quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

O Zelo de Deus


Zelo por vós com zelo de Deus.

                        2 Coríntios 11.2

É interessante ver o carinho, dedicação e zelo com que um harpista cuida de sua harpa. Ele a dedilha como quem acaricia um bebe que repousa no berço. Sua entrega e seu deleite enquanto tange-a é notável em seu semblante, sua vida gira em torno dela, nela está o seu prazer.
Mas, não nos enganemos; observemos quando ele a afina. Toma-a com firmeza e vigor e, num movimento brusco, fere-lhe uma corda; e enquanto ela estremece e convulsiona como num ai de intensa dor; ele se inclina atentamente sobre ela, como um dedicado cirurgião em seu trabalho, para apanhar o primeiro som que ela emite.
A nota, como ele temia, não lhe agrada; é desafinada, destoante e áspera. Então ele prossegue esticando a corda com a torturante cravelha; embora ela pareça propensa a romper-se a qualquer momento pela tensão sofrida, ele ainda a fere novamente, e de novo, e outra vez; inclinando-se para ouvi-la, solícito e atento como antes; e assim prossegue, até que estampa um sorriso de realização no rosto, quando o primeiro som limpo, cristalino e perfeito se faz ouvir...
É bem fácil que Deus esteja lidando assim conosco. Certamente Ele nos ama muito mais que um harpista ama a sua harpa, mas encontra em nós, cordas totalmente desafinadas. Então, por meio das provas, lutas, angustias das circunstancias, vai ajustando as cordas do nosso duro coração. Ele se inclina sobre nós com a ternura e zelo de um Pai que ensina os primeiros passos ao Seu bebe; ferindo a corda e escutando; e, ouvindo apenas queixas ásperas, fere outra vez, e de novo; enquanto Seu próprio coração sofre conosco, pela rigidez do nosso... Esperando ansiosamente por aquela melodia afinada, de obediência e submissão: “Não se faça a minha vontade, e, sim, a tua SENHOR” – que é doce aos Seus ouvidos, como a sinfonia dos anjos. Ele não desistirá nem cessará de ferir a corda, até que nossa alma, disciplinada pela aflição da fornalha, se afine e harmonize com as harmonias e acordes do Seu próprio Ser.

"Não a nós, Senhor, nenhuma glória para nós, mas sim ao teu nome, por teu amor e por tua fidelidade! O nosso Deus está nos céus, e pode fazer tudo o que lhe agrada" (Salmos 115.1,3).

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