Na
hora do sofrimento, o cristão deveria primeiramente tentar descobrir a possível
causa dele. Alguém pode sofrer simplesmente por causa de sua disposição, ou
porque o outro não é aquilo que se gostaria que ele fosse. Só quem muda o
coração, pensamento, sentimento de alguém é Deus.
Pedro
levanta este assunto em sua primeira epístola: “Vós, servos, sujeitai-vos com
todo o temor aos senhores, não somente aos bons e humanos, mas também aos maus.
Porque é coisa agradável, que alguém, por causa da consciência para com Deus,
sofra agravos, padecendo injustamente” (1 Pedro 2.18-19).
O
sofrimento é sempre uma moeda com dois lados. Num dos lados, podemos ver o
sofrimento como algo permitido por Deus para extrair o melhor de nós. Observe
Gênesis 22.1-2, 15-18; Hebreus 11.17. No outro lado, Satanás tenta usar a mesma
circunstância, tentação e sofrimento para extrair o pior de nós (Tiago
1.13-14). Por fim, o crente pode reagir à tentação de três maneiras:
1)Desprezá-la,
ou seja, tratá-la com indiferença, como fez Esaú com o seu direito de
primogenitura (Hebreus 12.5,16).
2)Cair
diante dela, ou seja, levá-la a sério demais, sucumbir, fraquejar, desanimar
(Hebreus 12.5).
Pedro
e Paulo nos recomendam que, durante a tentação, entreguemos nossa dor e
sofrimento a Deus, compreendendo que Ele é fiel para fazer com que as coisas
contribuam para o nosso bem e para a sua glória (Romanos 8.28; 1 Pedro 4.19).
Tiago diz que devemos nos alegrar quando passarmos por momentos sombrios (Tiago
1.2). Em Jeremias 37.15-16 temos exemplos dos sofrimentos em que o profeta foi
exposto.
O
questionamento sobre o sofrimento talvez seja um dos mais dolorosos enfrentados
pelo cristão. Por que um Deus sábio, amoroso, piedoso, misericordioso, SENHOR
sobre tudo e sobre todos permite que seus filhos sofram? As Escrituras nos
apresentam diversas razões para isso:
1)Para
produzir frutos. Se permitirmos que o sofrimento cumpra seu propósito, ele pode
produzir perseverança (Hebreus 10.36; Tiago 1.3), alegria (Salmos 30.5; 126.6),
conhecimento (Salmos 94.12) e maturidade (1 Pedro 5.10).
2)Para
silenciar o diabo. Satanás acusou Jó de servir a Deus apenas por causa das
bênçãos materiais. Mas o SENHOR permitiu que Satanás atormentasse Jó para
demonstrar que seu servo amava a Deus por aquilo que Ele era, e não por aquilo
que recebia Dele (Jó 1.9-12; 2.3-7).
3)Para
glorificar a Deus (João 9.1-3; 11.1-4).
4)Para
nos lapidar, nos tornar semelhantes a Jesus. “Para conhecê-lo, e a virtude da
sua ressurreição, e à comunicação de suas aflições, sendo feito conforme à sua
morte” (Filipenses 3.10).
5)Para
nos ensinar a dependência. Isto é tratado tanto pelo SENHOR Jesus (João 15.1-5)
quanto pelo apóstolo Paulo (2 Coríntios 12.1-10).
6)Para
purificar nossa vida (Salmos 66.10-12; Provérbios 17.3; 1 Pedro 1.6-7).
7)Para
repreender nosso pecado (1 Pedro 2.20; 3.17; 4.15). Como um amoroso pai terreno
repreende em amor a seu filho rebelde, assim faz o nosso Pai celestial (Hebreus
12.5-9).
8)Para
expandir o nosso ministério aos outros (2 Coríntios 1.3-7). Observa-se que
aquele que sofre mais compreende melhor a dor e o sofrimento dos outros.
Deus
conhece a cada um de nós e certamente:
“....Deus
é fiel; Ele não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar.
Mas, quando forem tentados, ele lhes providenciará um escape, para que o possam
suportar” (1 Coríntios 10.13 ).
Nenhum comentário:
Postar um comentário