Assim diz o SENHOR dos Exércitos:
"Faça aos sacerdotes a seguinte pergunta sobre a Lei: Se alguém levar
carne consagrada na borda de suas vestes, e com elas tocar num pão, ou em algo
cozido, ou em vinho, ou em azeite ou em qualquer comida, isso ficará consagrado?"
Os sacerdotes responderam: "Não".
Em seguida perguntou Ageu: "Se
alguém ficar impuro por tocar num cadáver e depois tocar em alguma dessas
coisas, ela ficará impura"?
"Sim", responderam os
sacerdotes, "ficará impura".
Ageu transmitiu esta resposta do
SENHOR: "É o que acontece com este povo e com esta nação. Tudo o que fazem
e tudo o que me oferecem é impuro".
Ageu 2.11-14
Deus não aceitará as nossas ofertas,
não importando quão generosas sejam, se as oferecermos com as mãos e corações
impuros. Alguns cristãos acreditam que podem viver na carnalidade, contanto que
entreguem os seus dízimos e suas ofertas. Acham que Deus receberá a sua
contribuição e os abençoará que as suas ofertas e seus sacrifícios os santificarão,
ainda que andem na desobediência ou tenham pecados não confessados em sua vida.
Os israelitas viviam sob um céu de
bronze, pois haviam desobedecido durante a reconstrução do Templo, retendo os
seus dízimos, negligenciando a Obra do SENHOR. Mas depois que Deus expôs a negligência deles para com a Casa de Deus por meio do profeta Ageu, e revelou
que havia fechado os céus por causa disso, eles se arrependeram e recomeçaram a
obra.
No texto em estudo, Deus fala com os
israelitas novamente, dois meses após o reinício da construção, alertando-os de
que tudo que eles ofereciam no altar era impuro pelo fato de eles estarem
impuros.
Os sacerdotes reconheceram que a oferta
de carne, que pertencia aos sacerdotes, embora fosse santa em si mesma, não
poderia tornar santas as coisas que tocassem (v. 12).
Os dízimos e as ofertas, que deviam ser
santos perante Deus, não santificavam o altar ou o lugar onde fossem oferecidos
— e também não nos santificam, não sejamos tolos em assim pensar.
De acordo com a lei cerimonial, a
pessoa considerada impura por tocar um cadáver tornava impura qualquer outra
coisa que tocasse. Se estivermos impuros e com pecados não confessados em
nossas vidas, as nossas ofertas e sacrifícios, serão inaceitáveis para Deus por
serem impuros.
Embora eles pensassem que os sacrifícios oferecidos no altar os santificariam, desculpariam
a sua negligência na edificação do Templo e, por conseguinte, removeriam a
maldição que pesava sobre eles, doce ilusão... Os padrões de santificação do
SENHOR estão muito mais elevados do que nossa rasa compreensão pode atingir.
Os holocaustos e sacrifícios, em vez de serem aceitos por Deus, eram-lhe detestáveis à vista. A
cobiça, a autoindulgência e a desobediência dos israelitas os havia tornado
impuros. Assim, eram impuros também todos os holocaustos que ofereciam, até o
dia em que resolveram obedecer a Deus e recomeçar a construção do Templo.
Deus revelou que os israelitas não
haviam prosperado até então porque as ofertas que apresentavam eram impuras,
mas a partir daquele dia, uma vez que haviam se arrependido e mudado seus
caminhos, retomando a construção, Ele abriria novamente os céus e os
abençoaria: "De hoje em diante, abençoarei vocês" (v. 19).
Durante todo o seu relacionamento com
Israel, Deus considerava impuras as ofertas do seu povo e recusava-se a
aceitá-las quando o povo se mostrava desobediente, adorando falsos deuses. Ele
advertiu, por meio de Amós: Eu odeio e desprezo as suas festas religiosas; não
suporto as suas assembleias solenes. Mesmo que vocês me tragam holocaustos e
ofertas de cereal, isso não me agradará. Mesmo que me tragam as melhores
ofertas de comunhão, não darei a menor atenção a elas (Amós 5.21,22).
Ele também os advertiu por meio de
Isaías: "Para que me oferecem tantos sacrifícios? pergunta o SENHOR. Para
mim, chega de holocaustos de carneiros e da gordura de novilhos gordos. Não
tenho nenhum prazer no sangue de novilhos, de cordeiros e de bodes! Quando
vocês vêm à minha presença, quem lhes pediu que pusessem os pés em meus átrios?
Parem de trazer ofertas inúteis! O incenso de vocês é repugnante para mim. Luas
novas, sábados e reuniões! Não consigo suportar suas assembleias cheias de
iniquidade" (Isaías 1.11-13).
"Lavem-se! Limpem-se! Removam suas
más obras para longe da minha vista! Parem de fazer o mal" (Isaías 1.16).
Assim podemos concluir que há situações
indicativas de quando as nossas ofertas não são santas e, portanto,
inaceitáveis para Deus:
• quando não são dadas de coração, isto
é, quando há motivação impura, quando tentamos barganhar com Deus, tentamos
suborná-Lo;
• quando vivemos em desobediência a
Deus e à sua Palavra, negligenciamos os valores do SENHOR;
• quando há impureza ou pecado
inconfessado em nossa vida, acobertamos nossas falhas, empurramos para debaixo
do tapete, ao invés de removermos de uma vez.
Quando devolvermos os dízimos, as
ofertas e os sacrifícios a Deus, apresentemos a Ele com pureza de coração. Se
houver cobiça, orgulho, inveja, desobediência ou qualquer impureza em nosso
coração, a nossa oferta estará contaminada, independente de nossa liberalidade
ou do valor dela, e Deus não irá aceitá-la. Por meio de Cristo, Deus
providenciou um meio pelo qual nós possamos chegar diante Dele com o coração
puro, pois temos a promessa: "Se confessarmos os nossos pecados, Ele é
fiel e justo para perdoar os nossos pecados e nos purificar de toda
injustiça" (1 João 1.9). Não temos desculpas para chegarmos diante de Deus
com pecado no coração.
Examinemos o nosso coração e peçamos a
Ele para que revele qualquer pecado que possa haver em nós. Confessemos e
purifiquemos a nossa vida antes de tudo. Só depois ofertemos a Deus, sabendo
que agora Ele a aceitará e derramará suas bênçãos e promessas sobre nos.
"Entrem por suas portas com ações
de graças, e em seus átrios, com louvor; deem-lhe graças e bendigam o seu nome"
(Salmos 100.4).
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