No evangelho é revelada a justiça de Deus,
uma justiça que do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: "O justo
viverá pela fé".
Romanos 1.17
Muitas vezes damos vazão às emoções, ao que
está aparente e diante dos nossos olhos, em detrimento da fé que equivocadamente acaba por ficar em segundo plano. Logicamente, as emoções alegres,
festivas e felizes, as experiências profundas e marcantes que beneficiam e satisfazem
o coração humano, fazem parte da vida cristã; mas isso está bem longe de ser
tudo.
No longo percurso de nossa jornada terrena estão
camufladas as aflições, lutas, conflitos, combates e as duras provas, que não devem
de maneira alguma, serem contados ou encarados como percalços, infelicidade, abandono,
castigo, ou descaso de Deus, mas sim, como parte integrante de nossa necessária
disciplina.
Alguns de nós somos mais sensíveis, de fino e delicado trato; outros
porém, somos mais duros, rijos, arrojados – então as provas surgirão de acordo com
o grau de nossa resiliência em assimila-las absorve-las e supera-las. Portanto, não estamos
aqui para julgar ou nos escandalizar diante das adversidades que cada um
enfrenta – Deus que é SENHOR de todos, sabe muito bem como tratar os Seus, e o
quanto cada um resiste a dor, ao sofrimento, a correção e a disciplina que é necessária
– qual é o Pai que não corrige, educa e ensina aos seus filhos?
Se estamos obedientemente, humildemente,
andando diante do SENHOR, devemos considerar em todas as adversidades, provações,
lutas e experiências de maneira geral; o fato de que Ele habita em nossos
corações, através do Seu Espírito Santo Consolador, mesmo que de modo algum
estejamos sentido – e é exatamente aqui, que nos perturbamos, fatalmente
escorregamos; procuramos viver e nos guiar pelas emoções e não pela fé – adquirimos
o estranho hábito de pensar que Deus só está conosco quando tudo está bem, um
mar de rosas; e de que devemos nos aproximar Dele só em busca de bênçãos materiais,
conforto, facilidades, posses, valores mundanos, corruptíveis que aqui
ficarão... e que quando não estamos usufruindo dessas facilidades e
comodidades, então Deus está longe, bem distante de nós.
Uma irmãzinha muito consagrada e dedicada
na Obra, conta que certa vez Deus parecia ter se afastado totalmente dela, suas
orações pareciam não passar do teto, o céu parecia de bronze, Sua misericórdia
parecia haver desaparecido completamente, a ponto dela imaginar que o SENHOR a
havia esquecido e a riscado do Seu Livro – sua solidão durou exatamente
quarenta e cinco dias, depois disso pareceu-lhe em sua mente que o SENHOR
rompera o silêncio e lhe dizia:
"Alice, você tem insistido em
procurar-Me do lado de fora, no mundo dos sentimentos, das emoções e aparências,
mas em todo o tempo Eu tenho esperado pacientemente por você; encontre-Me no
interior do seu espírito, pois Eu sou Espírito e ajo ali"!
É importante sabermos discernir entre a
Presença de Deus em si e a emoção que ela envolve, que este fato nos
proporciona – não podemos nos apegar, valorizar mais a emoção do que a própria
Presença de Deus – ter mais fome e sede das emoções do que de Deus em Si.
É uma realização e felicidade quando,
embora nossa alma se sinta solitária e em completo deserto, mas ainda assim a
fé pode nos tranquilizar, dizendo-nos: - "Meus olhos não conseguem contempla-Lo,
não posso senti-Lo tamanho é o sofrimento que me encontro, mas a despeito da
minha atual situação – embora a sarça não pareça arder, sei que está ardendo –
vou tirar os meus calçados, despir as minhas reservas e razões, rasgar as
vestes de ostentação, vaidade, orgulho e expor todo o meu ser, quebrantar o meu
duro e incrédulo coração, prostrar-me ate ao pó em reverencia, pois Sua Presença
está aqui e torna este lugar santo - estou certo de que Tu SENHOR estás aí, e
continua sendo Deus, Soberano e SENHOR – a Sua Palavra é a Verdade e ela não
pode jamais ser revogada"!
"A mentalidade da carne é morte, mas a
mentalidade do Espírito é vida e paz; a mentalidade da carne é inimiga de Deus
porque não se submete à lei de Deus, nem pode fazê-lo. Quem é dominado pela
carne não pode agradar a Deus" (Romanos 8.6-8).
"Mas, em todas estas coisas somos mais
que vencedores, por meio daquele que nos amou. Pois estou convencido de que nem
morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem
quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na
criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus,
nosso Senhor" (Romanos 8.37-39).
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