e nuances dos delicados e neutros tons – somos então recolhidos no recesso da sombra do quarto da enfermidade; na macia e reconfortante cama do leito de dor; na meia luz da casa de meditação e de pranto; distantes da claridade, bem onde fugiu o sol...
E isso nos torna nostálgicos, com a ligeira sensação de incompletude, como se tivéssemos nos tornado obsoletos ou descartados. Mas, tenhamos bom animo, não temamos! É apenas a sombra da sábia mão do Mestre; Ele está na direção, guiando as circunstancias das nossas vidas – há lições que só podem ser absorvidas ali - primeiro assimilamos, depois iremos à prática; às aulas de campo.
O SENHOR aguarda o nosso amadurecimento bem de perto, até o momento ideal, oportuno para executarmos alguma tarefa onde o Seu nome será engrandecido, glorificado através do que Ele realizará através de nós e por nós.
São tantas as vezes em que nos sentimos solitários, enquanto aguardamos submissos na sombra; é como se o mundo houvesse nos dispensado e esquecido completamente. Mas, consideremos como a aljava encontra-se sempre fixada ao Guerreiro, ao fácil alcance de Sua mão, Ele a prepara com todo o cuidado e atenção; sabe exatamente o momento certo para emprega-la.
Em muitas ocasiões as sombras fornecem melhores condições para o desenvolvimento e rápido crescimento – o milho por exemplo, cresce muito mais rapidamente na sombra das noites quentes de verão – o intenso sol do meio-dia enrola-lhe as folhas; mas bem depressa elas se desenrolam se uma nuvem cobre o céu. A sombra, tem esse diferencial, ela executa e desenvolve um trabalho que a claridade não é capaz.
A beleza, nitidez, exuberância do luar e das estrelas são muito mais acentuados nas sombras densas das escuras noites – há algumas tímidas e delicadas plantas que só florescem na sombra; e há também muitos vastos e verdes campos em terras onde a neblina, nuvens, chuvas e sombras são predominantemente o ano todo.

"Mesmo não florescendo a figueira, não havendo uvas nas videiras; mesmo falhando a safra de azeitonas, não havendo produção de alimento nas lavouras, nem ovelhas no curral nem bois nos estábulos, ainda assim eu exultarei no Senhor e me alegrarei no Deus da minha salvação. O Senhor Soberano é a minha força; ele faz os meus pés como os do cervo; ele me habilita a andar em lugares altos" (Habacuque 3.17-19).

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