quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Chegada certa


O vento soprava contra ele.

                 Mateus 14.24

Muitas tempestades nascem dos cálidos ventos da primavera. E eles traduzem bem algumas estações de nossas vidas. Isso na verdade é motivo de satisfação e contentamento, pela oportunidade que nos oferece de conhecermos e definirmos cada estação.
Sim, sem dúvida alguma é mais benéfico atravessarmos as estações chuvosas e frias, do que permanecermos alheios e alienados em terras amenas, insossas onde nunca parece escurecer, nem conhecem os arrepios dos fortes ventos uivantes.
É bem verdade que a tempestade da tentação, o temporal da dor, traição, injustiça, tristeza, revelam-se cruel, de carranca assustadora até; porém eles promovem mais intensidade, firmeza e ardor à busca e constância na oração. Forçosamente nos impele a firmarmos nas promessas – refinando, portanto o nosso caráter.
É trágica, às vezes até traumática e pode ser tremendamente dolorosa a estação do luto, nem sempre estamos preparados ou sabemos como lidar e administrar as perdas – mas é uma fórmula infalível, um método certeiro de o Pai nos atrair a Si mesmo; para que em nossa sensibilidade exacerbada, no silencio da nossa introspecção; o mistério da Sua Presença, Sua delicada e mansa voz possa calar fundo em nosso ferido coração... Há um aspecto da glória de Deus que só conseguimos perceber e discernir em ventos contrários, somente quando nosso barquinho é açoitado e agitado pelas fortes ondas, e ficamos a deriva; é que conseguimos distinguir a nossa dependência e pequenez.
Nosso Mestre e SENHOR não é apenas um abrigo seguro contra a tempestade, é também um refúgio perfeito no temporal. Aliás, Ele não nos prometeu uma jornada fácil, mas sim uma chegada certa.

"Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" (João 16.33).

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